sexta-feira, 19 de maio de 2006

Apenas uma versão

Dizem que todo fato tem no mínimo 3 versões. A minha, a sua e a verdadeira. O R70 publicou hoje uma nota que representa apenas 1 versão:

Desespero

O Hospital Saúde da Mulher, na Pedreira, foi palco ontem de cena dramática. Depois de ver o filho único ficar sem atendimento desde as 9h, um pai se desesperou quando a criança começou a ter convulsão, já por volta de 17h30. Em meio a murros na porta e na mesa da sala onde estava o filho, ele gritava pedindo ajuda. Até que apareceram uma médica e três enfermeiros. O garoto, que apresentava sintomas de meningite, recebeu oxigênio e foi internado às pressas.


Médico daquele hospital informa a este blog que as coisas não teriam sido nada assim. O paciente em questão de fato esperou por atendimento desde às 9h da manhã no Hospital da Beneficente Portuguesa. Como não conseguiu o atendimento naquele hospital, só teria chegado ao Hospital Saúde da Mulher por volta de 16:30h trazido por uma ambulância do SAMU. Ao chegar no HSM, teria sido atendido, medicado e internado, sendo inclusive solicitado o acompanhamento por um neurologista. De fato a criança teria apresentado convulsões (fato comum nas meningites, se confirmado o diagnóstico, mas não exclusivo da doença) no curto espaço de tempo em que se tratava do leito para onde o menor seria encaminhado, tendo sido medicado adequadamente e em tempo hábil. A fonte em questão diz que existem registros documentando todo o trajeto do paciente (inclusive alguns obtidos junto ao SAMU) que serão usados possivelmente em ação judicial do HSM contra O Liberal e talvez contra o denunciante se mantiver sua versão.
O que não pode acontecer é o último hospital (justamente aquele que teria prestado o atendimento) ser responsabilizado pelo mal funcionamento de outro (o primeiro a ser procurado).
Contudo, o título da nota do R70 talvez esteja correto. No desespero, muitas vezes justificado, as pessoas falam mais do que deveriam e poderiam, acabando por atingir os alvos errados. Mas não podem comprometer a credibilidade de instituições de maneira gratuita ao arrepio da lei. A lei também existe para coibir este tipo de atitude.
É possível que haja conduta precipitada na denúncia publicada no R70. Do tipo "a vizinha me disse que".
Nada de se estranhar também.
(Observação Importante: Não trabalho no HSM)

2 comentários:

Anônimo disse...

Devem ajuizar a ação por danos morais, mas não esperem conseqüência prática. Eu próprio fui vítima da atitude aética desse jornal, ajuizei ação por danos morais, o juiz concedeu-me razão, mas recorreram, e recorreram, e recorreram, e dessa forma continuam se achando com o direito de achincalhar a imagem de pessoas decentes.

Carlos Barretto  disse...

Nestas horas, penso: enquanto não tivermos uma justiça realmente célere e eficiente, e que, principalmente, não reflita o poder econômico das partes, não teremos democracia.