O verão europeu de 2010, cheio de imagens tão bonitas dos festivais, infelizmente vai ficar marcado por esta imagem: a da tragédia no túnel de acesso à apoteose da Love Parade, em Duisburg, norte da Alemanha, no sábado passado. Dezenove pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas por causa do pânico na multidão estimada em mais de 1 milhão na maior techno festa do Velho Continente e uma das maiores do mundo. Segundo os jornais e TVs, tudo aconteceu por volta das 17 horas. Depois de percorrer as ruas da cidade, os carros som entraram numa área cercada - uma antiga estação de trem - onde quem quisesse participar da rave de encerramento deveria pagar. O único acesso era um túnel. Milhares de pessoa foram impedidas de entrar, mas continuaram a fluir e pressionar para entrar. Bloqueada no túnel, parte da multidão entrou em pânico. A mistura de álcool e pílulas, coquetel quase sempre presente nesse tipo de evento, com certeza contribuiu para o clima da tragédia, segundo os jornais. As vítimas foram esmagadas e algumas morreram a despencar das escadas na saída do túnel.
A Justiça alemã tem agora a missão de descobrir os culpados. O prefeito da cidade, Adolf Sauerland, defende que nada falhou no esquema de segurança e contesta a estimativa do número de pessoas na área do evento. Na hora do tumulto, estariam na área da Love Parade, segundo o prefeito, cerca de 300 mil pessoas. Os jornais falam de 1 milhão e 400 mil. O organizador da festa, Rainer Schalle já anunciou o fim da Love Parade. O evento começou em 1989 em Berlim, mas por questão de lucro, passou a ser promovida em várias cidades da Alemanha e serviu de modelo para festas iguais em todo o mundo, inclusive em São Paulo, Brasil.
Além do choque de uma tragédia nessas proporções, num evento que nasceu para promover a alegria de viver, os jornais aqui destacam o fato de que a rave continuou o resto da noite em Duisburg. Todos dançavam como se nada tivesse acontecido. Os organizadores dizem que temiam que, ao parar a festa, explodisse um novo tumulto. Mas, grande parte da imprensa diz que o que falou mais alto foi o tilintar das caixa$. Uma vergonha.
Um comentário:
Edvan, não há mais respeito algum pelos vivos e muito menos pelos mortos. O vil metal imperará ad eternum.
Fico imaginando que numa situação de catástrofe de grandes proporções, o canibalismo, a escravidão e submissão de semelhantes à força brotarão naturalmente da fonte da humanidade.
E que o som vai continuar rolando...
Um abraço.
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