domingo, 15 de fevereiro de 2009

TATO, O SENTIDO DESPREZADO





O tato é um sentido antigo, do ponto de vista evolutivo, apesar de extremamente delicado e desenvolvido. Até mesmo os seres vivos unicelulares reagem ao contato ou à proximidade de outros, e consequentemente se afastam ou se contraem.
Na verdade esta é uma sensação fundamental para o que somos, pois é o primeiro sentido que surge durante a gestação e provavelmente o último a desaparecer quando morremos. Nós simplesmente não conseguimos nos imaginar sem o tato, ao contrário da visão que podemos "desligar" com o fechar dos olhos.
Em comparação com os estudos de outros sentidos, como visão e audição, o tato vem sendo negligenciado pelos neurocientistas, os quais parecem agora correr contra o tempo perdido no estudo deste novo campo de pesquisas, definido com o termo Háptica, palavra de origem grega.
E o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), largou na frente, pesquisando novas formas de descarregar informação sobre as sensações táteis. E as dificuldades técnicas não são poucas.
Enquanto os receptores para visão, olfato, audição e paladar estão agrupados na região da cabeça, os do tato estão espalhados pela pele e seus anexos, mucosas, músculos, fáscias, tendões, aponeuroses, ligamentos e outras estruturas, além de necessitarem da condução de um longo sistema nervoso periférico e da mediação da medula espinhal, até chegarem ao cérebro.
Creio que a aplicação prática destas pesquisas ocorrerá em breve, com a criação de telas do tipo "touch screen" mais sensíveis e específicas e talvez de robôs com mãos hipersensíveis e portanto mais "úteis".
O que me parece mais fascinante em relação ao tato é que ele está sempre lá.
Sempre.


9 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Ótimo post, com excelente imagem!

Val-André Mutran  disse...

Vemos uma pequena linda e ficamos todos animados! Nos aproximamos e sentimos seu cheiro...E ai vem a incontrolável vontade de tocá-la! Ai é que está a questão!!!
Sensacional abordagem Scylla. Remete-nos, mesmo os leigos, eu incluso, a reflexões aos lugares onde essas pesquisas podem nos levar.
Bom domingão pra você.

Scylla Lage Neto disse...

Val e Barretto, valeu pelos elogios.
Tato é tato, e ponto.
Um abraço.

Carlos Barretto  disse...

Rssss.
Pois é.
Daí a sair tocando todo mundo, são outros quinhentos.
Rsss

Anônimo disse...

Interessante, Scylla...

...ou seja, até aqueles inergumenos sem tato, até ele tem tato!

Mas, certa vez li sobre um caso médico de que a pessoa perdeu tato, ou algo parecido.

Não lembro o que deu, mas pela falta de estudos mas aprofundados, acho que o cidadão deve ter ficado assim, sem cura então.

Scylla Lage Neto disse...

Lafayette, nunca li na literatura médica ou ouvi falar de alguém desprovido de tato. Nas lesões do lobo parietal há síndromes específicas de perversão do tato, porém em áreas restritas.
Existe, no entanto, uma situação curiosa chamada "analgesia congênita", em que o paciente nasce sem a sensibilidade dolorosa.
Só tive oportunidade de ver 2 pacientes, irmãos, oriundos do interior do estado, com idades aproximadas de 12 e 10 anos, os quais não sentiam dor alguma.
Ambos apresentavam inúmeras fraturas, com deformidades múltiplas de membros.
Dificilmente terei a oportunidade de ver outros casos, pela extrema raridade da patologia.
Isso nos leva a pensar que a dor (assim como o medo da dor) é absolutamente indispensável à nossa sobrevivência.
Como o tato.
Um abraço.
PS: Barretto, cuidado com o excesso de sensibilidade tátil!

Anônimo disse...

Exatamente isso! O caso que li era isso aí, a pessoa não sentia dor, frio, quente, uma agulha picando e tal (pensei logo que era tato portanto, mas já entendi que uma coisa não tem nada a ver com a outra, certo?).

E, tinha isso também, a pessoa não sentia quando quebrava um osso. Parece que ela tinha quebrado um dedo da mão fazendo alguma coisa, e só percebeu quando alguém desesperado apontou.

E, falou também algo sobre o fato de um dia estar fritando ovo, batata, no fogão, e queimou os dedos mas não sentiu.

Scylla Lage Neto disse...

Creio que o seu caso, Lafayette, seja da mesma doença citada, a qual é raríssima.
Abs.

Carlos Barretto  disse...

Para a escória humana anônima (é claro) que só veio aqui para vomitar a lama na qual está atolado, vejamos se é algo mais do que um bobalhão covarde.
Identifique-se!
Ah! É claro que como todo bobalhão, não vai fazê-lo. Então vaze!