sábado, 18 de outubro de 2014

Na beira do rio

Imagem: Scylla Lage Neto

"Eu sou como a garça triste que vive à beira do rio
As orvalhadas da noite me fazem tremer de frio
Me faz tremer de frio o medo da solidão
Esse vazio imenso que mora em meu coração.
Me faz tremer de frio a noite escura, sem luar
A saudade de quem fui, e que não vai voltar
Me faz tremer de frio essa dor imensa
que rasga meu peito
Essa falta de não sei o que
ou sei, quem sabe?
Me faz tremer de frio, voar sozinha
A procura de um ninho, um abrigo
Onde eu possa me aconchegar, descansar
Descansar da busca inútil
Descansar das mágoas,
Dos sonhos perdidos
Da desilusão
Ah quem me dera realmente ter asas e poder voar
Voaria pra bem longe
Pra uma estrela, talvez..."

(Castro Alves)

2 comentários:

Erika Morhy disse...

Oh, nosso grande interlocutor com a poesia nestas paragens... que coisa mais reconfortante.
Obrigada, amigo. Já sinto que posso lhe chamar de amigo.
Um abraço fraterno,
Erika

Scylla Lage Neto disse...

Obrigadão, Erika!!!
Abraços!