quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O "Day After" dos novos lançamentos da Apple



Visivelmente mais magro do que nunca, Steve Jobs mostrou energia suficiente ontem durante o lançamento de uma nova linha de iPods.

"Sentada a poeira" do evento, em termos de hardware, o principal astro de ontem foi mesmo o iPod Nano, que ganhou incríveis 5 ítens em funcionalidades, comparado a versão imediatamente anterior: câmera de vídeo, sintonizador de FM, microfone, alto-falantes e até um pedômetro (utilizado para contar passos durante uma caminhada). Foi muito, comparado as alterações modestas nos demais modelos, quase que meramente estéticas ou cosméticas. Muito embora a Apple prometa que as versões de 32 e 64 gbytes do novo iPod Touch, sejam 50% mais rápidas.
(Leia o post Novos iPods e boas notícias)

Já em termos de software os ganhos foram algo superiores: uma novíssima versão do iTunes, agora na versão 9, cheia de boas modificações, que associadas a uma completa e radical remodelação da iTunes Store, ampliam muito as possibilidades de entretenimento para o usuário. Além disso, uma nova atualização do firmware para iPhones/iPods Touch, guindada a versão 3.1, com algumas modificações menos impactantes, mas certamente, de forma oculta, habilitando estes equipamentos a tirar todo o proveito das modificações implementadas na dupla iTunes/iTunes Store.

Contudo, ao cabo e ao fim, Steve foi de fato o grande e inegável astro do evento. Apesar de apresentar segundo alguns relataram um tom de voz algo mais suave do que de costume, teve fôlego de dar uma importante entrevista ao articulista David Pogue do The New York Times, onde sobraram algumas estocadas para a Amazon e seu leitor de e-books Kindle.

“I’m sure there will always be dedicated devices, and they may have a few advantages in doing just one thing,” he said. “But I think the general-purpose devices will win the day. Because I think people just probably aren’t willing to pay for a dedicated device.”

Além disso, ainda sobre o Kindle, afirmou que a Apple não visualiza os e-books como um grande mercado neste momento. E ressaltou que a Amazon nunca divulgou quantos Kindles ela vende.

“Usually, if they sell a lot of something, you want to tell everybody.” - alfinetou.

Sobre a principal questão que permeou o evento, Jobs não deixou por menos. Afinal de contas, é bem claro que os modelos Touch, Classic e Shuffle, sofreram algo comparável a um "polimento".
O Classic - que escapou da suposta aposentadoria -, recebeu apenas um upgrade em sua capacidade de armazenamento. O mesmo aconteceu com o Touch e quase o mesmo com o irmão caçula Shuffle, que além disso, ganhou uma versão engomada, limitada, inteiramente em aço inoxidável. Perguntado sobre qual a razão de não ter investido na esperada câmera no iPod Touch, ele deixou bem claras as intenções da empresa para este modelo.

“Originally, we weren’t exactly sure how to market the Touch. Was it an iPhone without the phone? Was it a pocket computer? What happened was, what customers told us was, they started to see it as a game machine,” (...)

(...) So what we were focused on is just reducing the price to $199. We don’t need to add new stuff. We need to get the price down where everyone can afford it.”

De fato, os produtos lançados ontem, sofreram reduções de preço que variam de 20 até 120 dólares.

Portanto, agora podemos entender definitivamente que não há termo de comparação mercadológica entre o iPod Classic que permanece como um Video/MP3 Player dedicado e o iPod Touch, um game player de custo acessível, que pode usufruir de uma infinidade de games de baixo custo na iTunes Application Store, ainda com uma respeitável capacidade de executar músicas e vídeos. Mas na hora da visita a iTunes Store, o usuário sempre terá que optar sobre como ocupar seu Touch: games ou música/vídeos? O que não acontece com o Classic.

Por fim, a pergunta que todos estavam ansiosos para saber: por que cargas d'água adicionar uma vídeo câmera ao Nano e não um dispositivo para "still photos" (uma simples câmera digital). A resposta essencialmente técnica e embute a vocação natural dos Nanos (manter-se de pequenas dimensões, a preço acessível).

That reason is technical: the sensors you need to record video are extremely thin these days—thin enough to fit into the wafer-thin Nano. But the ones with enough resolution for stills, especially with autofocus (like the sensor in the iPhone), are much too thick to cram into a player that’s only .02 inches thick.

Enfim, perguntado sobre como tem se sentido neste dias, Jobs foi enfático e bem humorado.

“I probably need to gain about 30 pounds (cerca de 13,5 kg), but I feel really good. I’m eating like crazy. A lot of ice cream,”

Para acessar a íntegra da entrevista no The New York Times, clique aqui.
E para ver as reações polêmicas sobre o lançamento de ontem, vale uma visita a esta reportagem da CNN.

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