A megalivraria trans-nacional Amazon.com está decidida em contribuir para o fortalecimento do hábito da leitura. A nova versão de seu gadjet Kindle - leitor de livros eletrônicos - custará U$ 139 ou cerca de 35% do valor cobrado três anos atrás, no lançamento do equipamento. No Brasil, país que pratica preços exorbitantes no mercado livreiro, o livro eletrônico ainda é uma curiosidade. Mas acaso houvesse política de governo no sentido de movimentar esse comércio, protegido inclusive da sem-vergonhice da pirataria eletrônica, seria medida salutar para reverter às históricas condições de prática da leitura.
3 comentários:
"Boa parte dos preços absurdos praticados pelo mercado livreiro refere-se à tributação igualmente ridícula e às exigências impostas pela legislação brasileira para quem deseja publicar no Brasil.
Conheço alguns casos, mas vou citar apenas o dos colegas da PUC-RJ, os pais do Lua (uma linguagem brasileira de programação de computadores com características únicas e utilizada por 8 em cada 10 video games disponíveis no mercado internacional). Eles acabaram forçados a editar e publicar seus livros nos EU para posteriormente importá-los e vendê-los aqui. Dessa formas as exigências são menores e o preço de capa tornou viável a comercialização e obtenção de ganhos, coisa que não conseguiram quando tentaram publicar por aqui.
Portanto o governo brasileiro poderia começar criando uma política de incentivo a esse mercado removendo o peso da burocracia, da carga tributária tresloucada e em cascata e promovendo um programa de acesso ao crédito a quem deseja empreender no segmento. Isso já seria um bom começo. O fomento ao empreendedor brasileiro, talentoso e ávido por oportunidades mas massacrado por anos a fio de políticas governamentais míopes e irresponsáveis.
E não estou defendendo que se faça o que ocorre hoje no ramo cinematográfico, onde boa parte da grana disponível vai parar nas mãos da Globo Filmes. Uma rápida pesquisa deixa claro porque isso acontece.
Quanto ao livro eletrônico, no Brasil vivemos uma espécie de limbo porque não temos editoras em quantidade e a população dispões de pouco acesso acesso à alta tecnologia. Certamente precisaremos adotar aqui tecnologia estrangeira se não quisermos ficar mais uma vez pra trás no bonde da história.
Até mesmo isso é melhor do que nada. Se bem conduzido - aqui cabe outro parêntese, diferente com o que aconteceu com a TV Digital no Brasil (onde tudo foi dado de bandeja para os japoneses e não houve nenhuma contrapartida sequer, como havia sido acordado, e ficou por isso mesmo) - poderia ser algo benéfico para a população e para a criação de um mercado nacional de livros eletrônicos.
Mas não acredito que funcione se for adotado um modelo intervencionista do governo. Como inclusive também já existe alguns ensaios, principalmente na área da mudança da legislação que rege o direito autoral (não necessariamente algo ruim, mas é um assinto que precisa ser discutido multi-lateralmente)."
Temos pleno acordo, Antonio. Infelizmente, entra governante, sai governante ou, melhor dito, entra ministro de educação, sai ministro de educação; entra ministro da cultura, sai ministro da cultura e tudo permanece tal qual nessa república de bacharéis surdos.
Quanto ao intervencionismo também concordo, pois não se trata disso e sim de induzir e regular com controle social; sim, regular, porque onde não há regra clara, sobram abusos.
E com respeito ao livro é bom lembrarmos que no templo inatacável do neoliberalismo recalcitrante (sempre o serão), que fez base empedernida no Ministério da Fazenda (isto foi uma concessão), alguma de suas vestais cogitou em taxar inclusive, em anos recentes, as importações de livros e revistas. Não fosse a pressão efetiva do meio acadêmico brasileiro, mais esse obstáculo teríamos de transpor para acessar o conhecimento científico atualizado.
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