Interessantes dados do IPEA apontam que quase 13 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta entre 1995 e 2008. Em termos percentuais, a queda foi de 43,4% para 28,8% do total da população. Em que pese o avanço, ainda é estarrecedor o fato de que 28,8% da população brasileira ainda sobreviva com meio salario mínimo por mês.
Os estados com maior recuo nas taxas de pobreza foram Santa Catarina, Paraná e Goiás. As três unidades com menor recuo foram Amapá, Distrito Federal e Alagoas. Distrito Federal??? Que vergonha!
Já a taxa de desiguldade de renda recuou em quase todos os estados entre 1995 e 2008. No Pará, foi de 0.56 para 0.50, colocando o estado bem no meio, entre a maioria. O Nordeste é a região com os piores índices de pobreza, e o Sul com os "melhores". Por sinal, a pesquisa indica que a região Sul passou o Sudeste, em termos de indicadores de renda...
2 comentários:
Vou te dizer, Raul, dos fatos que tornaram a situação da pobreza no DF uma vergonha, apesar da cidade ser hoje a segunda maior renda per capta do país. A última vez que esse lugar teve alguma chance de reduzir sua miséria foi com o senador hoje pedetista Cristovão Buarque, quando disputou como petista a reeleição de governador e foi derrotado.
E sabes porque? Porque a rica e esclarecida classe média brasiliense simplesmente não acordou para votar em Cristovão, que por ela mesma era considerado o favorito.
De lá pra cá a coisa evoluiu com a dinâmica daquela matéria do metabolismo humano, que por ação da gravidade descerá sempre ladeira abaixo... a ponto de chegarmos a situação vergonhosa de um governador levado em algemas a cadeia até que, sem saída, tangido pelo mais explícito escândalo político do Brasil, o episódio conhecido como DEMsalão, renunciasse. Nesse tipo de contexto de neo-coronelismo, de estímulo à invasões de terras urbanas, com regularização na base de voto de cabresto, não há política pública nem cidadania que resista.
Apesar de eu ver passar por mim, diariamente, carros iguais ao que você vê aí circulando pelos EUA; ou serem vendidos apartamentos de 2 quartos de 70 m2 ao preço básico de 1 milhão de reais, que compram 5 habitações de sotãos em Paris.
Como Rz assinalou aqui: ou educamos esse povo e seguimos adiante, ou seguiremos nesse escândalo de concentração de renda: eu ouvindo minha empregada doméstica relatar os horrores que acontecem numa escola da periferia de Brasília-DF; tal qual ocorrem na periferia de Washington-DC, pois nós sabemos que assim é o ritmo perverso da música.
Além de tudo isso que o Itajaí falou, devemos acrescentar os ganhos reais de salários que os servidores federais, que têm peso importante nessa composição, tiveram nos últimos quatro anos, aqui em Brasília. Por mais que os ganhos reais no salário mínimo tenham sido importantes nos últimos oito anos, não foram suficientes para fazer frente à reposição dos serv federais, aumentando o gap. E last, but not least, a grande massa que foi estimulada a vir "tentar a vida" em Brasília nos últimos 12 anos, à custa de invasão de terras, não consegue auferir um salário mínimo por mês per capta, vivendo à margem da economia local. Lembremo-nos que o DF é bem mais do que Brasília.
Oswaldo Reis Junior
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