quarta-feira, 17 de junho de 2009

O fim do mundo, segundo Roberto Paiva

A Rede Globo mantém um jornalista correspondente no Pará. Ele utiliza a infraestrutura da TV Liberal, afiliada global no Estado, mas tem total autonomia para definir suas pautas e produzir suas matérias. O problema é que Roberto Paiva, o atual correspondente - esse sujeito que aparece na imagem abaixo -, parece estar muito insatisfeito com a missão que lhe foi dada pelo empregador. Ou então teve algum problema em terras paroaras e decidiu ir à forra. O fato é que denegrir a imagem do Pará parece ser o único objetivo do moço.
Praticamente todas as semanas somos brindados com os serviços de utilidade pública produzidos por Paiva, exibidos em rede nacional. Hoje, p. ex., tivemos mais um exemplo, no Bom Dia Brasil. A matéria já começa com o apresentador dizendo que quando você pensa já ter visto tudo sobre absurdos no trânsito, vem o Pará surpreender.
A matéria mostra absurdos, sim. Mas desafio qualquer um a provar que sejam típicos do Pará. Transporte de pessoas em locais proibidos, estradas depauperadas, ausência de documentação, excesso de velocidade, veículos caindo aos pedaços, etc. Só existe aqui? Sugiro, então, ao honorável jornalista que compre a revista 4 Rodas e procure, logo no começo, a seção de fotos enviadas pelos leitores. As barbaridades são mandadas de todos os cantos do país, inclusive do Sudeste Maravilha, e também envolvem transporte irregular de pessoas e cargas, veículos apodrecidos ou modificados ilegalmente, dentre outros problemas.
Paiva parece ter um ódio especial por Belém, para onde veio mostrar que os ônibus poluem o ar com fumaça negra, avançam sinais fechados e até circulam sem documentos. Tudo coisa restrita a Belém do Pará, com certeza. E usando o velho recurso de editar a reportagem para destacar os aspectos que se quer, colocam um sujeito da CTBel falando asneira.
Mas Paiva tem outros méritos: é desinformado ou age de má fé. Digo isso porque ele afirma que a PA-150 é a "principal estrada do Pará". Você pode conferir a idiotice no texto escrito constante do sítio do jornalístico. Nunca foi. Mas a afirmação pode ser útil, porque permite ao venerando jornalista mostrar uma estradinha estreita e ordinária, sem acostamento e toda empoeirada, para causar nos brasileiros a sensação de isso-aí-é-a-principal-estrada-do-Pará-?, que deve ser o seu objetivo.
Honestamente, o denuncismo de Roberto Paiva já encheu. Escrevo esta postagem em solidariedade a um amigo que odeia o cara e cogita até confrontá-lo, qualquer dia, se topar com ele pela rua. Quem sabe Paiva não ganha mais uma pauta para detonar com os paraenses?
Nem vou pedir que alguma autoridade paraense proteste contra esse senhor. Mas e você, paraense, cidadão comum, o que acha disso?

34 comentários:

Anônimo disse...

Esse post me lembra a pergunta que fizeram ao entao 1o ministro de portugal Mario Soares:
- Em Portugal vcs fazem piadas de brasileiro?
e ele :
- E precisa?
daqui a pouco querem me convencer que belem deve ser sede da abertura da copa!

. disse...

Yudice, vou "roubar" teu texto, tá!
Claro, com os devidos créditos.
Ah, e é engraçado que os "piadistas" de plantão não tenham coragem de mostrar a cara, né?
tsc,tsc,tsc...
E falando em Copa, com tanta raiva que Paiva tem de Belém, deve ter ficado feliz com a Copa indo para Manaus...

Yúdice Andrade disse...

Realmente, Waleiska, o comentarista anônimo deixou uma mensagem meio misteriosa. Não sei bem qual é a dele, mas suponho que não tentou ser simpático.
Podes levar a postagem. Quero mais é que as pessoas tomem conhecimento dela, pois realmente gostaria que me ajudassem a entender qual é a desse repórter. Abraço.

Anônimo disse...

agora q falaste nisso devo concordar contigo. Até hoje não me lembro de nenhuma pauta positiva sobre o Pará feita por esse cara.
Não tô falando de obras de governo ou coisas do tipo cidade-sede da copa. Mas de divulgar os atrativos do estado, a riqueza do nosso povo, o turismo regional, o povo e a cultura paraense de uma maneira geral.
Nisso, independenete de copa, Manaus está além de nós. A afiliadada de lá sempre tem espaço nos jornais nacionais com pautas sobre os atrativos do estado e a cultura do amazonas. Já vi isso várias vezes.
Se ele é autônomo, então ele tem alguma parcela d eculpa nisso, mas acho qua a Liberal não sabe "vender" pauta sobre o Pará para a Globo.
Mas pra falar nisso o buraco é mais embaixo, né?

Francisco Rocha Junior disse...

Caro Yúdice,
Como paraense e belenense (ou seria belemense?) apaixonado pela minha terra, acho que temos mais é que lutar para que nossa cidade e nosso Estado melhorem. A comparação negativa (se há mazelas aqui, há alhures também) parece-me muito, pondero, com a discussão bizantina PSDB x PT sobre quem roubou mais, ou quando começaram as bandalheiras, por exemplo, do tal mensalão.
Se houver culpados, que se punam todos, sejam lá quem forem. Da mesma forma é que se os outros Estados e capitais do país têm problemas, nós também temos - e graves; alguns efetivamente mais graves que os do resto do país, como, por exemplo, a violência no campo, que muito tem a ver com a ineficácia das políticas públicas feitas aqui mesmo, em nosso rincão. Vamos então primeiro consertar os nossos; deixem que os outros, em uma visão mais imediatista, resolvam os seus.
Evidentemente, a imagem do Pará é arranhada pelas reportagens do correspondente da Globo. Mas as reportagens são mentirosas ou irreais?
Abraço.

Anônimo disse...

O que este cidadão deveria mostrar era as tambicagens efetuadas por quem está no poder no Pará, isto é ANA JULIA E DULCIOMAR, mas isto jamais acontecerá pois o Estado e a Prefeitura são os maiores anunciantes para quem ele trabalha.

Anônimo disse...

Concordo com o Francisco mas concordo com o Yúdice também afinal a gente morando cá em cima no sudeste sabe que tirando as estradas estaduais de São Paulo que são muito boas a custo de um pedágio altíssimo o resto é um lixo sewmpre que não há pedágios a custos exorbitantes.
Não tem mistério.
Abraços
Tadeu

Anônimo disse...

Ele deveria ir no Salão de Festas do MPE hj à noite...

André Batista disse...

é tudo verdade! fazer o que? Só acho que deve procurar se informar melhor. Se o próprio Juvêncio se refere a belém como Nova Deli... Pq ele pode? só pq ele é para xibé?

Luciane disse...

Yúdice, ótima análise, como sempre. Bem escrita, criativa e, principalmente, necessária. Faz muito tempo que me irrito não só com este, mas com os correspondentes da Globo no Estado. Só o fato do Pará, com raras exceções, só aparecer em cadeia nacional nas matérias dos correspondentes já irrita. Este moço, por sinal, também não é nada simpático pessoalmente - tive o desprazer de conferir a antipatia dele. Essa situação mostra ou dá a entender que os nossos jornalistas são, no mínimo, incompetentes. Quanto ao que o Rocha falou acima, acho o seguinte. Não, as matérias não são mentirosas. E, sim, as matérias são mentirosas, como o Yúdice bem exemplificou. A imagem do Pará é "arranhada" por pessoas que não gostam do Estado, que não fazem nada por ele, que fazem a crítica vazia, que se deixam levar pelos que sempre entendem mais do que os "indiozinhos" daqui... Não sei por onde anda a autoestima dos jornalistas da TV Liberal... Só sei que, na minha opinião, esse cara faz um jornalismo cretino, tendencioso, sem contextualização e que privilegia pautas negativas (quanto mais, melhor!!!). Quer denunciar? Faça com base, mostre os dois lados, mostre soluções viáveis. Talvez a seleção deste jornalista esteja baseada também na raiva que ele deve sentir por, literalmente, suar durante as entrevistas feitas neste fim de mundo...
Abs!
Luciane.

PS: vou "roubar" o post p/ meu blog tb.
PS2: o Paiva Global é muito burrinho e cada vez mais mostra que não conhece nada em termos de Pará. Só engov para engolir o moço diariamente...

Yúdice Andrade disse...

Das 14h30, só uma Alice deslumbrada iria querer que se falassem apenas maravilhas sobre o Pará. Nossa realidade é muito diferente e precisamos aceitar que essas coisas venham à tona, até porque, muitas vezes, a exploração midiática é o último ou até o único recurso para fazer o poder público se mexer. A questão é como abordar e por que abordar apenas os aspectos negativos.
Não sou ufanista. Sempre digo que detesto esse discurso de ó nossas florestas, ó nossas frutas, ó Círio de Nazaré, etc. Mas temos que mostrar o que o Estado é e ele tem muito a oferecer.
Acima de tudo, por que mostrar mazelas do Pará, como se fossem só do Pará, quando as mesmíssimas coisas acontecem no resto do país?

Concordo contigo, Francisco: não interessa que os outros também estejam errados, temos que consertar os nossos problemas. Certíssimo. E para tanto precisamos vê-los. Mas ainda assim fica a questão: qual é o real objetivo da exploração que vem sendo dada aos problemas?
Além disso, pensemos numa questão como malha rodoviária. Posso consertar as estradas do Pará sem me preocupar com os demais Estados? Se nossas estradas fossem perfeitas, não correríamos o risco de caminhoneiros fazerem desvios enormes, para trafegar por elas, fugindo das estradas destruídas de outras bandas? Se assim é, quando formos fazer uma reportagem sobre estradas ruins, temos que pensar nas causas que vão além do Pará, que também destroem as nossas. Para dar apenas um exemplo superficial.
Quanto à pergunta sobre se as matérias são mentirosas ou irreais, a resposta é que frequentemente sim. Como falei na postagem, a edição favorece isso, nem que seja por meio de mensagens sub-liminares. No caso da que comentei, havia informações incorretas, também.

Das 15h32, você nos traz outra questão delicada. Se o tal repórter quer detonar conosco, nossos governos seriam uma fonte inesgotável de motivos. Mas a fonte não é explorada por interesses comerciais. A meu ver, isso prova a falta de compromisso com a verdade, de credibilidade da coisa. E também por isso ela deve ser combatida.

Obrigado, Tadeu, por trazer uma visão realista de outra região. Um detalhe: naquelas famosas reportagens sobre trânsito das épocas de carnaval ou réveillon, os jornalísticos nacionais se esquecem do Norte (para variar), a menos que tenha havido algum acidente importante, e mostram as barbeiragens só do sudeste. Alguém poderia informar isso ao nobre jornalista?
No mais, estradas boas = pedágio caro. Tem alguma coisa errada nessa equação, não, poder público?

Das 17h38, se eu tivesse lido sua mensagem antes, teria pedido para descolar um quindim para mim no rega-bofe do MP.

André, para ser bem honesto, acho que faz diferença, sim. Se eu entrasse na tua casa e esculhambasse a cor da parede, tu ficarias irritado, não? Mas alguém que morasse na casa teria todo o direito. É o que penso. Portanto, a verdade é que eu meto o pau nos problemas de Belém quase todos os dias, mas me irrito se alguém de fora o faz, salvo nos casos de ter absoluta razão.
Nãu sou eu, André: todo mundo é assim. Lembra aquela propaganda das Havaianas (ou de cerveja, sei lá), com o Lázaro Ramos, em que ele e um vendedor de coco (ou de cerveja, sei lá), dizem que o Brasil é lindo, mas tem muitos problemas, porém logo em seguida ficam furiosos com um argentino que apenas concorda com eles? É isso.
Não se trata de bairrismo vazio, e sim de perguntar: esse forasteiro sabe, realmente, alguma coisa sobre o Pará? Ele conhece nossos problemas, nossas carências, nossos costumes, todo o mal que o Centro-Sul nos tem feito ao longo dos séculos, para chegar aqui e nos tratar como um bando de vagabundos? Pense nisso.

Lu, podes levar o texto, por favor. E quanto à simpatia do sujeito, a cara dele já nos previne. Grato pelas lúcidas palavras.

Artur Dias disse...

Ano passado o MPF realizou um seminário para a imprensa paraense, onde se discutiria a Hidrelétrica de Belo Monte. Era uma tentativa de pautar a UHE em termos mais críticos, quebrando o costumeiro viés barragista das empresas de comunicação. E o Lúcio Flávio era um dos convidados a palestrar, o que fez, naturalmente, com extrema competência. O Paiva estava lá, com câmera ligada o tempo inteiro. Como o Lúcio é alvo do ódio das ORM, e não pode aparecer nos veículos deles, eu me dirigi até o Paiva, no final do seminário e perguntei como eles fariam na edição do vídeo, já que a fala do Lúcio tinha sido destacada. Ele ficou perguntando pra mim, em falsete: "Que vídeo? Que vídeo?", no maior desdém com o Lúcio. Lamentável.

Yúdice Andrade disse...

Ou seja, Artur, o currículo do cara só piora...

Anônimo disse...

Antes deste, o correspondente da Globo em Belém era o repórter Jonas Campos, excelente profissional e figura humana admirável. Ele sabia buscar os fatos, e noticiava tantos as boas como as más notícias, encontrando no cotidiano da cidade o usual e o exótico.
Uma vez, quando o encontrei num evento, ele carregava nas costas parte do equipamento de iluminação, ajudando os outros,o que demonstrou, para mim, que ele sabia trabalhar em equipe. Sempre gostei de ver suas reportagens, embora nem sempre elas fossem elogiosas, e lamentei quando ele deixou o posto.
Grande repórter o Jonas Campos, acho que ainda pode ser visto em matérias do Jornal Nacional.

Ana Marcia

Let Azevedo disse...

Olha, me desculpa, mas eu concordo, em vários aspectos, com o Paiva.
Sou paraense, belenense e, não sei pq, tenho profunda raiva disso.
Nosso Estado e cidade poderiam estar bem, mas não está.
Se isso é culpa dos governantes e políticos, também é culpa do povo que continua elegendo esses loucos sociopatas.
Todas as cidades têm problemas, mas Belém tem problemas totalmente agravados.
Desculpa, mais uma vez, estou sendo sicera.

Abraços,

Let.

Anônimo disse...

Yúdice, sinto muito, mas a PA 150 é realmente a nossa principal estrada.
Liga a região nordeste do estado, cuja intercessã é a r. metropolitana de Belém( ainda que na proximidade receba a ajuda de PAs curtas com outras denominações) com o sul do Pará.
Não sou especialista em rodovias, mas penso que a importância se mede em valores que a rodovia ajuda a transpotar.
Listo apenas as importante cidades ligadas pela PA 150: BELÉM - TUCURUI - MARABÁ.
O Paiva pode até exagerar e focar matérias apenas nos nossos pontos negativos, mas quanto a importancia da PA 150, ele acerrtou.

Reginaldo Ramos

Yúdice Andrade disse...

Eu me lembro do Jonas Campos, Ana Márcia. Realmente, era um profissional bem mais qualificado e coerente. Fazia o que devia ser feito.

Let, não peças desculpas pelo que gostas ou não gostas. É teu direito. E, de acordo com o critério que mencionei acima, o fato de seres daqui legitima o teu direito de não gostar.
Ratifico, porém, o que disse antes: nem tudo aqui é ruim. Mostrar o que não presta, pode. Mas ter o objetivo de só fazer isso, não. Um abraço.

Reginaldo, fiquei preocupado em escrever uma bobagem quando fiz essa afirmação, mas contava que alguém mais informado me corrigiria, fosse o caso. Ainda assim, penso que se poderia esclarecer que a PA-150 é a principal rodovia estadual, porque imagino que a BR-316 transporta ainda mais riquezas que a PA, ao menos considerando o que chega à região metropolitana. O jornalista não se referiu à PA como a principal estadual, e sim a principal do Pará e ainda fez questão de mostrar um trechinho bem escroto, a meu ver com a intenção de passar a imagem de que tudo aqui é um buraco.
Grato pela contribuição.

Anônimo disse...

A PA-150 NÃO LIGA Belém a Tucurui. Ela vai de Goianésia a Redenção do Pará, passando por Marabá.

O Reginaldo Ramos está confundindo a PA-150 com a PA-263, que liga Goianésia a Tucurui.

É o que informa o site da Setrans em http://www.setran.pa.gov.br/projetos/pj_pa150.htm e http://www.setran.pa.gov.br/modal_rodoviario/PA263.php.

Se o Paiva tivesse falado que a PA-150 é a principal rodovia ESTADUAL teria razão, mas não o fez, possivelmente por ignorância e má-fé.

Em todo caso eu sugiro que ele dê uma olhadinha em Brasília e nas cidades satélites. Lá, o Bom Dia vai fazer novos flagrantes de imprudência no trânsito, e encontrar coisas bem piores que as "barbáries" anunciadas pelo apresentador do programa.

Herbert Marcus

Anônimo disse...

Ele pode não ser um bom correspondente, mas o que temos atualmente de bom para mostrar?

Anônimo disse...

QUEM FEZ A MATÉRIA NAO FOI ROBERTO PAIVA, MEU AMOR. A MATÉRIA É DA GLOBO RIO E DO REPORTER PAULO RENATO. ELE NÃO MENTIU NA MATÉRIA. A CULPA DA PAISAGEM, AGORA É DA JANELA? LAMENTÁVEL!

Anônimo disse...

É muita inocência pensar dessa forma. A impressão que passa a raiva do texto é que tudo é montagem, que é tudo mentira. Ora, vamos nos culpar pelos nossos votos e não por quem mostra o descaso a que fomos jogados. Que é isso de ameaçar um profissional que fala a verdade? Uma cidade que preza o barulho, a desordem, a violência. Um estado que aceita ter no seu "casting" de políticos gente que não vale o que o gato enterra. Aliás, falta muito pouco para que isso ocorra. Mas não vai ser o gato o coveiro. Vão ser os "ratos". São eles que merecem ser caçados. A arma taí, na carteira de cada um: o voto.

Anônimo disse...

Não tem ninguem pra dar um corretivo nele, não ?
E expulsar esse puto daí.

Yúdice Andrade disse...

Herbert, grato pela correção da correção. Conto com vocês para descer a aspectos técnicos que não são do meu conhecimento. Você pegou o espírito da postagem.

Das 20h43, considero inacreditável que não tenhamos absolutamente nada para mostrar - nas artes, na produção industrial, na atuação das universidades, etc. Honestamente, duvido. Basta um mínimo de boa vontade para encontrar.

Meu amorrr das 23h36, se a pauta não é do Roberto Paiva, creio que é ele quem aparece nas imagens, certo? Logo, por iniciativa própria ou não, a matéria é dele. Duvido que a Globo Rio tenha dito exatamente o que ele deveria fazer.
A culpa não é da janela, não. É da má fé. Prestando atenção ao texto da postagem e aos comentários acima, mormente as minhas respostas, será possível - se for essa a sua intenção, o que não parece - entender qual é a minha mensagem. E ela parte do reconhecimento de que o Pará tem muitos problemas.

Das 1h25, assim como acabei de escrever para a pessoa de cima, está faltando você pegar o espírito da coisa. Aqui não há nenhum inocente ou iludido. Precisamos colocar as coisas nos termos corretos ou não adianta tentar debater. Para entrar na onda, é preciso saber do que estamos falando.
Presumo que você seja jornalista, porque já chega defendendo o cara ("ameaçar um profissional"). Quanto drama! Jornalistas quase sempre reagem histericamente a críticas, por menores que sejam, e agem num corporativismo de fazer inveja aos congressistas de Brasília.

Das 7h57, eu não quero dar corretivo em ninguém. Na verdade, só quero que o sujeito admita o que está fazendo. Depois que ele disser que tem o objetivo de nos esculhambar, aí ele pode fazer a matéria que bem entender, pois até o mais leso dos telespectadores estará ciente de por onde a coisa vai. Fica mais honesto assim.

Carlos Barretto  disse...

Definitivamente, Yúdice, algumas pessoas não sabem e/ou não tem o propósito de debater. E acabam misturando tudo e igualando-se a qualquer um pixador de blog. Uma doença recurrente. E aqui, em respeito aos comentaristas que mesmo discordando souberam assumir uma atitude civilizada, refiro-me aos evidentes destemperados.
Estas sim, mal conseguem esconder sua raiva de ouvir/ler aquilo que não querem. Seja por ímpetos corporativos inegáveis, seja por estarem determinadas a colar toda e qualquer mazela a atuação de políticos da hora, que óbviamente, não fazem parte de sua cor partidária ou visão de mundo. Mesmo que os políticos da hora e todos os outros que os antecederam tenham de fato dado a contribuição para o estado que temos agora, é por esta atitude elementar que alguns insistem em assumir na "rasgação", que também continuamos assim a ter o estado que temos. Perdem assim uma valiosa oportunidade de usufruir do recurso do verdadeiro espírito do debate.
Uma pena que tenhamos que lidar sempre, aqui ou ali com os desatinados. Mas faz parte.
No mais, é publicar mesmo, (desde que respeitados certos limites aos quais estamos atentos), e apreciar eles se "rasgarem" todos.
E sempre sob o manto do anonimato. Que apesar de legítimo no blog, torna o articulista refém de toda sorte de tipinhos. Mas creio estarmos prontos para eles. Que venham. Afinal, o anonimato costuma revelar o que certo segmento da sociedade de fato é.
O que é?
Ora, continuem assistindo ou então leiam de baixo para cima. E concluam por si próprios.

Abs

Anônimo disse...

Caro, yúdice,criticar os outros por isso ou por aquilo é muito fácil, uma pergunta, vc é parente de madereiro?ou vc tem algum parentesco c/ algum politico? ou vc é a favor do desmatamento, prostituição infantil, etc.. È através da midia que se deve denuciar o que de fato está acontecendo em nosso estado,se os repóteres de outros estados não denunciam o problema é deles,eu parabeniso o reporter pelas suas matérias, e que ele continue sempre assim ....

Val-André Mutran  disse...

Me arrisco a dizer que foi seu mais brilahante post professor.
E olha que você joga em altas esferas.
Parabéns!

Yúdice Andrade disse...

Adorei a sua pergunta, anônimo das 14h50. Sabe por quê? Porque não sou parente de nenhum madeireiro ou de qualquer empresário de ramos ambientalmente agressivos. Muito ao contrário, sou pró-ecologia, pró-meio ambiente, pró-natureza, pró-povos tradicionais, pró-reservas indígenas, etc. Sou plenamente a favor de tudo que restrinja, legalmente, as ações desses criminosos, sem me esconder atrás desse discursinho de "engessamento da economia", ora empregado em relação ao veto da aquisição de carne bovina oriunda de áreas desmatadas. Ganhar dinheiro pode, claro (eu também quero), desde que sem ferrar com o mundo.
Também não tenho nenhum parente político. Aliás, conheço vários, mas nenhum está em meu círculo íntimo de amizade. Também não sou nem pretendo ser filiado a nenhum partido político, por isso, neste momento, não quero defender nem atingir ninguém. Mas para esclarecer: sou altamente de esquerda.
Por fim, não exerço pessoalmente nenhuma dessas atividades. Sou absolutamente contrário aos abusos que você listou. Aliás, para conhecer melhor minhas ideias, pode acessar o meu outro blog (www.yudicerandol.blogspot.com), onde encontrará várias postagens sobre questões ambientais e também sobre prostituição. E incontáveis críticas duras ao Estado e a Belém. Não tenho pena nem fecho os olhos.
Quanto à incapacidade de entender o que eu realmente quis dizer, já me cansei de explicar. Minhas respostas anteriores fizeram isso. No mais, a dura que o Barretto deu aí em cima me economiza esse esforço adicional (em que pese eu colocar você na conta dos civilizados).

Val, a julgar pelos efeitos provocados, acho que foi. Mas quanto às "altas esferas", a bondade é tua. Abraços.

Paolelli disse...

Caros colegas,

Trazer pautas negativas do Pará para o noticiário nacional só faz nos lembrar a distância que temos de outras regiões do País, sendo o Pará um Estado rico e que enfrenta muitas adversidades socio-econômicas.
Nos últimos 3 anos, devo dizer que não houveram motivos suficientes para que aparecessem notícias positivas do Pará no noticiário nacional. Nossa capital e Estado estão violentos, nosso governo é campeão em desgoverno, nosso prefeito é falsário, a saúde está na UTI, e o trânsito é caótico.

Praticamente viajo todas as semanas pelas estradas do Pará, então posso dizer que a PA150 é a mais importante, mais até que a Belém-Brasília (BR010), (visto que a Transamazônica é para super-heróis), onde o fluxo de caminhões é bem mais intenso entre Belém e Barcarena, e entre Goianésia e Marabá-Os maiores polos do Estado. A estrada não tem acostamento, e os absurdos que aparecem no vídeo são corriqueiros, fora os assaltos aos ônibus, em que os passageiros já levam "o do ladrão". Se vocês acharem isso normal, eu não.

O Roberto Paiva está queimando o filme do Estado? Não o culpo por isso. Nós que deviamos pressionar o Governo, não o fazemos.

Fora os absurdos corriqueiros que acontecem dentro de Belém, aqueles que conhecemos, que também já são parte do nosso cotidiano, como levar o cachorro pra passear e quase sempre vê-lo defecar em calçada/via pública, esse também achamos normal. O problema também não está conosco, na educação que recebemos e nos atos que realizamos?

O governante é a cara do seu povo.

Não condeno no R.Paiva por isso, não. Muito menos que ele chame a PA150 de rodovia mais importante do Pará. Isso é irrelevante perto do resto que estamos relutando em nos desacostumar.

Tiago.

Paolelli disse...

Outro ponto que gostaria de mencionar é que, nós, como bons paraenses esclarecidos que somos, tempos que parar de pensar como o Estado do Pará sendo uma unidade federativa, um País que funciona totalmente desvinculado do restante do País. "Deixe-nos com nossos problemas, e os sulistas com os seus problemas". Sendo um jornal de caráter nacional, é normal noticiem fatos do País inteiro, ou vivemos na Uganda do "Continente Brasileiro"?
Acho válido que existam pautas que falem bem do Pará, mas convenhamos que não há nada de concreto hoje, que possamos mostrar...Onde estão as obras? Onde está a educação? Melhorou? O que melhorou? A Saúde, a quantas anda? E o futebol? E os projetos sociais? E a vida na interior?

Já deu de pautas sobre a comida, o Tacacá e o Pato no Tucupí, sobre o carimbó e o siriá. Já não temos mais o que mostrar, senão a crescente desgraça que é morar no Estado do Pará. O tamanho desnivel que é conhecer outras cidades e o tempo que cada vez mais ficamos pra trás.

Dessa vez, vou ficar com o Roberto Paiva nessa. É melhor termos algum instrumento de pressão ao governo junto a à mídia nacional do que passarmos o ridículo de "mostrar a nova cozinha do Hangar inaugurada pela a ilustríssima Desgovernadora Ana Júlia CaradePau".

Desculpas pelo desabafo.
Tiago Paolelli.

Yúdice Andrade disse...

Caro Tiago, à exceção do fato de que você endossa as pautas do Paiva e eu não, pelo que percebo concordamos em todo o resto. Não viajo com frequência, mas as oportunidades que tive me mostraram como estamos muito atrasados, desde as mais comezinhas demonstrações de urbanidade, como você bem destacou no exemplo do cocô do cachorro. Contudo - e sem querer minimizar esses defeitos que eu mesmo ataco volta e meia -, o fato é que em cada lugar temos as suas mazelas. Isso, não significa, naturalmente, que nossos pecados diminuam porque outros pecam, como dizia uma crítica estúpida que li em outro blog.
O fato é que, para tudo na vida, a crítica pode ser construtiva ou não. E pode ser meramente esculhambativa. Como professor, de uns tempos para cá tenho sido mais duro com meus alunos, quando preciso chamá-los à razão. Mas não me adianta listar tudo o que eles fizeram de errado. Essa coisa de dedo na cara pode ter um efeito diametralmente oposto ao desejado. Procuro mostrar a eles que há falhas, desde a postura perante o curso até o desempenho nas avaliações, e tento me focar no que eles podem fazer para melhorar. Ou faço isso ou não consigo recuperá-los. Com alguns, dá certo. Se eu me limitasse a dizer-lhes "vocês não querem nada", duvido que desse.
Gostaria de ver o Paiva fazendo uma matéria sobre como os paraenses poderiam cobrar das autoridades, dos governantes e de si mesmos melhores formas de agir. Nesse momento, ele seria muito útil. Mas duvido que ele faça tal reportagem. Porque simplesmente não acredito que ele tenha esse interesse.
Esse é o meu ponto. No mais, desabafar de vez em quando é bom.
PS - É curioso você achar que o Pará não nos tem dado alegrias especificamente nos últimos três anos. Quem dera que o nosso único problema fosse o governo da Ana Júlia. E o que dizer dos empresários que detonam o meio ambiente, mas mantêm na ponta da língua o mesmo discurso desenvolvimentista que há quase 30 anos já foi desmascarado no mundo?

Wilson Franco disse...

Revista "próxima viagem- destinos imperdíveis no brasil". Edição recente sobre o ver-o-peso:

"Uma pitada de exotismo

Na feira do ver-o-peso é possível encontrar um sem número de frutas e produtos regionais encantadores(.........) só não vá se ludibriar com o exótico ao ponto de descuidar da bolsa ou da carteira. Afinal, o exotismo tem lá seu preço."

Yúdice Andrade disse...

Veja bem, meu bom Wilson, um exemplo de crítica razoável. Fala-se a verdade, mesmo que dura, porque ela deve ser conhecida. Afinal, é uma publicação de turismo e, para ser minimamente responsável, deve prevenir as pessoas em relação aos destinos que recomenda. Mas os dois lados estão lá: o bom e o mau, sendo que o mau aparece em sua feição mais óbvia, sem valorações maldosas. O Ver-o-Peso é inseguro e isso é um fato. Ponto. A revista não fica esculhambando ninguém.
Boa parte dos destinos mais exóticos do mundo é tão ou mais inseguro quanto. Vale lembrar, ainda, um roteiro nada exótico, mas famosíssimo: a Rua 25 de Março, em São Paulo. Em termos de insegurança, se formos comparar, o Ver-o-Peso é quase uma pracinha interiorana.

Gustavo T. disse...

Só para constar: Roberto Paiva é paranaense.

http://maringamaringa.wordpress.com/2009/08/07/roberto-paiva/

Cid Pacheco disse...

Yúdice, acho que também vou dar uma bicadinha no seu texto. Afinal, combina completamente com meu blog: Trânsito Caótico de Belém.
Mas terminar: se as coisas estivessem em ordem no nosso estado, o idiota do reporter global não teria notícias para contar... Mas ele deveria explorar mais o lado, claro.

Abraços.

Cid Pacheco
http://transitoblm.blogspot.com