Comemora-se, hoje, o 44º aniversário* de fundação do Hospital Universitário João de Barros Barreto, que tem como data oficial de inauguração o dia 15 de agosto de 1959, quando o Dr. Antônio Lobão transferiu dezesseis pacientes do Hospital Domingos Freire para o ainda inacabado Sanatório de Belém. Ocorre que falar sobre a história e a trajetória do Barros Barreto sem mencionar fatos e situações anteriores à sua criação seria negar a História ou, pelo menos, ser desonesto para com esta.
A história deste hospital se confunde com a própria história da Saúde Pública no Pará, não sendo ousadia dizer que a “certidão de idade” do Barros Barreto encontra-se na escritura de compra e venda de um terreno cujo dono era o Dr. Américo Santa Rosa, médico famoso em sua época e hoje nome de uma rua em nossa cidade, e o Governo do Estado; documento datado de 09 de dezembro de 1895. No citado documento temos que o terreno, situado à Travessa Barão de Mamoré, freguesia de Nazareth, medindo 88m de frente e 396m de fundo, "ou o que fosse encontrado até o igapó, limitando ao poente com a dita travessa com o terreno de Estevam da Costa Gomes e ao sul com a rua dos Pariquis". Aqui um aparte: a rua dos Pariquis prosseguia através do cemitério?. O preço do terreno foi de 5:330$000 (cinco contos, trezentos e trinta mil réis) e o terreno destinava-se à construção de um hospital de Isolamento, conforme projeto apresentado e sancionado pelo governador Lauro Sodré em agosto daquele ano.
Logo após a compra teve início a construção do hospital, cuja pedra fundamental foi colocada em 02 de junho de 1896, o qual acabou concluído em 1899, sendo inaugurado em 29 de abril de 1900, sendo denominado Hospital Domingos Freire, em homenagem a um médico brasileiro nascido em 1843 que fez nome consagrando sua existência ao estudo da febre amarela.
De acordo com o Dr. Pontes de Carvalho, no Pará Médico de novembro de 1900, o Domingos Freire era “uma cópia fiel de importante estabelecimento congênere de Stockolmo, erroneamente transplantada para o nosso clima e para o nosso meio”. Apesar do seu aspecto imponente e elegante, o que o tornavam um belo edifício, isto não seria suficiente para torná-lo um hospital de isolamento para moléstias infecto-contagiosas, mais especificamente a febre amarela, que então grassava em nossa cidade. Segundo aquele autor, o edifício poderia ser utilizado para sede de qualquer outro estabelecimento sanitário, construído que fora sobre um solo pedregoso, circundado por ampla e alterosa floresta e ventilado em todas as direções. Acrescenta a necessidade de drenagem dos pântanos que lhe ficavam ao fundo, o que contribuía para os casos de malária, ficando o edifício em nada a desejar em beleza, salubridade e conforto.
*Documento escrito em 27 de agosto de 2003. Ler post anterior a este.
(continua amanhã)
4 comentários:
olá!
Meu nome é Oton Oliveira Alencar Júnior e eu sou bisneto de Bernardo Leibowitcz. Estou tentando levantar informações sobre meu bisavô. Qualquer informação de que possa dispor seria muito valiosa pois apenas com a internet não estou conseguindo muita coisa. Obrigado desde já.
Vou encaminhar sua solicitação ao autor do post, Oton. Por favor, mande seu e-mail para contato.
Abs
Caro Oton.
Recebi ao menos uma informação sobre Bernardo Leibowitcz. Mas como não tenho seu contato, não poderei encaminhá-la.
Abs
Olá Carlos,
Me chamo Sheila Rodrigues Rutowitcz,gostaria de obter informacões sobre o Sr.Bernardo Leibowitcz,pois creio que seja meu bisavó!srutowitcz@yahoo.com.br!
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