domingo, 21 de maio de 2006

Há algo de podre no reino da Dinamarca

O Diário do Pará hoje, mostra uma preocupante reportagem sobre possíveis irregularidades em compras executadas pela SESPA. Tratam-se de 3 unidades oftalmológicas adquiridas com dispensa de licitação (alegando exclusividade), superfaturadas em até 1,41 milhão!!! É muito dinheiro para não se procurar outros fornecedores, não é verdade? Qualquer homem público, com o mínimo de zelo pelo erário, deveria manifestar alguma preocupação em autorizar uma operação deste calado. Ou no mínimo não autorizá-la tão rapidamente (3 dias!!!).
Imagine-se você, um cidadão, dono de limitados recursos, ir a primeira loja de eletrodomésticos e adquirir, por exemplo, uma TV de Plasma por 15.000 reais. Mas, ao dobrar a esquina, encontra modelo similar por apenas 8.900 reais. Óbvio que você provavelmente não faria isso, a não ser que estivesse à caminho da insanidade. Ou comprar um apartamento por 890.000 reais se você conseguisse algo bem mais em conta por apenas 200.000, compatível com sua receita e suas prioridades.
Esta responsabilidade é exigida dos homens públicos ao lidarem com recursos públicos.
Tal fato é tão insólito, mas tão insólito, que justificaria a quebra do sigilo bancário dos responsáveis e uma busca de sinais evidentes de enriquecimento ilícito.

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