sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O riso cômico

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É carnaval, não me diga mais quem é você, amanhã tudo volta ao normal...
O riso carnavalesco é patrimônio do povo, é universal e é ambivalente! E hoje é carnaval, e me deu um comichão de falar de Mikhail Bakhtin e do seu livro: A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. Vontade de falar do riso cômico e de François Rabelais, Cervantes e Shakespeare: assuntos de Bakhtin neste livro.
Bakhtin escreve sobre a máscara, o movimento e a transmutação. Enfim, sobre o Carnaval!
Sobre a máscara:[...]no grotesco popular, a máscara recobre a natureza inesgotável da vida e seus múltiplos rostos.[...]no grotesco romântico, a máscara conserva traços da sua indestrutível natureza popular e carnavalesca.[..] mesmo na vida cotidiana contemporânea, a máscara cria uma atmosfera especial,[...]. Ela não poderá jamais tornar-se um objeto entre outros.[..]
Sobre o movimento:[...] é preciso reconhecer que o Romantismo fez um descobrimento positivo: De considerável importância, o descobrimento do indivíduo subjetivo: profundo, íntimo, complexo e inesgotável.[...]
A transmutação: [...]A época de Rabelais, Cervantes e Shakespeare marca uma mudança capital na história do riso. Em nenhum outro aspecto, a não ser na atitude do riso, as fronteiras que separam o século XVII e seguintes da época do Renascimento, são tão bem marcadas, tão categóricas e nítidas.[...]
A cultura cômica da Idade Média e do Renascimento ainda nos faz rir; talvez seja a tal "carnavalização?!" de que falam os carnavalescos? Bakhtin escreve, que isso está em relação direta com a máscara carnavalesca e com a força regeneradora do riso. - Rir é muito bom! - concordando plenamente com François Rabelais. O escritor francês, no Renascimento, cultuou a gordura, o exagero, a abundância, a fartura, o excesso, o excessivo, o grotesco; descrevendo o carnaval no Renascimento como o tempo de comemoração das colheitas; de exaltação ao sexo e à transmutação das coisas e dos seres.
Convoco Mikhail Bakhtin ao centro das festividades de Momo, saudando, por meio dele, o Carnaval! o Carnaval! Ao Carnaval!



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Mikhail Bakhtin/ A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. São Paulo: Hucitec/UNB, 1993.

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