A experiência do Sarau da Memória, que ajudei a coordenar na Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), no início deste ano, rendeu histórias maravilhosas. Quantas lembranças preciosas revelaram nossos convidados, a partir de algumas fotografias desarquivadas de nosso próprio acervo. Tantas pessoas foram identificadas e que hoje nem sabemos por onde elas andam, mas que foram determinantes na luta por direitos humanos na Amazônia paraense. Bem, mas nem tudo é assim tão "belicoso" ou dramático como pode parecer. Demos muitas gargalhadas durante os quatro encontros, que esperamos um dia editar e publicar. Enquanto este dia não chega, vamos liberando algumas pérolas, pouco a pouco, pelas vias que temos acesso, como o jornal Resistência, o blog jornalresistenciaonline.blogspot.com e aqui também.
Para citar um desses momentos, que também foram de reencontros e confraternização, eis que era um sarau, trago ao Flanar, com exclusividade, uma das histórias narradas pelo amigo jornalista Paulo Roberto Ferreira. Sim, estou fazendo aquele servicinho braçal que muitos repórteres conhecem: decupando os registros, neste caso em áudio e vídeo, que fizemos dos encontros. Espero que também se divirtam.
"Um dos eventos que eu guardo até hoje: a gente fazia muita feijoada, com música e tal. Mas aí o Humberto [Cunha] deu uma sugestão: “Bora fazer um negócio diferente? Bora fazer um tamuatá com tucupi?”. Realmente diferente. Contratamos um pessoal do Jurunas, uma senhora da Cobajur, Comunidade de Base do Jurunas, pra fazer o tamuatá no tucupi. Ficou uma maravilha, num caldeirão imenso. O Jinkings emprestou a Kombi e eu fui buscar; eu ainda era o motorista! Mas eu não era acostumado a dirigir Kombi; então metia o pé no freio... e já dava aquele soquinho e derramava [a comida] na Kombi. Vocês imaginam como é que foi ficando o pitiú?! Fomos pro Caixa Pará. Foi ótima a promoção. A arrecadação foi excelente. Mas muita gente comprava antecipadamente os ingressos e depois não ia. Outros foram, desfrutaram tudo, mas não quiseram saber de comer o tamuatá no tucupi. Sobrou muito. Mais da metade. E nós trouxemos aquilo de volta na Kombi. Fomos pra casa da Euniciana, que morava na 3 de Maio, entre Magalhães Barata e Governador José Malcher. Chegamos lá por volta de 6 e meia, 7 horas da noite. Fomos entrar com o caldeirão pela porta, mas não dava, de tão grande. Alternativa: passar pela janela. Uma turma foi por dentro e botamos o caldeirão na janela. Moral da história, o bicho virou por cima da gente e fez um estrago na casa. O Maca, irmão do Rafael Lima, ia tocar esta noite, ia cantar no Waldemar Henrique. Ele ficou todo pitiu de tamuatá com tucupi. Tinha um desodorante de spray e a gente espirrava nele. O estrago foi pior. Sei que um ano depois – a casa era de taco, de madeira – ainda tinham as divisas de tamuatá"
4 comentários:
Salve portenha, que bom ver um post seu por aqui. Continue na lida com este belo trabalho; bjs.
Pois, sim, minha cara colega, eu também já sinto falta de escrever por aqui. Mas os dias têm sido árduos. Muito árduos.
O projeto é uma das minhas mais quentes paixões, que acabou dando passos mais curtos, porque me mudei de mala e cuia pro mestrado. Mas espero mantê-lo, sim, senhora.
Obrigada pelo carinho e até breve!
Uau portenha: mestrado de mala e cuia? Muito bem! Estou feliz por você, e o nosso encontro por aí vai sair, me aguarde.
Amigos de Sonhos, Lutas e Realizações!
É muito bom recordar de nossa árdua luta, para levarmos informação aos mais diversos cantos do Pará e da Amazônia.
E está do Tamuatá é muito boa para remexer em nossos arquivos, algumas complementações da problemática, são as seguintes:
- Tinham duas atividades marcadas para o Caixa Pará, uma foi cancelada, que não era a nossa, mais os porteiros desmobilizaram alguns de nossos convidados;
- Outra ponto foi a Regina (Casca), irmã de Sandra Fonseca que ao tomar banho na piscina menstruou, e teve alguém dos nossos que teve a ideia de por no cangote e foi brindado com um colar, esse fato também é marcante;
- a casa da 3 de maio é de minha cunhada Rainilda, que tinha acabado de limpar, e quem deixou ao panelão Sandra Fonseca, que com aquela risada de arara asmática, fez cara de paisagem, o pior que no outro dia ninguém apareceu e tivemos de jogar tudo fora na São Jerônimo, e encontrávamos cascas de tamuatá por longo período . Waldemar Azevedo
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