segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Como converter seu velho vinil para mp3


ION TTUSB05XL

Os amantes de música sofrem. Como ávidos consumidores de boa música, quando podem, sempre buscam estar afinados com a melhor tecnologia capaz de reproduzir suas músicas preferidas. E os mais assanhados, vez por outra vêem-se envolvidos em dilemas provocados pelo avanço de uma tecnologia, geralmente precedida pela morte gradual de outra.
Foi assim com a virada do vinil para o CD.
Muitos ainda mantém em funcionamento à duras penas, velhos pick ups (ou pratos), conectados a seu sistema de som. Outros, defintivamente não conseguiram mantê-los e acabaram com uma pilha de vinis encostados em algum canto da casa, ocupando valioso espaço. Este foi o meu caso e já manifestei esta ansiedade em vários momentos neste blog.
Minhas esperanças em resolver o problema aumentaram com o lançamento deste produto em janeiro deste ano, comentado em post específico no Flanar.
Lendo análise da imprensa especializada, animei-me em encontrá-lo. E finalmente, encontrei-o em uma loja online pouco conhecida (para aqueles que se interessarem, por favor, pesquisem no Buscapé). Não era exatamente o mesmo produto anunciado no post, já com o dock para iPod, posibilitando a transferência imediata para o player da Apple. Mas resolve defintivamente duas de minhas preocupações: voltar a ouvir meus vinis e converter algumas faixas para mp3.
Trata-se do ION TTUSB05XL, fabricado pela empresa ION Audio. Vale a pena visitar o sítio que mostra muitas outras opções de produtos para audiófilos. Trata-se de um prato, com duas saídas RCA Stereo e uma USB.

Agora vamos as minhas impressões iniciais sobre o produto.
Em primeiro lugar, trata-se de um enorme trambolho. Mas não poderia ser diferente. Afinal, estamos falando de um dispositivo para executar os velhos discos de vinil.
Abri a enorme caixa de 45 x 39 cm e cerca de 15 cm de altura e encontrei o produto adequadamente embalado, protegido com isopor. Vem acompanhado de um cabo USB comum e software para Windows e MAC OSX (claro que eu já sabia deste importante detalhe ao tomar a decisão de adquirir o produto).
Logo em seguida, o primeiro problema, típico dos produtos recém lançados e em fase de amadurecimento: documentação (manuais e troubleshooting) resumida e escassa. Tal fato me saltou aos olhos ao enfrentar a primeira dificuldade que relato a seguir.
Ansioso, parti para a instalação dos softwares fornecidos para MAC OSX: um conversor de áudio analógico/digital EZ Audio Converter, e o conhecido software de edição de música open source Audacity.
Com o primeiro, você "grava" a faixa executada no pick up em seu computador. Com o segundo, você exclui os ruídos (lembram que os vinis fazem ruídos??), diminui os espaços antes do início e ao fim de cada faixa, além de poder melhorar o áudio, equalizando a música à seu gosto.
O EZ Audio Converter é um software desenhado no perfil idiots proof, com uma sequência de caixas de diálogo que vão conduzindo o usuário até a finalização da captura e conversão da faixa do vinil para mp3. Ao final do processo, o software se propõe a abrir o iTunes e salvar o arquivo digital em sua biblioteca.
Primeira observação: é indispensável possuir o iTunes. Seja em Windows ou MAC OSX.
Acontece que ao tentar seguir este processo, o software empacou, informando que o EZ não conseguia abrir a biblioteca do iTunes (ou algo que o valha). E tudo parava neste ponto!
Para meu desespero, nem fechar o EZ eu conseguia mais. Tinha que utilizar o recurso Forçar Encerrar do Mac OSX. Ou seja, uma travada vergonhosa.

Repeti a sequência várias vezes e tudo acontecia da mesma maneira. A esta altura, já recitava alguns mantras tibetanos para manter a calma e ir em busca de informação adequada. Após um intervalo de 24 h para meditar e acalmar os nervos, segui então o caminho natural. Entrei no sítio do fabricante e encontrei um fórum. (Uau! Eles tem um fórum!)
Adentrar em fóruns de fabricantes não é exatamente a coisa mais agradável de se fazer na web. Mas neste caso e em muitos outros, pode ser a solução de seus problemas.
Pois foi lá que acabei por encontrar a solução que deixou o equipamento funcionando redondinho da silva. Óbvio que muitos outros early adopters (como gosta de se referir o asf@web) lá estavam com o mesmíssimo problema.
Após ler as soluções propostas pelo suporte da ION em resposta aos usuários, acabei por descobrir que a solução para este problema é espantosamente simples. À ponto de nos trazer o obrigatório questionamento da razão pela qual o fabricante não a incluiu logo na escassa documentação fornecida.
A coisa só funciona errado se você já possui o iTunes previamente instalado!!!!
Ora bolas!? Qual usuário de Mac OSX não o possui previamente instalado???

A solução portanto é a seguinte e se aplica somente aos usuários de Mac OSX. Siga a sequência religiosamente (e ponha religiosamente nisso):

1) Se você já possui o iTunes instalado, desinstale-o completamente;
2) Se você chegou a instalar o EZ Audio Converter, desinstale-o completamente também;
3) Baixe a última versão do iTunes da Apple.com;
4) Reinstale primeiro o EZ Audio Converter, de preferência, a versão fornecida no sítio da ION;
5) Reinstale finalmente a última versão do iTunes.

Pronto! Tudo vai funcionar bem e adianto que os arquivos são convertidos à taxa de 256 kbps (alta qualidade) e ficam enormes (3 minutos, cerca de 7 megabytes). Mas com excelente fidelidade. O chato é ter que ficar escutando a música enquanto é capturada. Mas isso, para quem é audiófilo, não é exatamente um problema.
Além do mais, terminada a sessão de captura das faixas para o seu computador, é só retirar o produto e conectá-lo ao seu sistema de áudio através das 2 saídas RCA. Tudo vai funcionar como antigamente. Mas prepare espaço no seu home theater. Afinal você estará adicionando a ele um trambolho.
Mas o prazer de ouvir novamente aquelas velhas músicas, vale a aventura de possuí-lo.
Mas atenção usuários de Windows. No seu caso, o software fornecido para conversão é o EZ Vinyl Converter e parece ser obrigatória a instalação do iTunes também. No fórum da ION Audio, existem problemas relatados por uma centena de usuários. Melhor dar uma passadinha lá para ver se já existem soluções disponíveis pelo suporte da ION. Como sou usuário de Mac, só posso avaliar em Mac OSX. Desculpem por este problema, mas por aqui, as coisas andam normalmente. :-)

Links importantes:

9 comentários:

Itajaí disse...

Não te falei que era um trambolho? Mas, legal que ele funciona direitinho. Os salões Flanar terão assim uma trilha sonora mais rica. Rsrsrs.

Carlos Barretto  disse...

Pois é. É pena que meus filhos tenham agora, mais um motivo para me chamar de velho. Coisas que eles já adoravam fazer, ao me verem assistindo uma versão em DVD de "Cantando na chuva" com Gene Kelly e seu belíssimo sapateado.
E olha que "Cantando na chuva" foi produzido em uma época que sequer meu irmão mais velho tinha nascido.
Rsss...

Anônimo disse...

Sobre o problema da abertura (importação) automática do iTunes, acredito que uma possível solução (em lugar de re-instalar o software) seria o seguinte:

1- Abrir o iTunes;
2- iTune > Preferências;
3- Selecionar Avançado;
4- Selecionar a opção 'Importando';
5- Selecionar 'Importar Usando: Codificador MP3'; e Configuração: Melhor Qualidade (256 kbps).

O problema possivelmente ocorre por uma incompatibilidade de formato do arquivo que está sendo passado para o iTunes.

Há também a possibilidade (na minha opinião improvável, pois depois de re-instalar o iTunes ele funciona) de que os desenvolvedores do software de gravação estejam passando parâmetros errados para a abertura do iTunes, ou usando um API errada ou descontinuada.

O importante mesmo é que agora está funcionando. ;-)

Carlos Barretto  disse...

Pode ser, Antonio. Levando em conta o baixo amadurecimento do produto, tudo é possível.
Durante minha aventura pelo fórum da ION, o pessoal do suporte chegou a admitir a existência de um "bug" e que por ora, recomendava a desinstalação da versão atual do iTunes (7.71) com instalação da versão mais velha (7.1 !!!) contida no CD.
Algo inaceitável para usuários de iPods.
Daí que, por minha conta, resolvi desinstalar tudo e fazer na sequência que ora apresentei no post.
Deu certo!
E deixei a dica lá no fórum.
Mas a sua primeira sugestão pode dar certo sim. Contudo, já que está tudo funcionando...
Abs

Itajaí disse...

Meu caro, velhos não somos, porém um pouco mais experimentados. Ao menos tecnologicamente. Afinal, somos da geração da máquina de escrever (mecânica, elétrica), da fotografia revelada quimicamente - tu, então, foste um apaixonado da Polaroid! - do videocassete (VHS e Betamax), dos computadores XT, da mobilette, do disco compacto, do lp, da fita cassete, do gravador de rolo (AKAI, sofisticadíssimo e uma bela peça decorativa hoje), do walkman, do rádio valvulado e transistorizado, do joguinho packman e mais uma infinidade de outras tantas quinquilharias, hoje quase que em desuso, mas ainda vivas em nossas memórias.

Yúdice Andrade disse...

Caríssimo Bar, nosso assessor para assuntos tecnológicos: o que o senhor acha disto?http://blogdoalencar.blogspot.com/2008/09/internet-pela-rede-eltrica.html

Anônimo disse...

Yúdice e Flanar,

Permitam minha intromissão para comentar sobre PLC:

A tecnologia já existe faz algum tempo, mas ainda é pouco utilizada (especialmente no Brasil).

Uma de suas aplicações mais imediatas e óbvias é a distribuição de conectividadade em condomínios. Além da aplicabilidade em diferentes cenários.

Se você quiser experimentá-la pode fazer isso hoje mesmo e a um custo bastante reduzido. As lojas de produtos de informática vendem adaptadores de fácil instalação. Você pode utilizá-los por eexemplo para levar um sinal ADSL (Velox) de um cômodo a outro de sua casa (dentre outras coisas).

Funciona assim: você conecta o adaptador em uma tomada de alimentação elétrica no cômodo em que encontra-se o seu roteador ADSL, no mesmo adaptador você conecta o cabo de rede (ligado ao roteador). No outro cômodo você conecta na tomanda um outro adpatador, um cabo de rede e liga este cabo de rede ao micro.

Pronto, você criou uma rede ponto a ponto utilizando a fiação da instalação elétrica de sua casa e não mais uma rede sem fio ou switchs e cabos de rede (rede cabeada convencional).

No Brasil eu acredito que uma aplicação maravilhosa da PLC seria para inclusão digital. Onde a um custo realmente baixo (de instalação e manutenção) seria possível prover conectividade a Internet de alta qualidade em conjuntos de prédios populares.

Carlos Barretto  disse...

Seria interessante, Antonio, complementando sua excelente resposta, um comparativo das velocidades máximas alcançadas da PLC, frente a rede cabeada e wireless.
E também com uma visão de seus problemas.
Pelo que li, apesar do baixo custo, seria uma tecnologia comparativamente mais lenta do que certas configurações wireless (aliás, cada vez mais baratas, mas não tanto quanto as PLC se somarmos todo o hardware necessário para implantá-las).
Mas sem nenhuma dúvida, por isso mesmo, é uma excelente alternativa para a inclusão digital, tendo em vista o uso da internet exigir apenas uma fração da potencialidade desta rede.
O que vc acha?

Abs

Anônimo disse...

Flanar,

Como sempre uma ótima (e recomendável) fonte de consulta para aqueles que desejam informações sobre a Power Line Communications (dentre muitos outros assuntos) é a enciclopéia livre Wikipedia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/PLC
http://en.wikipedia.org/wiki/Power_line_communication

Inclusive na versão em português está disponível um box (na lateral esquerda) para consulta sobre as principais tecnologias disponíveis para acesso à Internet.

Quanto a performance da PLC isso depende da geração da tecnologia será utilizada. A tendência obviamente é da expansão nessa capacidade (como ocorre com outras tecnologias). Os primeiro equipamentos suportavam largura de banda de de 4,5 Mbps, passando para 14 Mbps, 75 Mbps e hoje chegando até 200 Mbps.

Por servir de exempplo, o equipamento do cenário sugerido no comentário anterior possue conector padrão 802.3u (ou seja, para redes Fast Ethernet) e funciona com taxas de transmissão de dados de 14 Mbps, custando menos de R$ 200,00. Essa performance é muitas vezes maior do que a capacidade dos links de acesso à Internet comercilizados ao usuário final hoje no Brasil.

Eu particularmente aposto em um futuro sem fios, principalmente pelo fator ubiquidade. Mas é justamente pelo mesmo motivo a PLC desperta tanto interesse - pelo menos enquanto tecnologias como Ecoupled Wireless Power não se desenvolvem mais (Assista a esse vídeo).