Em 1946 apenas 45% de todas as crianças negras norte-americanas nasciam em hospitais. Por contraste, para termos uma idéia da restrição racial ao acesso a cuidados de saúde, no mesmo período, 87% de todos os bebês de pais brancos nasciam em ambiente hospitalar.
Em Chicago, onde as leis segregacionistas eram menos impositivas, 71% de todas as mortes da população negra foram registradas no Cook County Hospital, enquanto apenas 8% foram registradas em outros 60 hospitais que atendiam a população branca, sugerindo práticas discriminatórias mediadas por profissionais de saúde.
Em 2007, o United States Periodic Report ao CERD (Convenção para a Eliminação de Formas de Discriminação Racial) omitiu a longa história de coação governamental com respeito a saúde reprodutiva de mulheres não brancas.
Do início até a metade do século XX, milhares de afro-americanas, porto-riquenhas e índias norte-americanas foram esterilizadas sem que tivessem conhecimento do ato, ou firmassem consentimento informado. Nos anos 70, o governo federal norte-americano utilizou de ameaças e desinformação para coagir milhares de mulheres indígenas a consentirem que fossem esterilizadas imediatamente após o parto. Nesse mesmo período, funcionários públicos federais também enganaram afro-americanas analfabetas, que, sem o saber, autorizavam a esterilização de suas filhas. Do mesmo modo, médicos aceitaram realizar abortos e partos somente se as pacientes atendidas nos consultórios do Medicaid "consentissem" na esterilização.
Os abusos acima relatados constam no documento Unequal Health Outcomes in the United States, relatório encaminhado ao Comitê para Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas, em janeiro de 2008, e produzido pelo Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente do CERD, disponível on line.
Em Chicago, onde as leis segregacionistas eram menos impositivas, 71% de todas as mortes da população negra foram registradas no Cook County Hospital, enquanto apenas 8% foram registradas em outros 60 hospitais que atendiam a população branca, sugerindo práticas discriminatórias mediadas por profissionais de saúde.
Em 2007, o United States Periodic Report ao CERD (Convenção para a Eliminação de Formas de Discriminação Racial) omitiu a longa história de coação governamental com respeito a saúde reprodutiva de mulheres não brancas.
Do início até a metade do século XX, milhares de afro-americanas, porto-riquenhas e índias norte-americanas foram esterilizadas sem que tivessem conhecimento do ato, ou firmassem consentimento informado. Nos anos 70, o governo federal norte-americano utilizou de ameaças e desinformação para coagir milhares de mulheres indígenas a consentirem que fossem esterilizadas imediatamente após o parto. Nesse mesmo período, funcionários públicos federais também enganaram afro-americanas analfabetas, que, sem o saber, autorizavam a esterilização de suas filhas. Do mesmo modo, médicos aceitaram realizar abortos e partos somente se as pacientes atendidas nos consultórios do Medicaid "consentissem" na esterilização.
Os abusos acima relatados constam no documento Unequal Health Outcomes in the United States, relatório encaminhado ao Comitê para Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas, em janeiro de 2008, e produzido pelo Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente do CERD, disponível on line.
Um comentário:
Relato chocante esse, Oliver. Pior é pensar que, sob outras conjunturas, práticas semelhantes ainda acontecem. No Brasil, é provável que não se negligencie a saúde do negro por ser negro, mas se negligenciam os pobres, acarretando quase o mesmo resultado prático.
Daí que esse relatório deve ser bem analisado e levado ao conhecimento do público, para que as pessoas compreendam melhor a saúde que, supostamente, está à nossa disposição.
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