Terminou agora o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva realizado em Recife. Nestes 3 dias muitas novidades a respeito ventilação mecânica artificial, sepse e um excelente painel reunindo 4 ex-presidentes da AMIB (sendo que um na platéia) discutindo sobre Paciente Terminal. Renato Terzi, Marcos Knibel, Jairo Othero, presidida por este blogger. Sala cheia, gente sentada pelo chão, discutimos por 2 horas os tópicos técnicos, éticos, legais e políticos do tema. O sucesso foi tamanho, que o grupo resolveu trazer para Belém este tema. Estaremos tomando a frente desta iniciativa com o forte propósito de envolver a sociedade na discussão incluindo possivelmente a OAB, talvez algum representante da igreja além dos 3 ilustres convidados.
Qual a importância do tema? Pense em como gostaria de ser tratado em caso de ser acometido de uma doença terminal.
Pois é. Os intensivistas gostariam de saber também.
11 comentários:
Bom tema, especialmente para a especialidade. Mais que o MP, é imprescindível serem chamados para compor essa mesa redonda um representante do CFM, um especialista em Bioética (mais difícil de achar no Pará) e representantes dos conselhos de ética em pesquisa (hospitais de ensino).
A discussão sobre a morte e o morrer requer a concorrência de diferentes saberes, e não deve, sob o risco de se tornar demais positiva, ficar limitada ao foco da Medicina e do Direito.
Parabéns Barretto.E sucesso na empreitada de trazer a discussão para Nova Déli.
Parabéns!!!
Pela terceira vez comento o post: considero importante que a discussão não fique limitada a médicos e a bacharéis em direito. Ficaria demais positivista e o tema da morte e do morrer requer obrigatoriamente outros olhares e vozes.
Sugiro que você componha a mesa redonda com um filósofo, um especialista em Bioética (não sei se já existe no Pará) e representantes dos conselhos de ética em pesquisa dos HU.
Fora estas preocupações, parabéns pela iniciativa!
Desculpem a demora em autorizar seus comentários. Quando cheguei em Belém, estava sem telefone e sem internet.
Obrigado pelas sugestões de integrantes deste debate que estamos neste exato momento desenhando. Certamente, sugestões muito procedentes. Estamos agora discutindo o fomento para a iniciativa que apesar de aparentemente simples (a princípio apenas 1 dia), envolve custeio de passagens aéreas, estadia entre outros uma vez que pretendemos fazer divulgação em massa, distribuição de material com aviso bastante antecipado aos participantes. Dentro da área médica, especificamente os intensivistas, os nomes são esses mesmo já que não tenho dúvida sobre sua capacitação para discutir o tema. Já os demais participantes, sem a menor dúvida o MP deve ser convidado uma vez que tem posturas muito legalistas do tema que frequentemente são desfavoráveis aos pacientes terminais, aos médicos e certamente à sociedade. O código penal (obsoleto) lhes dá amparo em seus posicionamentos que devem ser questionados naquele fórum. Quanto maior a participação da sociedade, melhor.
Por favor, mantenham suas sugestões. Quanto ao especialista em Bioética, de fato não consigo visualizar ninguém no Pará mas poderemos trazê-lo de onde estiver.
Abraços
Sugiro a Profa. Dirce Guilhem, Professora Titular da Faculdade de Ciências da Saúde, Curso de Enfermagem, responsável pelas seguintes disciplinas a nivel de pós-graduação:
A Ética na Pesquisa Científica
Bioética
Bioética, Gênero e Vulnerabilidade
Seminário Avançado de Bioética.
e-mail:guilhem@unb.br
OK! Anotado.
Obrigado e abraços!
A preocupação do Anonimo em chamar outros saberes, além do MP e do CRM, é sutil e inteligente.
Deve ser encampada, e voce Barretto, quem sabe, pode ser um bom porta voz.
Abs
Sem a menor dúvida quanto a sugestão do cabano, digo, anônimo. Debate nestes moldes, já foi realizado na Unicamp onde estiveram presentes um filósofo, o Dr. Renato Terzi e um outro especialista em Bioética. Encontrei este debate em streaming de vídeo uma vez no website da AMIB. E depois nunca mais o vi. Não tenho a menor dúvida sobre o efeito favorável se incluirmos a sugestão do anônimo, já prontamente acatada, inclusive pelos 3 médicos já citados, que acompanham este blog. Com este desenho que começa a tomar forma em Belém, talvez nunca tenha sido realizado inclusive. Mas minha preocupação que inclusive reflete a dos médicos envolvidos é que o debate tenha efeito mais prático nos círculos de poder capazes de mudar a legislação e trazer alguns resultados práticos. O que se vê é que já existem algumas conclusões bem amadurecidas oriundas de muitos debates como estes ocorridos Brasil afora. Mas ninguém dá um passo a frente, como uma espécie de tabu. Percebam que os EUA parecem já ter equacionado o problema do ponto de vista legal e foi preciso um fato altamente significativo como o daquele marido que pediu na justiça a americana a suspensão do suporte básico de vida de sua esposa severamente acometida. Existe lá também, já há alguns anos as chamadas "Ordens de não reanimação" que são o instrumento legal que qualquer cidadão pode lançar mão ao se convencer de sua terminalidade. Nada disto existe ou é permitido no Brasil. Portanto, devemos mesmo ampliar ao máximo o debate sem transformá-lo em mais um dos inúmeros que já ocorreram Brasil afora, sem que as autoridades se sensibilizem para o problema. Seria mesmo uma questão de absoluto interesse da sociedade desde que adequadamente informada sobre exatamente do quê estamos falando.
Perfeito.Vou repercurtir esse evento e seus debates lá no Quinta.
Bom final de semana.
Obrigado, Juvêncio. Enquanto isso, como um obstinado, vou trabalhar para construir este debate. Bom FDS também.
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