A degradação da saúde pública de Belém está estampada no noticiário local. Alcança o intolerável qualquer manobra que dê sustentação à tragédia constituída, e por uma única razão: desclassifica o poder público, expõe a segurança e a dignidade da coletividade, o que em síntese acresce mais imoralidade a já bem nutrida imoralidade que substancia o fato.
O desmantelo do Sistema Único de Saúde de Belém, nessa manhã invernosa, confirmam as palavras de Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia, quando faz uma reflexão sobre as razões de políticas sociais desastrosas na Índia:
A possibilidade de que o povo pode morrer como resultado da estupidez ou de coisa pior que façam com as políticas públicas é uma questão central na minha compreensão do mundo. A fome de Bengala em 1943, a qual testemunhei aos nove anos, decorreu principalmente de uma política pública estúpida, numa época de razoável disponibilidade de alimentos.
Política pública estúpida também é aquela conduzida, sustentada e protegida por estúpidos. Não há outra razão que explique a grave situação da saúde de Belém, quando existem recursos financeiros suficientes, há instrumentos de gestão eficazes e dispõe-se de uma razoável rede de atendimento que evitariam a vergonha que lemos ou assistimos no noticiário local e nacional. Como reféns da estupidez ou de coisa pior, não vale alegar que a culpa é do povo que não sabe votar.
O desmantelo do Sistema Único de Saúde de Belém, nessa manhã invernosa, confirmam as palavras de Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia, quando faz uma reflexão sobre as razões de políticas sociais desastrosas na Índia:
A possibilidade de que o povo pode morrer como resultado da estupidez ou de coisa pior que façam com as políticas públicas é uma questão central na minha compreensão do mundo. A fome de Bengala em 1943, a qual testemunhei aos nove anos, decorreu principalmente de uma política pública estúpida, numa época de razoável disponibilidade de alimentos.
Política pública estúpida também é aquela conduzida, sustentada e protegida por estúpidos. Não há outra razão que explique a grave situação da saúde de Belém, quando existem recursos financeiros suficientes, há instrumentos de gestão eficazes e dispõe-se de uma razoável rede de atendimento que evitariam a vergonha que lemos ou assistimos no noticiário local e nacional. Como reféns da estupidez ou de coisa pior, não vale alegar que a culpa é do povo que não sabe votar.
3 comentários:
Certamente a culpa não é do povo, que não sabe votar. Os criminosos estão nos gabinetes da administração pública.
No entanto o povo continua servido como massa de manobra para estessenhores, pontualmente a cada dois anos. Estejam eles à direita ou esquerda do quer que seja.
Antonio, não tome a parte pelo todo, porque tal figura de linguagem só é bonita em literatura. A administração pública não é uma máfia. Nos gabinestes existem sim pessoas honestas, pensem elas à direita ou à esquerda. Pensar do modo contrário só ajuda aqueles que habituaram o senso comum a pensar que da administração pública vem apenas coisas ruins.
Do mesmo modo, mais que o povo, essa palavra gasta como dizia Ulysses Guimarães, maior culpado são aquelas gentes "de bem" que formam opiniões, municiam de dinheiro campanhas de antemão corruptas apenas para manter seu patrimonialismo sobre o Estado, e menos para tirar este ou aquele de esquerda que por um cochilo tenha chegado ao poder.
São essas as verdadeiras lacraias da democracia. Seus tentáculos estão sempre agudos quando tratam de imobilizar raciocínios para eleger o tipo de politiquinho para serví-los, não importanto que desgraça promovam na coletividade.
Discordando um pouco do antoniofonseca, eu penso que o povo tem um pequena participação quando escolhe seus governantes. Pois somos exatamente nós, o povo, que colocamos esses tipinhos pra nos governar.
Por outro lado concordo que o povo não sabe votar. Em minha opinião, um dos fatores pelos quais isso acontece é a falta de educação. Existem os formadores de opinião, mas se houvesse uma maior quantidade de pessoas educadas, no sentido do conhecimento e acesso a informação, mais esses formadores de opinião "de bem" seriam contestados, e talvez menos opiniões "viciadas" formassem.
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