terça-feira, 5 de setembro de 2006

História do Hospital Barros Barreto - Cap. 5

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DO HOSPITAL BARROS BARRETO

Aristóteles Guilliod de Miranda

Com o pedido de demissão do Dr. Antonio Lobão, assume interinamente em 15 de abril de 1961 o Dr. Almir Gabriel, que estava em Belém de férias de seu curso de cirurgia torácica no Sanatório de Curicica, ficando no cargo até 16 de maio, quando assume o Dr. Raimundo Pereira de Oliveira. Neste período, no Sanatório, seriam realizadas cirurgias cardíacas pelo Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, durante a Semana de Cardiologia promovida pela Faculdade de Medicina e a Sociedade Paraense de Cardiologia.

De volta a Belém em 1962, o Dr. Almir Gabriel passa a fazer parte do corpo clínico do Sanatório. O hospital tinha somente 40% de sua estrutura física pronta, em condições de funcionamento. Em uma única ala acabada, de seis pavimentos, funcionavam no primeiro a administração e os serviços; no segundo as enfermarias de clínica tisiológica e o refeitório; no terceiro a clínica cirúrgica e o centro de cirurgia. Os demais pavimentos precisavam de acabamento.

Com a chegada do Dr. Almir Gabriel inicia-se a cirurgia de tórax no Barros Barreto, contando com o auxílio do Dr. Alexandre Santos, cirurgião do Domingos Freire, e de Socorro Gabriel enfermeira, além do Dr. Rui Ventura, anestesista.

Ainda em 1962 o Dr.Almir Gabriel assume a direção efetiva do Sanatório buscando uma reordenação do hospital, com o estabelecimento de normas e controles indispensáveis ao seu funcionamento. O médico Ernani Motta passa a chefiar o Departamento Administrativo, sendo contratados mais três tisiologistas: José Felix, Alcir Araújo e Walry Ferreira; para a cirurgia Jorge Loureiro do Amaral, Nilo Almeida e Isaac Benchimol; para anestesia Ronaldo Acatauassu Nunes. O Centro de Estudos é fortalecido como meio de aperfeiçoamento profissional. As obras permitem o funcionamento do 4º, 5º e 6º andares e o restante do 3º da ala oeste, com a abertura de dez leitos para pneumopatias não tuberculosa. O hospital tem sua capacidade ampliada em mais 140 leitos, passando a atender emergências cirúrgicas do tórax não-tuberculosas, leões de esôfago, câncer de pulmão, etc.

Após a gestão de Almir Gabriel sucedem-no na Direção do hospital: Lindolfo Pedro Ayres, Valry Ferreira e Luis Eduardo Soares Carneiro, retornando Almir Gabriel em 1971, ficando no cargo até 1976. Desse período são as obras de recuperação de telhados, aterros do terreno, reforma do sistema de vapor, etc. concluídas até 1974.

A partir de 1976, com a mudança no paradigma do tratamento da tuberculose, em função do aparecimento de novos quimioterápicos, o então sanatório é transformado emITAL hospital de doenças infecto-contagiosas, passando a prestar assistência ambulatorial para controle da doença.

Em dezembro de 1977, já sob a denominação de Hospital Barros Barreto, o Diretor Substituto José Henrique Vergolino assume a gestão do imóvel entregue pela Divisão Nacional de Tuberculose, mediante cessão de uso. Na ocasião o hospital contava com: centro cirúrgico e centro de material, centro obstétrico, centro de estudos, unidade de internação, emergência, repouso, consultas externas, serviços de arquivo médico e estatística, nutrição e dietética, centro de terapia ocupacional, pediatria, unidades de isolamento, centro médico(raiosX, laboratório, odontologia, provas funcionais e cardio-respiratórias). Com a conclusão das obras ocorre a ampliação do número de leitos, passando de 250 para 400.

Pela portaria assinada pelo ministro da saúde, em 1983, o hospital passa a se chamar Hospital João de Barros Barreto.

Foram diretores após o Dr. Vergolino os seguintes, André Luis Loureiro Valle, Alexandre Santos e Isaac Benchimol,

Em 1990 o hospital é cedido à Universidade Federal do Pará, passando a funcionar como hospital escola, um antigo sonho do curso de medicina, agora com a denominação de Hospital Universitário João de Barros Barreto, constituindo-se em hospital de referência para DIP, Pneumologia e cirurgia, sendo a residência em cirurgia geral a primeira a funcionar, dentro dos novos moldes, no agora hospital universitário. Atualmente, no hospital, acontecem atividades da graduação, com internato inclusive, além de pós-graduação modalidade residência médica nas áreas de clínica médica, DIP, pneumologia, pediatria e cirurgia. Nesta nova fase lembramos os nomes de Leila El Hosn, Elisa Viana Sá, Anselmo Oliveira, Octavio Cascaes Dourado, Murilo Morhy como diretores, sendo a Dra. Elisa Sá a atual diretora.

Gostaria de registrar e agradecer a colaboração da bibliotecária Vera Lúcia dos Santos Carvalho, da assistente social Maria Josefa Joviniano Quadros e da jornalista Roberta Vilanova, esperando que mais pessoas se engajem num projeto mais amplo para que se possa realmente escrever a história do Hospital Barros Barreto.

Belém, 27 de agosto de 2003

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