terça-feira, 23 de maio de 2006

Sem laudos e sem nomes

O Governo de São Paulo protagonizou hoje um triste espetáculo. Mandou dizer à todos que não divulgará os nomes dos mortos durante os ataques do PCC e só divulgará os laudos necropsiais "quando necessário".
Sobre isso, Janio de Freitas escreve na Folha Online:

Em sua defesa

O SIGNIFICADO real da requisição feita por promotores de São Paulo, para a pronta entrega ao Ministério Público dos laudos de necropsia e demais registros dos 109 mortos ainda anônimos, transcende muito a divulgação de identificações que o governo paulista deve e recusa.
O governo -fachada de Lembo e construção de Alckmin- adotou um autoritarismo que remonta aos tempos em que as arbitrariedades policiais eram acobertadas pela representação ditatorial das Secretarias de Segurança, e praticavam a retenção ou falsificação de laudos, a recusa de acesso familiar a parentes mortos, enterros com identificação fraudada ou omitida.
O governo paulista não foi capaz de apresentar um só argumento legítimo e convincente para a atitude que, muito além de relegar a norma das ocorrências policiais de interesse público, é incompatível com o regime democrático se não tem, excepcionalmente, sua necessidade fundamentada pela Justiça.
Com a busca das identidades, os registros e os laudos, os promotores estão defendendo a integridade do Estado de Direito.
É a maneira de dar proteção preventiva a todo cidadão, de todas as classes sociais e econômicas, contra aquelas mesmas e outras manifestações da vocação autoritária. (...)


Incrível! Enquanto o país teve oportunidade de assistir e julgar em tempo real várias CPIs que derrubaram muitos integrantes do governo federal, São Paulo nega aos brasileiros a verdade. A exemplo do que podemos ver também (se quisermos!) em Belém.

Um comentário:

Anônimo disse...

Para um Estado que foi protagonista da Operação Bandeirantes... Definitivamente não é a primeira, nem será a última expressão de fascismo dos governantes de SP nos últimos tempos.