sexta-feira, 12 de maio de 2006

Salto Alto

Olha! Comprrender que a Bolívia é de fato um país miserável e que por anos sucumbiu econômicamente na geopolítica latina é uma coisa. Mas aceitar o que o Evo Morales em dobradinha com o Hugo Chaves andam fazendo e dizendo por aí, literalmente, são outros quinhentos. Até mesmo por que o Brasil não anda assim tão diferente dos demais países da América Latina. Quando se fala em Petrobrás, a tendencia natural do senso comum para o cidadão brasileiro é sair batendo no peito, lembrando os velhos chavões do "Petróleo é nosso". Trata-se no mínimo de superficialidade ou emocionalidade nacionalista. Há que se estudar e desenvolver a chamada visão macro. Mas definitivamente, o presidente da Bolívia anda com o salto muito alto ou com a boca muito grande.
Basta ler o que ele disse em Viena aqui. Mas a Petrobrás parece que vai começar a responder, como se pode ler aqui. Resta saber o que o governo brasileiro pretende continuar engolindo a respeito.

3 comentários:

Anônimo disse...

Justifica-se a indignação com a conduta bufa do Presidente Morales. O homem, certamente animado pelo ambicioso Hugo Chávez, não tem qualquer senso do rídiculo com o seu "brasileños GO HOME".
Contudo são absurdas outras afirmações do post.
A primeira delas é de que "o Brasil não anda assim tão diferente dos demais países da América Latina". Ora, como pode se afirmar tal exagero quando alguns fatos o contradizem:
1) O Brasil é a 8a./10a. economia do mundo, dependendo do método que se adote; 2)é o segundo maior PIB da AL (2004-fica atrás do México que mesmo assim não alcança a maior posição brasileira nos últimos quinze anos, e corresponde a 52,5% do PIB da América do Sul); 3) está praticamente zerando toda a sua outrora estrastoférica dívida externa (quitou FMI e Clube de Paris); 4) é o maior investidor em Ciência e Tecnologia do continente latino-americano (O Estado de São Paulo por sí aplica mais dinheiro em C & T que o México; 5) possui o maior sistema público de saúde do mundo, que garante desde vacinação ao transplante (a mezzo comunista China e Índia, os países mais populosos do mundo, não garantem vacinação gratuita para toda a sua população), sem esquecer sua política para AIDS, considerada também uma das mais avançadas tanto em prevenção quanto em tratamento com a oferta dos retrovirais.
Fique claro que essas lembranças não pretendem desfocar as nossas mais conhecidas e pesadas mazelas (concentração de renda e exclusão social), mas daí dizer que nós ficamos no mesmo patamar de uma Bolívia, de uma Venezuela, de um Equador, de um Paraguai... ou mesmo no limite até de um Chile, que tem crescido consistentemente mas possui uma economia infinitamente menor que a nossa, centrada em minério de Cobre e na indústria do vinho, é biles demais.
Mas, parece que o homem estava mesmo pe da vida hoje...
Não satisfeito em rebaixar o nosso País, ajuíza que o brasileiro tem imagem superficial e emocional da Petrobras S/A, com base em um nacionalismo fora de moda.
Felizmente, ao contrário, a Petrobrás de fato é uma das principais empresas petrolíferas do mundo, e ao se dizer isto não se deve pensar no % de petróleo que ela produz em relação a produção mundial, ou de que isto é obra de algum marqueteiro brasileiro mesmerizado pelo Gushiken. Trata-se de conclusão sobre o peso específico da empresa brasileira no seletíssimo clube dos produtores mundiais de petróleo, onde o valor principal é a competitividade como expressão de inteligência e da tecnologia agregada nas empesas. Para melhor ilustrar a questão: no estudo World's Most Sustainable and Ethical Oil Companies-2006, a Petrobras S/A só fica atrás da gigante Exxon Shell, Dr. Barretto!
Também na linha desse contraditório, e especialmente aos que acham que Lula está chutando para a platéia quando discursa sobre a auto-suficiência brasileira em relação ao petróleo, a série histórica confirma a tendência de redução da dependência externa (em 2000 importávamos em milhões de barris 22,025 e em 2003 6,354)! Hoje, inegavelmente, nossa maior fragilidade é mais de Gás Natural do que de óleo e a crise energética desse século é, por essa e outras razões, bem diferente daquela vivida por nossa geração nos anos 70 com a OPEP!
Então para que estimular "lo que hace malo a sangre"? Estimular a baixa estima nacional, não é por aí nem por rima ou solução.

Carlos Barretto  disse...

Anônimo. Definitivamente quem está "p" da vida deve ser vc. E já com efeitos colaterais desagradáveis no contexto desta mídia, que é a verborragia.
Vc não entendeu nada mesmo, provavelmente na sanha de defesa prévia do presidente Lula. Cuidado pois isso pode nebular o raciocínio crítico. Quando eu falo "Até mesmo por que o Brasil não anda assim tão diferente dos demais países da América Latina", refiro-me especificamente ao fato de termos em comum estarmos sob influencia da mesma geopolítica da américa latina, dominada pelos EUA.
Apenas em relação a isso. No mais, concordo com vc.
Já sobre a Petrobrás, vc também deve estar inflado demais como situacionista. Apenas fiz o comentário por achar que a Petrobrás tem mesmo melhores qualidades a serem observadas além da vã e nacionalista batida no peito repetindo os chavões do passado com a história do "Petróleo é nosso". Não entro nessa, preferindo ouvir e ver arrazoados mais sólidos como o que vc acabou fazendo. Mas modere-se meu amigo, pois vc está passando um pouquinho do ponto. E ninguém quer "Estimular a baixa estima nacional". Mas apenas provocar aqueles hiperinsuflados como vc parece estar na maioria dos momentos.
Mas continua muito bem vindo a este blog, que quer mesmo é este tipo de participação.

Abraços

Anônimo disse...

Ah, agora deu sentido. Boa rima e solução: com essas notas de rodapé o seu raciocínio antes publicado fica melhor inflado, digo, explicado. Quanto aos seus temores, tranquilize-se, sou virgiano em nível crítico. Não é qualquer lero que me leva no bico.