Gaza; novembro de 2012 (imagem: Tsafrir Abayov/AP)
Não Vás Tão Gentilmente Nessa Boa Noite Escura (Dylan Thomas)
Não vás tão gentilmente nessa boa noite escura,
Os velhos deveriam arder e bradar ao fim do dia;
Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.
Os homens sábios, em seu fim, sabem com brandura,
O porquê a fala de suas palavras estava vazia,
Nâo vão tão gentilmente nessa boa noite escura.
Os homens bons, ao adeus, gritando como a alvura
De seus feitos frágeis poderia ter dançado em uma verde baía,
Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.
Os homens selvagens que roubaram e cantaram o sol na altura,
E aprenderam, tarde demais, que o lamento toma sua via,
Não vão tão gentilmente nessa boa noite escura.
Os homens graves, perto da morte, enxergam com olhar que perfura,
O olho quase cego a brilhar como meteoro, então, cintilaria,
Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.
E você, meu pai, do alto e acima de tudo que perdura,
Maldiga, abençoe, com sua lágrima triste, eu pediria:
Não vá tão gentilmente nessa boa noite escura,
Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura
(Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra)
4 comentários:
Isto é lindo, e triste.
Thomas é sempre brutal, com melancolia e métrica na dose certa.
Aliás, a culpa é sua novamente, Marise, e do Roger, com suas postagens instigantes.
Eu estava quietinho lendo minha sci-fi e vocês me jogaram no universo de Dylan Thomas...
Rss.
Boa noite.
Toma-te, "Homem do Norte". Mais um gole de vida: Dylan na língua dos homens. Scylla, vê se agora coloca um uma pedra de gelo nesse copo que fulgura. A poesia é a forma mais deliciosa de a gente empaladar a vida. Muito lindo, isso...
Roger, haja gelo e haja Dylan Thomas!
Um abraço.
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