sexta-feira, 2 de abril de 2010

O mestre dos mestres musicais




Numa mesa de bar; num banco de igreja; esperando na fila do caixa eletrônico; confortavelmente instalado numa cabine de um transatlântico; contando as horas para que o avião chegue, de modo a saciar a ansiedade de ver a pessoa amada e tascar-lhe um apaixonado beijo; num dia chuvoso ou num dia de esplêndido sol; ao lado da fogueira com amigos num acampamento em lugar ermo e especial desse mundão de meu Deus. Não importa!

Se perguntarmos a qualquer intérprete, musicólogo ou compositor. Se indagarmos a qualquer desses muitos gênios musicistas, cada vez mais acessíveis, -e, no meu caso, dentro de minha própria casa (meu filho e meu sobrinho são músicos assombrosamente talentosos desde tenra idade). Qual o músico que mais admira, certamente uma imensa maioria, senão a totalidade, responderá sem hesitar: Johann Sebastian Bach. Essa unanimidade - que com certeza só quebrariam aqueles que o desconhecem e, sendo assim, não podem ser considerados músicos nem pessoas cultas - é a maior prova de seu valor, o reconhecimento de sua genialidade. Muito já se escreveu sobre esse assombroso músico e compositor, ocorre que este que vos comunica afirma: a genialidade em toda a obra e históricamente falando sobre música, foi consolidada graças à J.S. Bach.

Bach é único, inimitável, impossível de superar em qualquer um dos aspectos da técnica, no domínio de todos os ramos da música e sobretudo na inspiração. Qualquer pessoa que o ouça fica subjugada por seu talento. Se nos perguntarem de qual de sua composições mais gostamos, sentimos extrema dificuldade de responder, porque teríamos de citar, uma após outra, dezenas e dezenas delas, e em cada uma veríamos passagens de um valor e de uma beleza tais que só em outra obra sua encontraríamos. Não creio que esteja exagerando.

Publicarei aqui parte do que considero as obras-primas do músico ocidental mais influente de todos os tempos. Tentarei, também, descrever com as minhas modestas impressões, alguns conhecimentos sobre esse monumental homem, seus pensamentos, origem, influências... enfim. Proponho-me ao desafio de compartilhar informações adquiridas ao longo de minha vida, da vida de meu pai e de meu avô paterno, de quem herdei livros, discos, como também, o entusiasmo de um querido amigo e mentor, médico, italiano, apaixonado por música clássica; magistral pintor e inesquecível figura que forjou muito do que hoje sou. E é a ele que dedico com muito entusiasmo esta série que agora publico.

Dr. Amadeu Vivacqua. Onde estiveres e sei que estás bem, continue influenciando meus caminhos. Amém!

Set List


Regente/Violino-Solo: Jonathan Carney, conduzindo magistralmente a Royal Philharmonic Orchestra de Londres
Órgão: James Parson [+]
Trompete: Mark Bennet
Solistas: Martin Innes, Susan Bullock [++]
Flautas: Robert Winn, Julian Coward

1 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Concerto N.° 147, “Jesus Alegria dos Homens”, BWV 147 / * A segunda música mais bonita jamais composta em minha opinião.
2 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Tocata e Fuga em Ré Menor, BWN 565 [+]
3 Susan Bullock; Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Cantata N.° 51, “Jauchzet Gott In Allen Landen”, BWV 51 [++]
4 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Cantata N.° 140, “Wachet Auf”, BWV 140 * / * A terceira música mais bonita de todos os tempos. Em post anterior, dedico a Mahler a música mais bonita jamais composta.
5 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Concerto de Brandenburgo N.° 4, BWV 1049 (I. Allegro)
6 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Ária na Corda Sol da Suíte N.° 3, BWV 1068
7 Martin Innes; Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Concerto para Cravo N.° 1, Em Ré Menor, BWV 1052 (I. Allegro) [++]
8 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Cantata N.° 208, “Sheep May Safely Graze”, BWV 208
Suíte N.° 2 em Si Menor para Flauta, BWV 1067
1 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Polonaise
2 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Minueto
3 Jonathan Carney: Royal Philharmonic Orchestra - Badinerie
Concerto de Brandenburgo N.° 2, BWV 1047 (III. Allegro Assai)

11 comentários:

Lafayette disse...

Bach é fenomenal, compara-se, um pouco, ao Mozart, pra mim o gênio dos gênios - só o fato de, praticamente, escrever suas obras de prima, com poucos acertos e rasuras, já o coloca num pedestal pouco mais alto.

Mas Bach é bach chê, já diria o gaucho, e o domínio geral que ele tinha é mesmo inigualável.

Ária na Corda Sol da Suíte N.° 3, BWV 1068 considero uma das 5 músicas mais tocantes que a mente humana conseguiu produzir.

Ah, e sempre digo que, quando se está no nível destes gênios, discutir quem era "o cara", é o mesmo que julgar quem é mais bonito, eu ou o Brad... nunca se chega a uma conclusão, somo lindos afinal! réréréré

Scylla Lage Neto disse...

Val, obrigado por compartilhar conosco a música do genial servo da música e incansável servo de Deus por meio da música.
Um abraço.

Val-André Mutran  disse...

Scylla como você residiu na Alemanha e conhece vários países da velha Europa, alguns deles, berço dos maiores gênios musicais de toda a história humana; imagino seu entusiasmo ao apreciar algumas das passagens que registrarei aqui em meu saliente texto, evidentemente demosntrado em notas da execução de alguns dos melhores músicos que executam Bach & Cia.
Já está em processo de upload Jimi Hendrix e Marillion, este último, sem dúvida, a melhor cêpa do novo rock progressivo da atualidade. Não é mesmo Francisco?

Val-André Mutran  disse...

Lafa a "Ária na Corda Sol da Suíte N.° 3, BWV 1068", é música complexa de uma mente brilhante.
Como deixei evidente no texto inicial sobre J.S. Bach; há extrema dificuldade em afrimar qual seria a melhor música de sua insuperável e monumental obra.
Arrisquei meu pescoço.
Farei melhor. Arriscarei minha reputação na série em que tentarei demonstrar um dos mais belos fundamentos da boa técnica musical, em impressões muito particularres sobre Tocatas, Fugas e Cantatas que, para mim, é a trilogia de toda e qualquer música de alta qualidade.
Abraços, registrando saudades de ti e de teu pai.

Scylla Lage Neto disse...

Bach, Hendrix e Marillion - daria uma jam session diferente...

Francisco Rocha Junior disse...

Val, me considero um cara tolerante e flexível. Meu exercício de inflexologia (existe isso?) se resume a uma única coisa, em qualquer área do conhecimento: Bach é a voz de Deus traduzida em música. Ninguém igualou. É Pelé e os outros.
E, em particular, a Ária na Corda de Sol é a coisa mais linda que o gênio humano já inventou. Não existe, de perto, nada parecido. Nem na pintura, nem na literatura. Nada, absolutamente nada é sequer parecido.

Francisco Rocha Junior disse...

Val, a Bitter Suite, do clássico Misplaced Childhood, tem uma frase que resume o que o Marillion representa pra mim e, creio, a minha geração: j'entend ton coeur, ou, em má versão para o inglês, I can hear your heart; não acredito que haja outra banda que tenha entendido tanto o coração dos adolescentes dos anos 80/90.

Val-André Mutran  disse...

Francisco sempre preciso em seus comentários. J.S. Bach é uma paixão desenfreada.
Apresentarei aqui as variações Goldberg na totalidade de seus 14 canons.
Pretendo, também publicar dois discos imperdíveis sobre sua monumental obra de Fugas.
O primeiro deles, sua última obra, numa composição de instrumentos absolutamente insólita e o segundo uma aula de fugas para músicos de altíssimo nível e peças dificílimas, porém, de uma rara beleza.
Quanto ao Marillion, estou me esforçando para que a 1.a da série de seleções desta excelente banda, esteja a altura dos leitores qualificados e fãs como você e os demais apreciadores do bom e velho rock progressivo.
Ah! Penso que a inflexão me ocorre em muitas ocasiões.

Anônimo disse...

Bachbaquice. Só é culto quem conhece Bach? Deixe de ser Bachbaca. As pseudo elites sempre querem ser mais. E são: mais soberbos, vaidosos e outros pecados. Essas pestes endinheiradas têm que ouvir o som das ruas para ter cultura. É de graça.

Val-André Mutran  disse...

Anônimo das 9:17 AM. Impressionante como a carapuça ajustou-se perfeitamente em sua cabeçinha preconceituosa heim?!

Carlos Barretto  disse...

Realmente, este anônimo, ganha o prêmio de "Cangalha de Ouro" do Flanar.
Nunca antes, nenhum dos imbecis que vez por outra se despem (na verdade, se rasgam) por aqui, vestiu uma cangalha tão inacreditável quanto ele. E ficou até bem nele.
Rsssss