terça-feira, 30 de outubro de 2007

Gibi

Curioso é que a Veja, revista semanal mais lida do país, nada informou sobre o imbróglio (aliás, crime, pois imbróglio é palavra leve demais) em sua última edição. O escândalo estourou há uma semana e necas de reportagem. Da primeira à ultima folha, sobre o assunto só há uma nota escorregadia de página inteira, paga pela Parlamat, asseverando a qualidade de seus produtos. Afirma a Parmalat que o material fornecido pelas cooperativas acusadas “representava cerca de 1% do leite que processamos”.

É de se perguntar se a Veja acredita que a notícia não tem importância e interesse coletivo suficientes para barrar o espaço de outras reportagens da mesma edição – como, por exemplo, a assinada pelo repórter Marcelo Carneiro, que fala de uma testemunha não identificada que “revelou” a suposta prática de crime de pedofilia pelo padre Júlio Lancellotti.

Em lugar de divulgar fatos – as cooperativas de laticínios vinham sendo investigadas pela PF há mais de um ano –, a revista prefere divulgar hipóteses. Parece que Roberto Civita já ouviu falar de Magalhães Barata e sua máxima: aos amigos, as benesses da lei; aos inimigos, seus rigores.

2 comentários:

morenocris disse...

Mas na nossa imprensa ainda não vi nada tb. Confesso que ainda não li O Liberal. Vamos ver!

Beijos.

Ah! tem uma nota no Repórter Diário, mas precisamos saber da procedência de nosso leite, os que são oferecidos nos supermercados.

Beijos.

Francisco Rocha Junior disse...

Cris, a marca Parmalat e outras "menos votadas", ao que consta, compram quase toda sua matéria prima de cooperativas. Andam falando, ademais, que outras cooperativas, além das flagradas, adotam os mesmo procedimento.
O caso é sério mesmo. E muitos ficam calados.