terça-feira, 16 de maio de 2006

Estado negocia com bandidos para por fim à violência

Não acreditam? Mas é a verdade. A Folha Online informa que o secretário de Administração Penitenciária de São Paulo admitiu que a negociação ocorreu. Era isto então que o governandor Cláudio Lembo queria dizer quando afirmava em meio ao caos que "Tudo estava sob controle". Quem é afinal que deseja tripudiar sobre o povo? O desepero tucano em evitar que os confrontos de São Paulo manchem definitvamente a campanha de Alckmim à Presidencia da República é mais do que flagrante. É um escândalo. Agora, o sr. Marcola é a segunda autoridade pública do estado de São Paulo.
Que o sistema penal brasileiro é injusto, sobrecarregado e que precisa de mudanças urgentes ninguém discute. Mas negociar com bandidos é inaceitável!

Um comentário:

Anônimo disse...

E segue a barbárie em SP. Hoje, 18/05, estamos a caminho de uma semana de conflitos e a FSP noticia on line a morte de mais nove pessoas e dez ônibus queimados.
É difícil entre tantas palavras encontrar qual a mais adequada para expressar a conduta absurda do Governo do Estado de São Paulo, sem no entanto incorrer em grosseria com quem nos lê.
O governo paulista depois da morte de mais de 130 pessoas, só na primeira escalada da violência, demonstrando o apreço que têm pela preservação das instituições democráticas e pela vida de seus cidadãos, negociou um "cessar fogo" com os bandidos em troca deles de uma comezinha exigência: eles poderem assistir a copa do mundo na televisão e assim cantarem "A copa do mundo é nossa/ Com brasileiro não há quem possa".
Há quarenta corpos no IML de SP não reclamados, indicando, segundo uma autoridade da PM de SP, que a família não o faz porque os defuntos insepultos tem envolvimento com o crime.
De fato essa é uma possibilidade, mas há outra, maior, que é a de não reclamarem por receio de se exporem a violência policial. Corrobora essa hipótese o fato dos jornais haverem noticiado que a mãe e o irmão do bandido Capetinha, um dos líderes do PCC, foram retirados altas horas da noite da casa em que moravam, postos de joelhos e executados sumariamente no meio da rua. Os carrascos, segundo testemunhas, identificaram-se como policiais quando arrebentaram a porta do barraco. Isto aconteceu logo depois do segundo dia da guerra de guerrilha urbana declarada pelo PCC ao Palácio Bandeirantes e antes da tal trégua.
Por outro lado, o Governador de SP, num exercício de sociologia barata, culpa pelos fatos "uma certa elite branca" num arrazoado sem pé nem cabeça, que faria corar a mais cabeça oca das dondocas que frequentam a DASLU.
Mas, talvez seja coisa de classe mesmo, pois O Liberal, o órgão de comunicação dos tucanos no Pará, acha que tudo se resolve construindo mais penitenciárias no Estado. O idiota anônimo que sapecou essa asneira no Repórter 70 precisa de melhor adestramento para que compreenda que antes da algema e do porrete as pessoas precisam de cidadania, se é que ele sabe também o que esta palavra significa.
Se ele não sofresse certamente de analfabetismo ideológico não pensaria na solução mais e melhores cadeia squal como solução para um estado destituído de estratégia de desenvolvimento real, em que quase 13% de suas residências, segundo o IBGE, necessita ter seus moradores incluídos num programa de segurança alimentar por estarem em risco de subnutrição e desnutrição.
Desenvolvimento, explique-se ao arremedo de jornalista e aos donos de sua voz, não combina com fome, nem tão pouco com mais penitenciárias.