Os dois
tiros no peito do adolescente hanseniano fora por acerto de conta com o
tráfico, disse a mãe, dedurando. Hoje ele reclamou dos curativos, drenos e da dedo-duro. Amanhã, ao contar as costelas, faltar-lhe-á umazinha
- por necessidade, claro. Essa põe na conta de Hipócrates.
13 comentários:
Em meio a tantas Roger: será que ele sentirá falta da costela? O que dirá de Hipócrates....
Esse Conto, Marise, Levou-me até o Edyr, em "Selva Concreta". É também um dos que sobraram da selvageria imposta em nosso "matadouro a céu aberto", conforme o Elias Pinto descreveu na sua crônica de ontem.
Boa lembrança Roger: Selva Concreta. Quanto ao "matadouro a céu aberto": imagino o lugar que vocês ocupam em meio ao matadouro! O pior é que os jovens estão na ponta do matadouro...
Marise, a gente pega o que sobra. O que não sobra vira obituário.
Ou manchete de jornal...
Parabens, Geraldo, pela escrita. Gostei muito. O assunto, bem, é lamentável.
Edyr
Realmente muito lamentável, Edyr. E quando vamos a fundo, isto é, acrescentamos à história clínica a história social, aí é que achamos a pré-coisa: o embrião de tudo. No final ou converge para o obituário das mortes violentas, empanturrando o Renato Chaves, ou os que escapam, e vão parar no Hospital, empanturrando o centro cirúrgico. É nesses que achamos histórias como essa. Tenho um punhado, mal escrita, confesso, mas tenho um punhado. Soltarei algumas, aos poucos. Elas me fazem lembrar um outro lado da "Selva Concretas" que muito bem escreveste: o lado pré-coisa que te falei.
Roger, adorei suas palavras repletas de sangue, secreções e poesia.
E esse tal de Hipócrates deve ter crédito ilimitado...
Abraços.
Scylla, e a nossa relação filogenética com o Pai da Medicina. Não sei se sou um bom filho, confesso, decerto ele me foi um bom pai.
Scylla e Roger, que bom que o "pai" de vocês não é o mesmo do Freud, rsrsrs: com todo respeito, é claro!
Marise, Freud foi originalmente neurologista, o que significa que é "irmão" meu, do Roger e do Barretto, sim!!!
Rss.
Freud!!! Bela inspiração... Bom mote para um caso psiquiátrico, hein!
Por que não doutor Roger: solta a escrita!
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