O Council on Hemispheric Affairs (COHA), uma respeitada ONG e "think tank" sediada em Washington, D.C., traz uma matéria extensiva e de fundo analítico a respeito das "dores de crescimento" do Brasil como superpotência. O artigo, escrito por William Mathis, foca principalmente na política externa brasileira, já que esta é a principal área de interesse desta ONG, e acompanha a expansão da influência brasileira na vida política de toda a América Latina.
Em essência, o autor acredita que o Brasil está muito prestes a substituir os EUA (se é que já não substituiu) como principal ator na política externa do continente. Mas, para usar uma expressão americana, com o crescimento vem as "dores de crescimento": o mundo começa a prestar muito mais atenção nos tropeços do Brasil em seu novo papel de superpotência. Um exemplo: os EUA e seus aliados mais próximos estão acompanhando de muito perto a aproximação entre Brasil e Irã.
O New York Times, por exemplo, publicou no sábado passado uma matéria de capa sobre empresas americanas, estrangeiras e multinacionais que receberam contratos e pagamentos vultosos do governo dos EUA (totalizando US$ 107 bilhões), apesar destas companhias terem estreitos laços financeiros com o governo do Irã. Um dos primeiros exemplos usados na matéria: a Petrobras. A foto acima também é do New York Times, e foi publicada com o mesmo artigo.
Um comentário:
O mundo do petróleo, Francisco, faz suas próprias regras, sem se incomodar muito com as dores, ou se provoca dores em alguém. É a selva.
Quanto às preocupações da aproximação Irã-Brasil, eu penso que os norte-americanos do ponto de vista militar estão mais preocupados com a aproximação Venezuela-Irã, que é exatamente onde eles têm poucas chances de influëncia ou governabilidade sobre uma possível crise.
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