segunda-feira, 17 de abril de 2006

Surpresa

Surpreendente!. Mas surpreendente mesmo é a posição dos membros do Colegiado do Curso de Medicina da UFPa. Membros de alto coturno defendem a posição (indefensável), de que professores que tem carga horária ociosa, que trabalham atendendo pacientes em hospitais, só devam trabalhar 16 horas por semana, estando, portanto, desobrigados de ver seus pacientes em um determinado dia da semana (à escolha), quando então seriam substituídos por outros médicos na missão de atender seus pacientes.
Cremos que se trata de omissão perigosa e os doutos membros do Colegiado de Medicina da UFPa, deve estar atentos.
Cuidado!

4 comentários:

Anônimo disse...

Estão ociosos no hospital... Há tanto para fazer em pesquisa... Por essas e outras é que o Nordeste tem larga distância na captação de recursos para pesquisa.

Carlos Barretto  disse...

Sem a menor dúvida, anônimo. Contudo, cabem algumas reflexões. Em primeiro lugar, o fato de vc não saber a diferença entre norte e nordeste. E existem sim muitas diferenças entre um e outro. Em segundo, apesar do flagrante absurdo da situação citada, o modelo assumido pelo MEC na distribuição de verbas públicas para pesquisa é perverso e costuma privilegiar o sudeste, alegando que é o que produz mais pesquisa. Ora! Obviamente necessita também ser revisto pois cria um moto-contínuo que acaba por não trazer soluções honestas. Trata-se portanto de 2 frentes de luta a quem estiver de fato interessado em trabalhar. E ambas tem que ser levadas a efeito.
Mas com exemplos como este, do Colegiado de Medicina da UFPa, bem como de outras instituições públicas Brasil afora, depõem contra o ensino médico, já bastante crítico em vários rincões do país. E garanto-lhe que não é só no Norte ou Nordeste.
Abraços e obrigado pela participação.

Anônimo disse...

Você tem razão com respeito a voracidade do Sudeste com respeito as verbas de pesquisa. Acontece que existem algumas variantes no assunto que você ignora.
Você sabia que, desde o Governo Lula, 30% dos recursos aplicados pelo MCT e Ministério da Saúde em pesquisa são destinados obrigatoriamente a regiões como Centro Oeste, Norte e Nordeste? E não é pouca coisa, hoje dá algo em torno de 60 e poucos milhões de reais. E virá mais editais para financiamento em 2006.
O que você não sabe é que os maiores consumidores desses recursos são Nordeste, Amazonas e Centro-Oeste e nessa ordem. Advinhe quem está anda comparecendo muito pouco? Aqui, mano velho, não tem USP, UNICAMP, UFRJ concorrendo, é só, digamos, emergentes.
Desse modo eu sei muito bem do que eu estou falando. O dia sabático legitimado na UFPa se dedicado a atividades de pesquisa faria uma diferença bem positiva no portfolio de trabalhos científicos que produzisse.

Carlos Barretto  disse...

Excelente este seu comentário e contribui para o debate lúcido. E também para que os digníssimos membros do Colegiado de Medicina da UFPa, se voltem a tomar as providências adequadas para aproveitar o momento, que segundo "suas informações" estariam finalmente favoráveis ao Norte, em especial ao Pará. Ao invés de ficarem pensando em reduzir sua carga horária ou obrigando os estudantes a vestir o branco imaculado, como já fizeram no passado. Talvez o volume de, digamos, "desacertos", seja tal que esteja provocando miopia aos doutos membros da Faculdade de Medicina. Na melhor das hipóteses, esta seria uma "explicação" patética. Mas a outra das hipóteses, me causa constrangimento e me impede de falar. Quem sabe a sociedade não dá um empurrão nos doutores?
Abraços e obrigado pela sua participação.