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Vós, dotadas de belezas pela Musa de seios floridos,
filhas, aplicai-vos também ao canto límpido da lira:
Eu que fui delicada outrora, agora já a tez da velhice
me alcançou, brancos tornaram-se os cabelos negros;
Meu coração se fez pesado, os joelhos já não levam
quem foi lépida dançarina, certa vez, como um fauno.
Lamento-me dia após dia; mas que posso eu fazer?
Não envelhecer, para o homem, é um caso impossível.
Assim contam que Aurora, apaixonada, em braços róseos
carregou Titônio, levando-o até o extremo da terra,
quando belo e jovem – mas este igualmente foi calçado
pelo tempo grisalho da velhice, tendo uma esposa imortal...
(Fragmento de Poema Sáfico. Trad. Fernando Santoro. Brasil, 2005)
Um comentário:
E veja só: Safo sem malícia, falando do tempo, da velhice, da vida. Gostei bastante.
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