Latrinas fluviais

O Quinta Emenda comentou ontem a precariedade do transporte fluvial para o Marajó no post Muros e Latrinas. Há tempos venho observando que as balsas operadas pela empresa Envil de fato não apresentam condições dignas para favorecer o turismo na ilha. E velhos sonhos da região, como uma ponte ligando Salvaterra a Soure, não parecem cair no gosto das autoridades, certamente interessadas em manter as latrinas fluviais da Envil. Como diria o Juvêncio, não é saudável o ar que exala do transporte fluvial no Marajó.
Balsas velhas, com banheiros imundos e fedorentos, sem nenhum conforto, apenas uma área aparentemente "vip" com ar condicionado mas com poltronas de conforto duvidoso. Na área destinada aos veículos, permitem-se passageiros dentro dos carros (ao arrepio da lei) e muitos com som alto ligado (aqueles bregas horrorosos). Tudo isso, transforma o passeio até a ilha em um inferno. Mesmo quando lá existem empreendimentos sérios, com potencial turístico enorme.
Quem não se lembra da antiga Pousada Marajoara? Hoje, suas ruínas em Soure, são a prova cabal do mal que a precariedade do transporte fluvial causa à região e seus principais empreendimentos turísticos. Enquanto isso, a Pousada Ventania, da simpática Belga Oliva e Edvan Coutinho, sobrevive às intempéries com muita criatividade e absoluta dedicação. Utilizam a internet e uma grande rede de relacionamentos digitais para atrair seus hóspedes em Joanes, a maioria turistas estrangeiros. Se fossem depender do projeto turístico do governo estadual para a região, estariam falidos.
É Pará isso!