Salvo engano de minha parte, certa vez Paulo Maluf respondeu a um jornalista dizendo que, se provasse que o político possuía uma conta bancária no exterior, poderia ficar com todo o saldo nela depositado.
Pois bem, chegou a hora de acertar a fatura. Termina hoje, no Bailiado de Jersey, conhecido paraíso fiscal, julgamento no qual se decidirá o destino de 22 milhões de dólares reivindicados pela prefeitura municipal de São Paulo, depositados naquele país em conta que, tudo indica, pertence a Maluf. Se for um homem de palavra, mesmo perdendo tal quantia, o mínimo que Paulo Salim pode fazer é pagar outros 22 milhões de dólares ao seu credor. Aposto que ele possui o numerário em alguma outra conta. Pode ser no Brasil, mesmo.
Segundo matéria no blog de Jamil Chade, os advogados de Maluf não negaram a titularidade do dinheiro; apenas alegaram que o uso de doleiros, para mandar dinheiro para o exterior sem pagar impostos, era uma prática "aceita pela sociedade brasileira". Legal, não? Confessou sonegação fiscal, mas não cometeu crime por causa da aceitação social, embora não tenha esclarecido que sociedade é essa. Afinal, suponho que a esmagadora maioria da sociedade brasileira jamais mandou dinheiro para o exterior, a qualquer título.
Ao final, o blogueiro destaca o questionamento feito, no processo, pela prefeitura de São Paulo: por que Maluf não compareceu à corte? Ora, pois, seria por causa da Interpol?
PS — Se for para Maluf sofrer uma condenação judicial, que seja em Jersey, porque no Brasil todas as suas condenações foram revertidas, permitindo a ele zombar de todos nós, ao dizer que não existe ficha mais limpa que a dele no país. É desse jeito...
2 comentários:
É sim Yúdice, que seja em Jersey, aqui as chances de ele continuar zombando da nossa cara são grandes.
Para não dizer certas e perpétuas!
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