quinta-feira, 3 de maio de 2012

No sapatinho

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Em 2004, Duciomar Costa da Coligação União por Belém levou a prefeitura com 420.280 votos. Venceu Ana Júlia Carepa-PT com 58,28% dos votos válidos. Em 2008, Duciomar Costa ganhou no 2º turno de Priante-PMDB, com 59,6% dos votos válidos, ou 436.693 votos. No primeiro turno de 2008, ele ganhou com 35,15% dos votos válidos. Em 2008, Belém tinha 961.232 eleitores. Duciomar Costa tem uma bela quantidade de votos no bolso. E agora  desfila com Almir Gabriel  do PR. Bob Pai e Bob Filho vem aí. Prá que? Com uma quantidade dessa de votos, e trabalhando para o eleitorado que cativou, esta eleição promete ser das mais difíceis para os grupelhos políticos, e das mais homogêneas para a cabeça do eleitor. Duciomar Costa tem tudo para ser o fiel da balança. Que pena!


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2 comentários:

Yúdice Andrade disse...

Marise, acho que entendo a tua premissa, mas submeto duas ponderações a tua análise, incomparavelmente mais abalizada do que a minha:

1. O prefeito-desastre tem um elevadíssimo (e perfeitamente compreensível) índice de rejeição. Por isso, embora seja relativamente fácil se reeleger (brasileira reelege qualquer porcaria), fazer o sucessor pode não ser assim tão simples. Tais apoios costumam ser mais eficientes para cargos legislativos, mas para o Executivo o eleitor continua naquela de votar em pessoas (já que os partidos não significam nada), de modo que o candidato em si precisa ter o seu charme pessoal. Essa a razão pela qual o desastre, não tendo ninguém que preste no próprio partido, foi desencavar o já dado como aposentado Almir Gabriel.

2. Almir Gabriel já foi dono do Pará, mas em outros tempos. Depois de romper com o PSDB, perdeu a aura de perfeição que os tucanos construíram para si. Suas mudanças de partido não serão bem vistas pelo eleitor, que não gosta desse pula-pula. A imagem de sem ideologia, personalista e vingativo já estão muito cristalizadas.
Além disso, a idade e as más condições de saúde também são um fator desfavorável. Lembra como Hélio Gueiros foi maltratado quando se candidatou pela última vez à prefeitura? Dizia estar "tinindo", mas não convenceu.

Sei que poucas coisas pesam tanto numa eleição quanto o abuso de poder político e econômico de quem está no comando. Mas realmente acredito que vamos virar essa página. Rezo por isso.

Marise Rocha Morbach disse...

Yúdice, ótima a sua analise. Quando escrevo "que pena" é porque sei que o fiel da balança é o negociador do acordo, estes que são feitos na alcova e entre frases inauditas. Daí o meu temor, pois vejo que o Duciomar tem a legitimidade dada pelo voto; e com ele, me parece, está a função do fiel da balança. O "prá que" do Almir Gabriel é a chave de uma parte dos segredos de alcova. Perceba que o Duciomar vem em uma trajetória ascendente na vida política. Já foi Senador! Tem muitos votos, muitos, não há como negar.E as coneções eleitorais? E o judiciário? E o resto que não sabemos? Torço pela mudança, apenas gostaria que ela fosse real.