domingo, 30 de julho de 2006

Doação de Órgãos

O R70 abordou ontem um tema muito procedente. A questão da doação de órgãos.

Doações

Os médicos do sistema público de saúde ainda lamentam bastante a falta de conscientização no que diz respeito à doação de órgãos e tecidos. Mais que isso, se queixam da ignorância. Na noite de sexta-feira passada, a mãe de um homem morto durante uma troca de tiros com a Polícia Militar foi chamada pela assistente social do PSM do Guamá para tentar conseguir a liberação das córneas do filho. Apesar da insistência, ela negou. Deixou o local comentando com a sobrinha: 'Eu é que não vou enterrar o meu filho sem as partes dele. Deus que me livre'.


Sem a menor dúvida, na prática diária da medicina, presenciamos com espantosa frequência fatos como este. O que chama a atenção para a solução do problema, já abordada pelos médicos junto ao Ministério Público em uma das inúmeras reuniões que o CNCDO (Central de Transplantes Estadual) convocou para resolver sua situação (já no MPE), como se o problema estivesse somente nos hospitais e não em suas estratégias erradas de abordagem do problema. Naquela oportunidade, o CNCDO estava de "salto muito alto" e tinha levado até uma apresentação eletrônica para com dados provavelmente "espantosos" de sua supostamente irrefutável (des) atuação, tentar mostrar que o problema era apenas dos hospitais que não notificavam os potenciais doadores. Que sucumbiu às críticas que lhe foram de imediato colocadas por boa parte dos membros "convocados", justamente no tocante a absoluta ausência de campanhas educativas para favorecer a doação de órgãos.
E lá foi dito que se o estado investisse mais em informação sobre o assunto ao invés de designar vultosas somas em mera propaganda política institucional, quem sabe esta realidade de "ignorância" já não seria diferente.
Afinal, ignorância se combate com informação e educação. Coisas que também o "maior do mundo" tem responsabilidades.

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