Com a criação da Campanha Nacional de Tuberculose, em 1946, os trabalhos de construção são retomados em 1947, embora de forma lenta por conta de entraves burocráticos, no que se refere ao gerenciamento, se Ministério ou Campanha. Um reestudo para a melhoria da utilização dos recursos elevaria a capacidade prevista do sanatório de 600 para 800 leitos buscando-se, também, o barateamento do custo do leito construído.
Somente em setembro de 1950 as obras seriam novamente retomadas, criando-se no espírito dos paraenses a incredulidade de vê-la concluída. A previsão do engenheiro responsável Djalma Guedes Figueiredo era de que esta estivesse concluída em fins de 1952. Com o prosseguimento das obras em ritmo lento, por falta de recursos e também pela dificuldade em adquirir certos materiais em Belém, somente em 31 de dezembro de 1952 foi realizada a festa da cumeeira do bloco em construção.
Por esta mesma época, o Hospital São Sebastião, por ser construído de madeira, apresentava-se em condições precárias para continuar a internar pacientes, tendo sua lotação reduzida para 20 leitos, transferindo-se 85 pacientes para o São Roque, que deixou de ter sua destinação específica para outras doenças transmissíveis, passando a receber tuberculosos. Mais do que nunca era necessária a conclusão do Sanatório de Belém.
Somente em 1954, com injeção de verbas através da SPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia) as obras seriam reiniciadas.
Em 1956, com a morte do Dr. Barros Barreto o Sanatório de Belém passa a se chamar Sanatório Barros Barreto.
Em janeiro de 1957, atendendo a interesses políticos, acontece uma inauguração simbólica do hospital, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek e do ministro da Saúde Maurício Medeiros com a notícia na imprensa dando conta que o hospital funcionaria com 200 leitos, embora nada disso tenha acontecido, na prática.
As obras continuaram em seu ritmo lento, porém o ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Saúde e o Serviço Nacional de Tuberculose resolveram que não se podia esperar mais pelo funcionamento do hospital, apesar de todas as dificuldades. Assim, em 15 de agosto de 1959 foram admitidos os primeiros pacientes para o Barros Barreto, em número de dezesseis, transferidos do Domingos Freire. Na ocasião o Dr. Antonio Lobão teve seu nome escolhido para ser o primeiro diretor do Sanatório.
Um fato inusitado marca o início de funcionamento do Hospital Barros Barreto. Para que este pudesse abrir suas portas era necessário haver dezesseis pacientes. Contactados os internados no Sanatório Domingos Freire quinze aceitaram a remoção para o novo hospital, os demais recusaram alegando que a transferência levaria às suas mortes.
Diante do impasse uma enfermeira vasculhou pelas redondezas encontrando um mendigo perambulando pela área. Foi providenciada sua admissão, e completando-se o número exigido, os pacientes foram transferidos entrando assim em funcionamento o hospital.
A surpresa é que no dia seguinte o mendigo vem a falecer, reforçando o temor dos internos do Domingos Freire por sua remoção. O Domingos Freire seria extinto em 10 de novembro de 1964, quando seus 85 pacientes restantes passaram para o Barros Barreto.
(continua amanhã)
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