sexta-feira, 24 de novembro de 2006

O revisionista



Foto: SERGIO DUTTI/AGÊNCIA ESTADO/AE

Carlos Alberto Brilhante Ulstra, coronel do exército brasileiro, é atualmente o único militar brasileiro que responde a processo por tortura física e psicológica contra uma família inteira, praticada em unidade repressiva da ditadura militar sob seu comando. Na época, segundo testemunhas, os atos foram praticados inclusive na presença e contra uma criança, hoje adulta.
A acusação não é inédita, contudo. Anos atrás, no governo do Presidente Sarney, servindo na Embaixada brasileira no Uruguai, foi denunciado pela artista Bete Mendes, também vítima da truculência dele, que se identificava nos porões da ditadura militar como capitão Ubirajara.
Sentindo o cerco apertar, identificado pela organização Tortura Nunca Mais para responder por atos contrários à dignidade e à integridade física de prisioneiros sob a guarda do estado, publicou livro em que reescreve a história pessoal, apresentando-se como vítima de circunstâncias e homem respeitador dos direitos humanos.
Não adiantou. Veio o processo e agora ele mantem reuniões em churrascarias de Brasília, mobilizando com antigos companheiros de armas e campanhas, certamente para lembrar dos velhos tempos, e, lógico, manter pressão sobre a justiça que deverá enfim ser feita.

4 comentários:

Anônimo disse...

A cultura da impunidade, que trava o Brasil e disvirtua as melhores espectativas, além de tirar quaisquer esperanças de um porvir melhor à sociedade brasileira, teve uma grande contribuição desses 21 anos de ditadura militar, coroados pela anistia absoluta(?).
Senhores Militares Brasileiros, se desejamos ter um pais justo e um povo cidadão, temos que começar a reconhecer que a impunidade não mais deve prosperar e que quem delinqüiu e ou transgrediu deve pagar, nem que seja tão e somente
com um mero reconhecimento de seus maus atos e talvez um pedido de perdão! Viva o Brasil!

Anônimo disse...

Pois o torturador, cruel e desumano, foi recepcionado por gorilas ainda ávidos de sangue, como um herói da ditadura militar. A homenagem teve como apresentador ninguém mais ninguém menos que Jarbas Passarinho, um falso beato que jura ser cristão mas traz na alma o prazer pelos hábitos torturadores. Isso é fruto de sua formação inquisidora.Saudoso de suas façanhas junto aos monstros que dominaram o País, como Costa e Silva e Garrastazu Medici, Passarinho é aquele que manda às favas seus escrúpulos quando se trata de se divertir com o sofrimento dos torturados. E ainda escreve copiosos e fascistas artigos em O Liberal!

Anônimo disse...

Eu bem suspeitei que o segundo careca no canto inferior direito da foto fosse a do Passarinho.
Não é de espantar se portar como mestre de cerimônia para o Ulstra. O nacional acreano ficou tristemente conhecido ao mandar seus escrúpulos às favas para assinar o AI-5.
É com esta frase tristemente bombástica que ele passará para história. Não por seus rabiscos publicados nO Liberal.

Anônimo disse...

O Coronel Passarinho é bem conhecido pela flexibilidade de suas opiniões quando se trata de defender a direita, seja ela de que qualidade for. Lembro-me que, às vésperas da eleição de Collor, o velho golpista de 64 saiu a público dizendo que se mudaria para o Paraguai, se o candidato do extinto PRN fosse eleito.
Uma vez eleito Collor, não deu outra. Lampreiro o Coronel Passarinho logo aceitou o convite do novo presidente da República, e virou Ministro da Justiça, sem precisar ir jogar pif-paf com os fascistas de Assunção.
Pois é o arauto da moral, dos bons costumes, do anti-comunismo, da lisura nos negócios públicos, rasgou de novo os escrúpulos e foi ser ministro da Justiça do mais corrupto de todos os governos que passaram pela República brasileira.