quinta-feira, 9 de julho de 2009

DEPRESSÃO INFANTIL: TERAPIA X DROGA


Imagem: autor desconhecido; 1937 (EUA)

A Organização Mundial da Saúde vem alertando há alguns anos que a taxa de depressão infantojuvenil cresce de modo significativo, chegando ao importante número de 8%, na faixa etária entre 6 e 16 anos.
Os motivos são variados, e parecem oscilar entre a violência urbana e a impossibilidade de brincar em espaços abertos.
Recente trabalho publicado no Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry revela que a saída está na associação de medicamentos antidepressivos e terapia comportamental.
O trabalho dividiu 439 crianças entre 12 e 17 anos em 3 grupos tratados com terapia cognitivocomportamental, antidepressivo (Fluoxetina) ou a combinação de ambos.
Ao cabo de 36 semanas os 3 grupos apresentaram a mesma taxa de eficácia: 60%.
Em relação à possibilidade de recidiva dos sintomas depressivos, a combinação dos 2 métodos parece reduzí-la de modo significativo.
Esta é a segunda ou terceira vez neste ano que tive oportunidade de ver "ressucitada" a psicoterapia dentro da literatura médica, após anos de questionamentos, principalmente nos trabalhos de origem norteamericana.
Sem dúvida a força da indústria farmacêutica não pode aniquilar de uma só tacada as idéias do velho Sigmund.
Freud não morreu!

2 comentários:

Val-André Mutran  disse...

Scylla. E nos adultos?
Há algum estudo que que joga uma luz na, bem afoito mesmo, "depressão" adulta?
E como fica, os portadores de distúrbio bipolarar tardio?
E os esquizofrênicos?
Quem protagoniza?
A pisicoterapia ou os medicamentos de última geração?
Ou a Universal dos reinos dos homens?

Scylla Lage Neto disse...

Val, quando do advento da fluoxetina no final dos anos 80, a mesma foi rotulada como a "droga da felicidade" - lembra do Prozac?
Alguns profetas de plantão afirmaram que a psicoterapia estaria com os dias contados.
Pois bem, o que temos visto é uma melhora importante das drogas, com maior seletividade de ação e menos efeitos adversos, as quais, quando bem indicadas, resolvem e/ou controlam algumas das patologias que você mencionou. Mas a terapia se mantém no mercado.
Pessoalmente acredito que a associação dos métodos e de outras atividades paramédicas (terapia ocupacional, fisioterapia, atividade física, apoio espiritual, etc) podem trazer excelentes resultados.
Na depressão, falando em geral, o prognóstico é bem melhor do que no transtorno bipolar e na esquizofrenia, esta última ainda de difícil tratamento a médio e longo prazos.
Abs.