O órgão que nos diferencia dos demais seres que habitam o planeta, o cérebro, ainda permanece como um "estranho desconhecido" e prega peças.
Em minha infância, cai violentamente de um balanço na escola maternal onde aprendia as primeiras letras.
O impacto foi violento e desmaiei.
Foi um Deus nos acuda!
Após chapas de raio-x da minha cabeça, constatou-se uma fratura no osso parietal esquerdo.
Uma dor de cabeça insoportável me acompanhou durante vários meses.
Foi muito difícil para meus pais.
Fui consultado por uma junta médica que, apesar dos exames, não conseguia identificar a origem da dôr de cabeça.
Não teve jeito. Meus pais me levaram para uma das maiores autoridades em neurologia no Rio de Janeiro e lá, foi constatado após uma bateria de novos exames, que a chapa original do raio-x fora trocada na Beneficente Portuguesa do Pará.
Minha dôr de cabeça era de fundo oftalmológico. Constatou-se com outros exames que eu era portador de uma severa miopia e astigmatismo que me impediam de usar lentes de contato.
--Sou um cego sem óculos.
Após o uso dos óculos (atualmente uso três tipos de acordo com a atividade que vou exercer), nunca mais senti dor de cabeça e sou uma pessoa normal, com um detalhe: tudo que leio, gravo instantâneamente e nunca mais esqueço. Tenho uma espécie de memória fotográfica.
Após cursos de leitura dinâmica, isso me tornou um cara ainda mais eficiente e o treino me permitiu descartar a informação que não interessa.
Leitor pesado desde muito pequeno, estimulado pelos meus pais, tudo ficou mais fácil na minha vida, tornando-se um hábito altamente prazeroso e estimulando minha criatividade.
O fato é que após essa queda tornei-me um aluno no perfil do que se chama de cdf.
Se isso foi razão do tombo, nunca saberei.
Matéria para o Scylla deitar e rolar.
Mais aqui.
P.S.: Meus pais resolveram não processar o hospital.
16 comentários:
Pergunta para Val-André: em que parte da cabeça, exatamente, foi a pancada?
Pergunta para Scylla: trauma semelhante aos 33 anos de idade poderia provocar o mesmo efeito?
Com a palavra o Dr. Scylla.
Na minha época de morcagar, de patins, em parachoque de fusca (usava uma luva de goleiro, pois aquela ponta, do antigos, era afiada pacas!), bati muito a cabeça (capacete era coisa de Marte).
Será que é por isso mijo na borda da privada? Égua, minha mira é uma merda! rsrsrsrsrsr
Mais uma assunto pro Scylla.
Ps.: Aliás, uns 4 anos atrás fui no Scylla, indicado pelo Alex Rendeiro (não precisava nem indicar, pois o André, meu irmão mais velho, que também é médico, pneumo, já tinha me ordenado procurar o cidadão).
Mandou-me entrar no tubo. Fui lá no Porto Dias. No meio do exame, passei mal pra'ca. Apertei um botão e nada... esperei um pouco... apertei de novo... e nada... Aí, de mal, virei mau, a saí de lá de dentro empurrando e quebrando tudo.
Olhei pra janela de vidro, e a técnica tinha saído. Uns segundo depois ela entra. Perguntei porque ela não puxou. Ele me disse que tinha ido "um instantinho ali".
E, de emendada, olhando pros lados, vendo colchão, uma bobina de papel de maca que havia empurrado para sair de lá de dentro, ela me disse, me esculhambando: -Mas não era pra tanto!
grrrrrr. Fiquei possuído. Cara, eu no meio de uma situação de desespero. Claustrofóbico que só fui descobrir naquele momento, e uma doida me diz isso!!!!
Falei, sem pudor: -Isto foi a mesma coisa que disse para uma "péquena" quando ela reclamou quando descobriu que não havia ombro (foi um pouco diferente, mas dá pra entender).
Sim. Aí voltei no Scylla, que me disse que não era caso de cirurgia. L5 / S1 levemente comprimida, e desidratação da L4, com uma leve perda de massa óssea.
Passou RPG, disse que era para emagrecer e que, depois da crise, era para fazer fisioterapia/musculação para reforçar, principalmente, o abdome e os músculos das costas.
Disse, também, que era para voltar lá.
Passaram-se 4 anos. Não fiz RPG. Não fiz musculação. Engordei 15 quilos. E não voltei com ele.
Pô, fiz tudo errado! Será que boto na conta das quedas com a cabeça? rsrsrsrsrsrsrsrs
Rapazes!
Rsssss...
Há que se procurar evidências em tudo isso que estão dizendo.
Abs
Olha Carlos. Eu só sei que foi assim...Hehhehehe!
Égua da temática pai d'égua! Gostei muito.
Só acho que o traumatismo craniano é réu primário, de bons antecedentes, e absolutamente inocente. Até prova em contrário.
Na infância o crânio, esse container ósseo que guarda o "pudim de leite" neuronal, ainda é bem flexível, e absorve melhor a resultante de forças do que a cabeça "dura" dos adultos de 33 anos. A prova disso é que os hematomas traumáticos em crianças são bem menos frequentes. E as fraturas relativamente "benignas".
Quanto à troca de exames, O Barretto bem sabe que a primeiríssima coisa a ser analisada num exame é a identificação (nome/data de nascimento/data do exame). Vocês ficariam surpresos com a incidência de troca de películas...
Nos casos de grandes traumas, que evoluem com coma prolongado, estranha mudanças podem realmente ocorrer na posterior fase de recuperação. Como, por exemplo o desenvolvimento de novas habilidades.
Acho que a inteligência, em suas múltiplas facetas, é grandemente influenciada pela carga genética. Mas lembro que para aproveitá-la em sua plenitude, precisamos de outras funções corticais superiores distintas, porém correlatas, como a memória, atenção, concentração, humor e afetividade.
Acredito que o Val tenha desenvolvido, através de estúmulos apropriados, capacidades inatas.
A propósito, a leitura é considerada cada vez mais como a melhor maneira de manter os "atalhos" sinápticos funcionando.
Então, continuemos lendo e flanando!
Agora é que não fico mesmo mesmo com dor de cabeça!
Valeu Scylla.
E o H.M.?
Eu já imaginava que a resposta me desanimaria... Fazer o quê?
Prometo não tacar a Júlia de cabeça no chão.
Outros o farão professor. Cobras bem próximas a ela.
Não disse Lafayette que a cabeça apronta?!
Aprontam... Val-André ...aprontam... no plural! rsrsrs
Rssss...
Yúdice e rapazes.
Pelo amor de Deus. Deixem as cabecinhas de suas crianças em paz.
Os meus, andam de capacetes.
Rssss....
Aliás, ao contrário do que reza a lenda, tenho visto é alguns muito "goiabas" após pegarem uma destas cacetadas.
Dependendo da cacetada então, haja trabalho para intensivistas e neurocirurgiões.
Presumo, caro Barretto, que essa seja a rotina pós noitadas regadas a muita cerveja e, quem sabe, uns comprimidinhos azuis.
Ops! Acabei de me lembrar que não existe relação alguma entre consumo de álcool e acidentes de trânsito...
Yúdice.
Viagra e uma centena de outros fármacos, tem o "comprimidinho azul".
Do que exatamnete vc fala?
No comentário anterior, referia-me que em caso de Traumatismo Craniano, o mais comum é vermos alterações do sensório as mais variadas. Das mais leves, quase imperceptíveis, até as muitíssimo graves.
So. What's your point?
Abs
Na medicina o importante é encontrar um culpado (de preferência só unzinho - a presença de uma quadrilha atrapalha muito o diagnóstico e o tratamento).
Álcool, balada, fármacos multicoloridos, pelotas, pedras, pó, traumatismos, infecções, stress, enfim, todo e qualquer fator desencadeante pode e deve ser crucificado.
A galera do Flanar, pelo que tenho observado nos últimos meses, anda muito bem do miolo. Incluo na lista o Lafayette, sem dúvida.
O lance é manter a leitura, se intoxicar "light" com produtos legalizados, de preferência, e praticar atividade física.
So we'll keep on strolling for a long long time.
I hope so!
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