quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Em Sampa....

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Olhando o mundo daqui prá aí: fico pensando nos formatos editoriais e na tal da estética. Montanhas de coisas amontoadas nas bancas; montanhas de formatos esquisitos em um mercado editorial gigantesco. Tudo no superlativo mesmo, pois tem muito consumidor para este mercado. Mas as velhas fórmulas continuam em alta. Os jornais impressos estão encalhados nas bancas. Uma rápida olhada: e estão todos encalhados mesmo! O cidadão mediano fala cada vez mais errado; e o vocabulário é uma tristeza de tão pobrezinho; será que tem mais de 200 palavras? Sei não. Mas, voltando aos formatos e a tal da estética, a coisa tá na mesmice. Os  sites modificaram muito da linguagem do jornal impresso; mas seguem reproduzindo muita coisa feia do jornal impresso. O tamanho dos textos se reduz velozmente.  Os sites dos grupos que vivem de vender cultura estão piores do que nunca: confusos e mal redigidos. Erros gramáticais; falta de informação e pouco conhecimento sobre o que estão escrevendo: parece ser o grande problema da maioria deles. Enfim, entramos na rede mas ainda estamos longe dos públicos; mesmo com todos os estudos sobre segmentação de mercado. E ainda é o valor da mercadoria quem dita o acesso aos produtos culturais em um mercado do tamanho de São Paulo. Muita programação gratuíta para os bolsos cada vez mais sem grana dos jovens e do pessoal da terceira idade. As roupas são puídas, é só observar com mais vagar. Tudo muito ajeitadinho, mas sem grana. Na grande São Paulo os espetáculos são patrocinados por muitos: e pelos mesmos. Fui ver Vale Tudo; estava lotado da classe média paulistana ávida por  entretenimento; muitos choravam; gostei do musical sobre Tim Maia. As milhares de rosas paulistanas correm muito prá viver por aqui; centenas de mendigos estão nas ruas; nunca vi tantos como agora. A cidade, prá quem quer curtir bons restaurantes e fazer compras, está caríssima. Os olhos da cara! Mas eu amo isso aqui...

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3 comentários:

Rz disse...

Pois é, Marise! Depois de uns dias pelas bandas do eixo Rio-Sampa, confirmei o fato que as cidades ditas grandes não mais me interessam tanto assim.
Quando mais jovem aproveitei bastante do que esse tipo de cidade pode oferecer e constato que o passar do tempo diminuiu drasticamente meus desejos "mundanos" antes somente por elas satisfeito.
Resta que no Rio fui rever parte da obra de dois artistas de primeira: Emygdio e Raphael no IMS e passei horas na primeira exposição do Liniers no Brasil.
Em Sampa, fui assistir a/participar de uma peça que recuperou meu prazer pelo teatro (mas, não valeu, eu já a tinha visto em Belém!). Também consegui assistir a uma outra peça sobre Nise da Silveira. Emocionante!
Detestei a Livraria Cultura de São Paulo! Definitivamente, não é meu tipo de livraria!
Tanto no Rio como em Sampa, meu prazer continua sendo o de estar nos lugares e nas atividades mais à margem do turismo convencional. Isso significa estar também com as pessoas que vivem a vida cotidiana dessas cidades e, assim, recobrei o encanto dessas duas megalópoles.
Lugar bom é aquele em que nos sentimos bem, no trabalho, nas relações humanas, no cotidiano que pode até ser besta, mas que gera um contentamento ímpar e uma energia idem! Lugar bom é aquele que a gente sempre encontra e reencontra DENTRO da gente!

Marise Rocha Morbach disse...

Legal Rz, também não gosto do turismo convencional, mas amo Sampa. Ainda vou ver mais tres peças de teatro. Aproveito o que posso por aqui. E adoro flanar, hoje estou de folga: só hoje. Eu me encontro e me reencontro em Sampa...

Geraldo Roger Normando Jr disse...

"Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você"
Criolo, letra e música.