sexta-feira, 20 de maio de 2011

Preparem-se: o plebiscito será uma disputa parelha

















Grupos políticos vitoriosos dispõem ou constroem recursos para enfrentar a prova final democrática que é vencer uma eleição. Afinal, ninguém gosta de perdê-la.

Mas, perder uma eleição é lição para poucos.

Enquanto nós, do lado de cá da força, favoráveis à aprovação do plebiscito que leverá os paraenses às urnas nos próximos seis meses, desenha-se uma articulação, por enquanto, muda.

O que diabos será o lado de cá da força?

– Evidentemente uma figura de linguagem para deixar claro, cristalino, límpido que não somos inimigos dos moradores de Belém ou de qualquer paraense que não seja simpático ao nosso projeto de desenvolvimento. No nosso entendimento, o maior, hoje em curso na Amazônia e no Brasil.

Não embarcaremos em provocações de jornalecos que se acham detentores "da palavra final" de algo tão importante para o nosso estado, para o subcontinente amazônico e para o país.

Não perderei meu precioso tempo refutando bobagens e insistentes provocações levianas de quem quer que seja. O pleito que se aproxima já, há muito, é tratado por nós, como algo muito sério e agora, saiu do terreno do factível para o realizável.

A novidade do processo que está se descortinando é que se definirá não apenas como e em que área será realizado o pleito. Será muito mais que isso.

Será a primeira vez na história de nossa jovem democracia, uma vez que considero como marco da democracia no Brasil a nova República, portanto, de 1985 aos dias de hoje; o povo, o eleitor, rico ou pobre, negro ou branco, silvícola, pardo, mameluco, estrangeiro com nacionalidade brasileira...enfim, aptos à votar, como recorte de nossa sociedade amazônida, decidir se quer ou não a criação desses dois novos estados. Há dispositivo constitucional (art.18) que garante esse direito.

O pleito é de interesse nacional?

– É (vide artigo de Roberto Pompeu de Toledo, revista Veja, da última semana). Ocorre que o articulista de Veja parece não ter lido a Constituição de seu próprio país; da mesma forma, o jovem e inexperiente deputado estadual Célio Sabino, não o fez.

A aprovação dos dois projetos de Decreto Legislativo, do Carajás e do Tapajós, cumpriram um longo rito regimental até obter a aprovação na câmara baixa; sendo que o do Tapajós, que foi emendado para incluir Mojuí dos Campos, voltou nesta semana na semana passada para deliberação final.

Na tese do colega da revista Veja, o plebiscito deveria ser aplicado em todo o Brasil.

– Impossível. Isso não é previsto na Constituição.

Na tese do jovem deputado Sabino, o pleito está eivado de vício em sua aprovação no mérito.

– O jovem deputado litigou de má-fé e será punido por isso. Ele terá que provar na Suprema Corte que houve maracutaia no processo regimental da Câmara dos Deputados, na quinta-feira, 5, próximo passada.

Quanto a sua tese "da ausência de estudos oficiais" sobre a viabilidade econômica dos novos estados, defendida, igualmente, com "unhas e dentes", pelo deputado licenciado, atualmente cumprindo missão partidária como Chefe da Casa Civil do governo Simão Jatene, Zenaldo Coutinho, este sim, um experiente político e advogado de formação, a licenciosidade de interpretação do nada a lugar algum parece-me ainda mais grave, por uma simples razão: a própria constituição não exige qualquer tipo de estudo como ambos defendem.

O bonde passou meus caros. Houve tempo de sobra para emendar a constituição para que essa tese lograsse êxito.















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Outra consideração que gostaria de fazer é relacionada à área onde deve ser aplicado o pleito.
Em todo o estado ou apenas na parte interessada?

– Essa decisão será arbitrada no TSE e, caso não satisfaça os dois grupos antagônicos, a palavra final caberá ao STF. E ponto final.

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Mas, voltando a disputa. Acredito que o marqueteiro do lado de lá da força será o competente Orly Bezerra.

E o nosso maqueteiro, quem será?

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De uma coisa antecipadamente eu posso afirmar, independente do resultado do plebiscito.

Nunca mais a relação do poder central do Pará com a nossa região se repetirá.

Sob qualquer ponto vista, a enrolação a nós enfiado goela abaixo com planos mirabolantes, nunca executados, quer pelo governo federal, quer pelo governo estadual, ao longo de décadas, não mais nos convencerá como um doce dado a uma criança de colo.

– Tenho dito.

2 comentários:

Yúdice Andrade disse...

O fato de haver lados me entristece. Mas o fato de haver marqueteiros para cada lado me enoja! São os primeiros a mamar a grana e, para ele, o lucro é garantido, independentemente do resultado!
Triste país este que, segundo dizem, é governado por marqueteiros durante as campanhas eleitorais.

Val-André Mutran  disse...

São as regras Yúdice. Embora, os marqueteiros, sejam, apenas, um dos elementos decisivos no que chamamos de nova Democracia.
Na minha terra o nome disso é: Tú te garante macho, senão...
– Vide Obama.