Barack Obama segue em seu round pela Europa. No bolso, o discurso mal enjambrado que sinaliza uma nova ordem mundial com base na constituição de um bloco de países ricos, liderados pelos norte-americanos, contra o terrorismo.
Nada como mobilizar o medo das pessoas em torno da simbologia de que o mal são os outros, estratégia também usada de forma grosseira pela revista New Yorker, contra o atual candidato democrata à cadeira ocupada pelo presidente Bush.
Na janotice do discurso, nenhuma palavra sobre o verdadeiro mal que enraíza o terrorismo no mundo: a pobreza, o isolamento cultural e político dos povos muçulmanos no Oriente Médio. Nenhuma palavra sobre a abismal desigualdade social intercontinental, que divide pela fome a Humanidade, separando os povos entre aqueles que vomitam de tanto comer e os que nada tem para comer, como duramente distinguiu Dom Hélder Câmara nos anos 80 passados.
Face ao tema abordado, de Obama nem sequer ouviu-se um muxoxo sobre a face vergonhosa da república que pretende liderar, acostumada secularmente a rasgar tratados internacionais e usar da força para fazer valer seus interesses nos quatro cantos do mundo, de que é exemplo o protagonismo em páginas vergonhosas como My Lai no Vietnã e as atuais Guantánamo e Abu Graib.
Mas, é Obama, frente aos sinais de declínio e ineficiência do modelo hegemônico norte-americano, o melhor do pior dos líderes apresentados ao mundo pelo stablishement norte-americano desde JFK. Com seu terninho bem cortado, seu sorriso largo e voz educadamente bem nivelada, Barack fala mais pelo o que não diz.
Nada como mobilizar o medo das pessoas em torno da simbologia de que o mal são os outros, estratégia também usada de forma grosseira pela revista New Yorker, contra o atual candidato democrata à cadeira ocupada pelo presidente Bush.
Na janotice do discurso, nenhuma palavra sobre o verdadeiro mal que enraíza o terrorismo no mundo: a pobreza, o isolamento cultural e político dos povos muçulmanos no Oriente Médio. Nenhuma palavra sobre a abismal desigualdade social intercontinental, que divide pela fome a Humanidade, separando os povos entre aqueles que vomitam de tanto comer e os que nada tem para comer, como duramente distinguiu Dom Hélder Câmara nos anos 80 passados.
Face ao tema abordado, de Obama nem sequer ouviu-se um muxoxo sobre a face vergonhosa da república que pretende liderar, acostumada secularmente a rasgar tratados internacionais e usar da força para fazer valer seus interesses nos quatro cantos do mundo, de que é exemplo o protagonismo em páginas vergonhosas como My Lai no Vietnã e as atuais Guantánamo e Abu Graib.
Mas, é Obama, frente aos sinais de declínio e ineficiência do modelo hegemônico norte-americano, o melhor do pior dos líderes apresentados ao mundo pelo stablishement norte-americano desde JFK. Com seu terninho bem cortado, seu sorriso largo e voz educadamente bem nivelada, Barack fala mais pelo o que não diz.
9 comentários:
Oliver,
Se questionado sobre isso, o que dira Duda Mendonça?
Talvez que "primeiro é preciso ganhar a eleição... depois, bem depois é outra estória."
Ou não é assim?
É assim para quem se apresenta no palco político como tal. Definitivamente, o marketing político é uma força operativa nada desprezível, que pode arriscar o equilíbrio democrático e levar à impasses institucionais. Entre nós, constitui exemplo a eleição e o governo de Fernando Collor de Mello.
Na sua opinião, vê alguma relação em Collor e o Man of Color do ianques?
Antonio,
Men of Color somos todos nós da espécie humana. Os que não tem cor são os fantasmas que, reza a tradição, incorpóreos, são de natureza transparente...
Guardada as devidas proporções, diria que Obama lembra de algum modo a superficialidade de Collor, e muito menos a profundidade de um Jesse Jackson, senador democrata e pastor negro, oriundo da luta dos direitos civis, que, embora considerado entre os mais influentes líderes políticos norte-americanos, foi derrotado nas eleições para presidência dos EUA, nas campanhas de 1984 e 1988.
Oliver,
Não me compreenda mal pois não há qualquer conotação racista no meu comentário. Mesmo assim obrigado pela oportunidade de esclarecer isso.
Voltando ao ponto. Entre o negro Obama e o branquelo McCain, sincermente e na minha modesta opinião, não há o que discutir, eu ficaria com Obama. Menos pelo charme e eloquência e muito mais por se tratar da escolha mais acertada para o atual contexto norte-americano e mundial.
Quanto ao perfil de Jesse Jackson, eu concordo com as suas observações. Porém, me parece claro que não há qualquer possibilidade real de sucesso para uma candidatura dele em um futuro próximo e as chances de que isso ocorram a longo prazo são também cada vez menores.
Obs: aqui - assim como no comentário anterior - as referências a cor da pele dos candidatos são intencionais: tanto para fugir do ridículo (vazio) do politicamente correto, como mais importante ainda, para enfatizar o orgulho racial. Postura inclusive defendida, alinhada ao pensamento e conduta do senador Jesse Jackson, citado por você.
Antonio,
Não me animo com o cenário Obama x McCain - que é o que está posto. Se observarmos as ações de Clinton em política externa, observaremos que no mérito não se difereciam daquelas realizadas por Bush, que, obviamente,deu a elas magnitude e truculência própria dos republicanos.
Realmente não há qualquer possibilidade de uma candidatura Jackson ser bem sucedida. Ele é esquerda demais para o padrão dos eleitores norte-americanos.A propósito, apesar dele apoiar publicamente Obama, outro dia, em um programa de TV, um microfone aberto captou algumas considerações nada lisonjeiras de Jackson sobre Obama. O incidente obrigou-o a pedir desculpas públicas pelas palavras que usou.
Abs.
Pois é, eu assisti ao comentário do reverendo e achei aquilo cômico e ao mesmo tempo constrangedor.
A única diferença entre esse episódio e a saia justa anterior, provocada pelas declarações do pastor da igreja que Obama frequenta, está no fato de que o pastor foi mais sincero.
Sobre os anos Clinton eu diria que o legado em vários aspectos é ruim não apenas no que se refere a política externa, apesar da exuberância econômica do período. O governo Clinton esteve envolvido em escandânlos de corrupção, de favorecimento ilícito e essencialmente não realizou os investimentos necessários em áreas sensíveis como segurança e saúde pública.
Em resumo, levando-se em consideração aquilo que a realidade nos impõe (ou melhor, aos norte-americanos), entre a candidatura de Obama e McCain, não fica muito difícil a escolha do primeiro.
Ah, sim. Embora, em política, eleição finaliza quando todos os votos da última urna são contados e validados. Que o diga Mr. Bush Jr.! Rsrsrs.
É isso aí!
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