Há uma semana completaram-se 70 anos da chamada Kristallnacht, ou Noite de Cristal, quando sinagogas, lojas e lares judeus foram apedrejados por toda a Alemanha e Áustria, em 9 de novembro de 1938. O evento assinala o início efetivo da perseguição empreendida pelo Terceiro Reich aos descendentes de Davi. A história é relatada em um famoso livro do historiador britânico Martin Gilbert (em português, há uma versão da Ediouro).
Volta e meia, o fantasma do nazismo volta a rondar a Europa. As manifestações de intolerância racial, notadamente contra judeus e estrangeiros, comprovam que o odioso espírito hitlerista ainda sobrevive, qual brasa escondida sob cinzas, em uma parte do antigo continente. Hoje, por exemplo, os jornais relataram que cemitérios judeus foram profanados no leste germânico, nas cidades de Erfurt e Gotha.
Na Áustria, Jörg Haider, líder político de extrema direita morto recentemente em uma acidente de carro, transformou seu partido no 4o maior do país, detentor de 10% dos votos na última eleição para o parlamento austríaco.
Na França, o ultra-nacionalista Jean Marie Le Pen arriscou ser eleito presidente, na votação que deu o segundo mandato a Jacques Chirac, e só não o foi porque o povo francês compareceu maciçamente nas urnas, contrariando uma tendência histórica de aumento da abstenção nas eleições francesas.
O povo europeu deve ficar sempre atento a este espectro. Sua responsabilidade está em barrar e reprimir atos e condutas de tal natureza. Não há como se eximir de tal obrigação.
Um comentário:
Olho vivo que identifique e denuncie os criminosos políticos, de direita ou de esquerda - do qual o mais feroz deles foi Pol Pot - é imprescindível para a Humanidade. Está certo que aí estamos adentrando um terreno pantanoso, onde armadilhas estão postas para reorientar refregas ou guerras ideológicas dos tempos da Guerra Fria.
Não é o caso da Alemanha Nazista, inquestionavelmente uma ideologia criminosa que, ao se apossar do aparelho de estado, instalou na Alemanha um estado criminoso a partir da exploração das peculiaridades do senso comum alemão, e das consequências da estupidez do Tratado de Versalhes e dos equívocos entre socialistas e comunistas alemães, que cegos disputavam entre si, esquecendo de quem se tratava o verdadeiro inimigo.
Nessa história destaca-se o testemunho do pastor Martin Niemöller, que numa poesia disse mais ou menos o seguinte:
"Primeiro eles buscaram os socialistas
E eu me calei
porque nunca fui socialista.
Depois eles perseguiram
os trabalhadores sindicalistas
E eu nada falei
porque nunca fui de sindicatos.
A seguir eles agarram os judeus
E eu silenciei
porque eu não sou um judeu.
Finalmente eles vieram e me apanharam
E não havia mais ninguém que
protestasse por mim."
O reverendo deu apoio aos asseclas de Adolf Hitler desde o primeiro momento. Caiu em desgraça e essas palavras foram fruto de sua honrosa reflexão. Morreu num campo de concentração
Postar um comentário