quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Moagem

Economistas prevêem que a crise econômica mundial afetará o milagroso mercado do etanol. A queda abrupta do preço do petróleo poderá afetar a competitividade do biocombustível brasileiro.

No entanto, cumprindo seu papel, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética - estatal que promove estudos para subsidiar o plenejamento do governo no setor energético - afirmou ontem, no 12o Congresso Brasileiro de Energia, que o etanol nacional não será afetado pela baixa no preço do barril de petróleo.

Tolmasquim asseverou ainda que o Brasil continuará investindo fortemente em tecnologia para tornar viável a exploração da camada de pré-sal.

Estou enganado, ou o governo federal continua acreditando que a crise chegará por aqui como marola?

2 comentários:

Itajaí disse...

Francisco,
Os orientais dizem que as crises têm um efeito reorientador e criativo na ordem do cosmo. Um administrador moderno diria que as crises trazem janelas de oportunidades até então inexistentes ou de difícil acesso.
A busca de alternativas energéticas é vital para manter o ciclo de desenvolvimento dos países emergentes e constitui vantagem competitiva nos próximos 50 anos, quando as reservas de hidrocarbonetos já estarão bastante exauridas e novas plataformas ou matrizes energéticas serão fundamentais.
Então se o governo decidiu por manter o investimento em pesquisa e desenvolvimento na área energética tanto melhor para o Brasil. E melhor faria se o fizesse como fomento vertical que é o melhor modelo de financiamento para áreas estratégicas.
Certamente, nessa altura, o cálculo do investimento não é mais o mesmo, pois deve considerar cenários econômicos mais ou menos adversos.
Ab.

Francisco Rocha Junior disse...

Itajaí,
que o investimento em tecnologia é imprescindível, disso ninguém, em sã consciência, discorda.
O que me preocupa - e é o que pretendi expressar no post - é que se as empresas privadas estão fazendo retração em seus investimentos, como as estatais brasileiras não o farão? O risco é grande e não parece que a EPE, a Petrobras ou o governo federal estão atentando para isso.
Tudo bem que a finalidade de cada qual é diferente, mas se as empresas privadas têm investidores a quem se reportar, as estatais têm cidadãos a quem prestar contas.
Abração.