sábado, 22 de maio de 2010

Sobre produção de set's

Estava eu, um dia desses de meu Deus pensando se nunca mais discotecaria!

Pergunta difícil.

Falo isso porque há anos operava, caseiramente, com meus mais de um milhão e meio de músicas!

Após uma frenética venda do material de vinil, tive um resultado absurdo de 5 Terabytes de músicas.

-- Ó! Eu disse e minha Lúcia acrescentou:

-- Adora a maioria delas!!!

Era a senha para voltar a me interessar por minha paixão maior.

Operacionalização --
Voltaremos no tempo então, para os leitores entenderem o que me aperriava.

Tudo que faço tem que seguir a construção de regras que atenuem o fracasso.

Trabalhava, aos dezesseis (16) anos de idade, em organizações recreativas de alto nível.

Percebia que, após alguns anos no setor; os empresários não investiam em renovação de equipamentos de ponta produzidos pela indústria.

Em 1984, no Gemini Hot, operáva-mos, sob a supervisão do Dj Paiva e Pedro, então, num ambiente cujos equipamentos eram, pela ordem, um convite a problemas.

As PA's queimavam, porque superalimentadas com supergraves das músicas da moda de então.

Para bater as caixas acústicas médias e twiteer's. O Dr. Camilo Autorizou uma grana consideravel para corrigir o problema. Mas, o remendo ficou pior que a ferida.

Mas isso é passado.

Quando fui convidado para tocar numa Casa Noturna exclusiva nessa mesma época. Fiz questão de estabelecer o que pensava sobre fazer som mecânico de alta qualidade.

Era de menor. Cursava Faculdade (Cesep- Engenharia) e claro que respeitando o projeto do ambiente onde seria executado o som, não contei conversa.

Tocarei aqui para sentir como que é.

Assim o fiz.

Após dois finais de semana. A Casa bombando. Eu pensei:

Caraca! Isso aqui não dá jogo!

Meu parceiro, Xandão, vazou e acaba que sobrou pra mim.

Superado essa etapa. Partí para uma conversa franca com o dono do lugar.

O desenho de operação dos equipamentos que comandariam a Festa teriam que ser refeitos.

Falei do Gemini e do Lapinha.

Dependendo da potência que se queria inocular no ambiente. Seria fundamental uma bateria de dois pré amplificadores, jogando o sinal bruto para um croosover. O sinal captado desse equipamento, deveria ser conectado a uma câmara de eco (não necessariamente) ligado em paralelo com um equalizador profissional, de modo a atenuar o natural rebate de supergraves nas paredes do ambiente fechado do Club.

O La Cage tinha uma acústica de difícil equalização primária, em razão da arquitetura do prédio. Quase todo revestido de carpetes 2,5 cm de expessura nas paredes; intercaladas com vitrais lindos de morrer! Valorizando uma mini fonte no centro do espaço de um antigo cinema.

Era o ano da graça de 1986.

Disse com o atravimento de um moleque de 16 anos ao meu futuro patrão que o som daquela Casa era uma porcaria!

Ele trabalhava com prejuízo na certa, afirmando que os equipamentos lá instalados, absorveriam o seu lucro por força da manuntenção necessária ao sistema.

Após uma hora e tanto de conversa. Convenci o dono do clube noturno a gastar uma considerável quantia, basicamente em dois investimentos:

1. Reformulação completa dos equipamentos e,
2. Pagamento de um consultor de acústica -- engenheiro de som -- atuante no mercado, para reformular a Cabine de Controle do Som.

O LA CAGE alternava som ao vivo e mecânico, de acordo com a frequencia.

As duas sugestões foram imediatamente adotadas, e Casa tornou-se a melhor acústica de Belém, até quando atuei no espaço, exatamente após o verão de 86.

Nesse projeto, a cabine de som deveria operar com quatro MK-2 da Tecnicks.

Um rolo Teac e seis mini caixas JBL para retorno.

No palco móvel. Estavam embutidas 12 caixas de 400 RMS cada, da marca alemã Soundcraftsmen. Mesmo selo do meu mixer, pré amplificador e duas PA's com estabilização eletrônicas que faziam a "decoração" da torre ao lado do palco móvel.

-- Um espetáculo de som.

Se não me falha a memória?! O Carlos Barreto andou por lá.

Meu set era pesadão e o som era elouquecedor!!!

Descia, algumas vezes, da Cabine, para ouví-lo.

Hoje, mixo, virtualmente com 6 softwares que resultam no mesmo resultado.

O problema!? Que problema? Meu ouvido é afinado, apesar de não ter chegado, ainda, aqui, a placa de pré-escuta do MacBook Pro. Esse assombroso parceiro de estudos ritmicos.

Fiquem agora com 4 horas de paulada by DJ VAMP. Comprimidos num TEAC e descomprimidos magicamente pela obra e arte da WEB 2.0.

-- É, amigos. Aproveitem a vida.

P.S.: Meu provedor dedicado está, agora mesmo, processando o material.
Enquanto isso. Flanem por ai. Hehhe!!

7 comentários:

Carlos Barretto  disse...

O La Cage ficava quase na esquina da casa de minha mãe, Val André. Claro que eu andava por lá. Foi desta época que conheci o The Smiths, PIL, Dire Straits, U2, Simply Red, Simple Minds e tantos outros.
A casa era simplesmente sensacional. E vivia cheia.
Abs

Lafayette disse...

Lá no La Cage fumei meu primeiro careta.
E vi minha primeira paixão com outro. Como nem ela, nem o outro sabiam disto, meia hora depois a dor se foi.
No La Cage era assim: som pra todos os gostos, mas que dependiam do dia e do humor do Dj. ;-)
A sonzeira era porrada. Tinha dia que era puro rock, até os pesados mesmo. Tinha dia que era new age na vêia, inclusive com Bifecomxuxu direto.
Tinha dias de puro rock nacional. Lulu e cia, e até o Metrô e Ogeriza pintavam por lá, pelo La Cage.
Os sons que rolaram no 1º Rock in Rio, rolaram pelo La Cage, inclusive Nina Hagüen (é assim?).

Dancei muito de cara pra parede por lá.
Bons tempos... bons tempos.

Mauro disse...

Val-andré, bons tempos do Gemini Hot. Por onde anda o Paiva e o Pedro, tens notícias deles?

E o La Cage foi memorável, velhos tempos e com músicas que não fazem mais.

Anônimo disse...

O La Cage, foi a grande boite de Belém, tem gente que não se recuperou até hoje, uns foram e voltaram, outros engataram no retorno, encontrei outro dia com um desses exemplares, saudade ou sequela? sei lá!

Val-André Mutran  disse...

Mauro.
Perdi o contato com os dois.

Val-André Mutran  disse...

Anônimo das 11h00 alguns não seguraram a "onda".

Val-André Mutran  disse...

Eram ótimas bandas Carlos.
A maioria foi extinta ou está fora de atividade.
Bons tempos.