sexta-feira, 29 de abril de 2011

Deep Purple Special Vol.2





Não! Definitivamente não é apenas uma mera coincidência que 9 entre 10 amigos que tenho, – e, 10 entre 10 jornalistas que curtem rock, adorarem o Deep Purple.

Tente puxar papo com um fã da banda que rapidamente você saberá as razões para tal fato.

O fenomenal Deep Purple começou em 1968, com o nome Roundabound (felizmente logo abandonado). A banda se apresentava na América e bem no início de tudo, faziam as vezes como acompanhantes do artista Chris Curtis, então em curva ascendente de uma arrasadora consagração no meio rock.

A primeira formação, que lançou três discos de pouca repercussão (Shades of Deep Purple, Book of Talyesin e Deep Purple) contava com o vocalista Rod Evans, o guitarrista Ritchie Blackmore, o baixista Nick Simper, o baterista Ian Paice e o tecladista Jon Lord. O nome Deep Purple foi sugerido por Ritchie Blackmore, retirado de uma música que sua avó gostava.

Em 1969 resolveram arriscar uma mudança no direcionamento musical da banda, convidando o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover e passando a buscar um estilo que misturasse música clássica européia ao hard rock que surgia na inglaterra com as bandas Yardbirds (uma das mais espetaculares de todos os tempos) e Led Zeppelin (minha mais avassaladora paixão por uma banda).

O primeiro álbum com esta formação, com o sugestivo nome de Concerto For Group & Orchestra foi recebido com respeito (e um pouco de estranheza) pela crítica. Não foi, todavia, um grande sucesso de público. Dariam uma virada de 180 graus em 1970 com o álbum Deep Purple In Rock, que com seu hard rock direto e bem feito rapidamente chegou ao topo das paradas transformando imediatamente o Deep Purple em uma banda grande e influente. São deste disco alguns dos primeiros grandes clássicos da banda, Speed King, Child in Time e Black Night.

Tudo bem eu também gosto do Gillan e dos discos In Rock, Fireball, Machine Head, Made In Japan e Who Do We Think We Are. Obras maravilhosas, extraordinariamente bem tocadas e impressionantes, mas de alguma maneira aquele período talvez estivesse um pouco aquém do que conhecemos hoje como um show completo de hard ou heavy rock. Ainda faltava alguma coisa e isso a gente pode observar nos vídeos da época. Algo bem diferente da parafernália que faz hoje de um U2, por exemplo, a "oitava maravilha do mundo".

– Ai meus caros, tirem as crianças da sala: vão todos se fud...!

Rock em roll não é game de última geração com efeitos 3 D.

– Vão se fud...! Novamente.

"Agora, mudanças acontecem em qualquer banda. Eu é que sei...Escutar os trabalhos do Deep Purple com David Coverdale e Glenn Hughes para mim foi como um rejuvenescimento. Um outro olhar sobre a banda. Talvez fosse o fato do baixista cantar e tocar pra caramba. A composição em si, baseada em um dos riffs mais poderosos da história aliada a bateria louca do Ian Paice , coisa que até hoje os bateras se quebram pra repetir, faziam com que eu a ouvisse sem parar na adolescencia. Estava tudo lá, verso, solo de guitarra e de teclado, refrão, só que com uma linguagem um pouco diferente que talvez nem eles soubessem, mas que já desenhava o que viria depois na continuidade dos seus trabalhos. Falando um pouco do álbum, Burn era acompanhada por suas irmãs "You Fool no One", "Sail Away", "Mistreated" e "Might Just Take Your Life", fazendo-o uma obra prima. Sempre leio que a influência de Glenn Hughes teria feito com que Richie Blackmore tivesse abandonado o barco depois do lançamento do disco seguinte Stormbringer, mas olhando direito as composições, notamos que em sua sua maioria são dele mesmo e de David Coverdale, Jon Lord e Ian Paice, então???. Indo um pouco mais adiante fica claro os estilos de cada um quando você ouve "Stormbringer" do disco homônimo e "This Time Around" e "You Keep on Moving" do disco "Come Taste the Band", já sem Blackmore nas guitarras.

Enquanto Blackmore era mais metal, Coverdale era mais hard e Hughes mais soul. O disco e a música lançados em fevereiro de 1974 mostraram os caminhos diferentes que cada um deveria seguir para o bem do rock dos anos 70 e para a posteridade. A distancia, me parece que Blackmore era o mais focado na carreira e nos objetivos. Saindo do Deep Purple chamou um time de peso e formou o Rainbow com Dio nos vocais e após lançar o primeiro e segundo discos saiu em uma super tourne com dois backdrops e um Arco-Iris de luzes coloridas no palco em um show caríssimo que nem mesmo o Deep Purple dos aúreos tempos possuía.

Mais tarde se dirigiu ao mercado americano onde conseguiu sucesso até o ínicio dos anos 80. Coverdale, a grande revelação e o mais novo da formação de 1974/75 seguiu o seu caminho primeiramente junto com Jon Lord e Ian Paice e transitou até o ínicio dos anos 80 pelo rock tradicional sustentando no hard blues com discos excelentes da sua banda Whitesnake.

A partir da metade da década "descobriu" o mercado americano e transformou-se no mega rock star que conhecemos atualmente. Embora nunca mais tenham tocado juntos é interessante ouvir a música "Soldier of Fortune" do disco Stormbringer. Uma composição dos dois que já mostrava o direcionamento de ambos e para onde iriam seus trabalhos.

A primeira "balada" de Coverdale que depois usaria muito bem este expediente em todos os discos do Whitesnake somada ao arranjo e solo de Blackmore que notadamente expandiria a idéia para os primeiros discos do Rainbow.

Hughes depois de anos perdidos com as drogas , hoje toca e canta tão bem quanto anos atrás e esteve no Brasil levando o seu legado adiante com ótimos trabalhos. Enfim que continuem "queimando tudo" pelos palcos, "You know we had no time...
– Depoimento de Nando Melo, baixista do Hangar (a banda)."

Bora logo curtir o vol.2?!

Set List
1 Deep Purple - "Burn"
2 Deep Purple - "Might Just Take Your Life"
3 Deep Purple - "Lay Down, Stay Down"
4 Deep Purple - "Sail Away"
5 Deep Purple - "You Fool No One"
6 Deep Purple - "What's Goin' On Here"
7 Deep Purple - "Mistreated"
8 Deep Purple - ""A" 200"
9 Deep Purple - "Knocking At Your Back Door"
10 Deep Purple - Under The Gun"
11 Deep Purple - "Nobody's Home"
12 Deep Purple - "Mean Streak"
13 Deep Purple - "Perfect Strangers"
14 Deep Purple - "A Gypsy's Kiss"
15 Deep Purple - "Wasted Sunsets"
16 Deep Purple - Hungry Daze"
17 Deep Purple - "Not Responsible"
18 Deep Purple - "Bad Attitude"

Coming soon deep purple vol.3

2 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

That’s rock’n’roll, Buddy!
Music for genuine soldiers of fortune!
E, Val, concordo com os comentários em relação ao U2.
Na verdade, apesar de gostar e de ter toda a discografia dos irlandeses, considero a banda classe B ou C, com atitude e estrutura ($$$) de uma banda classe A. Mas que o show é impressionante, isto é inegável.
A propósito do U2, ontem ouvi um comentário no hospital, de um fã da banda que esteve no Morumbi. Ele disse mais ou menos assim: “dê metade da estrutura do U2 para o Muse e ouvirá o quádruplo de qualidade musical”.
Resume tudo, né?!
Smoke on the water!!!!!!!!!!

Val-André Mutran  disse...

Tudo, Scylla!
– Tudo.