quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Saudades mortas à pauladas

Ontem cumpri um ótimo programa ao final de mais uma escala normal de trabalho. Coisa que não acontece com tanta frequência e por isso, totalmente preciosa.
Em uma animada confraternização, totalmente inesperada, revi velhos e sempre queridos amigos da década de 80. Década que muitos dizem que não gostaram, a exemplo da galera do blog Totalmente-sem-noção. Mas afinal de contas, não se poderia esperar outra coisa da divertida galera deste blog, que afinal de contas, ao menos parece ser sincera no título.
Lá, fizemos tudo aquilo que sempre se faz em confraternizações. Reavivamos nossas amizades solidificadas para sempre, relembramos velhas e divertidíssimas histórias, trocamos telefones, e-mails, websites e tomamos um bocado de cerveja. Tudo isso bem no meio da semana e todos devem ter ido hoje ao trabalho algo mal dormidos porém, absolutamente felizes com o extraordinário e inesperado encontro.
Gostaria de citar nominalmente cada um dos presentes naquela festinha improvisada e para mim, agradavelmente inesperada. Quem me convidou, sabia com precisão que me faria muito feliz. Desde já, agradeço com emoção ao convite. Prefiro contudo manter a privacidade e anonimato dos que se fizeram presentes. Basta para nós que guardemos no fundo de nossos corações aqueles momentos felizes.
A década de 80, do esplendor do rock brasileiro, produziu Legião Urbana, Capital Inicial, Kid Abelha, Lobão e os Ronaldos, Ultraje à Rigor e deu vida a outros grupos não brasileiros como The Cure, The Smiths, Everything But The Girl, B-52, Sting, Phil Collins, etc, etc.
No cinema, víamos embasbacados o surgimento de inúmeros diretores e filmes antológicos que gostaria que os amigos citassem. Na televisão, o TV Pirata fazia a alegria da galera. E um jornalzinho de humor chamado Planeta Diário, explodia nas bancas com algumas manchetes bem humoradas como "Militares e Maria de Fátima tramam um novo golpe". Maria de Fátima era a megera da vez nas novelas da globo, protagonizada por Glória Pires.
No Brasil, saíamos de uma ditadura e entrávamos com tudo na universidade, onde acabamos por nos encontrar e formar um grupo sólido de amigos, hoje todos quarentões absolutamente bem humorados, mantendo viva a história de bom caráter e excelente companheirismo.
Lamento mesmo, que muitos de meus novos e atuais amigos, formados ao longo de minha vida como profissional, não tenham vivido da mesma maneira aqueles anos. Mas viveram a seu modo outras histórias. Que sempre trazem à cena o saudável contraponto.
Amigos diletos e sinceros, serão sempre bem vindos. Mas aqueles que ontem se encontraram, marcaram nossa trajetória para sempre. O que seria de mim hoje, se não os tivesse conhecido?
Deixo a pergunta sem resposta, pois para ela, o momento presente é suficiente para torná-la óbvia demais. Ou pequena demais diante da grandeza dos valores e princípios forjados naqueles anos do resto de nossas vidas.

5 comentários:

Itajaí disse...

Pois bem. Até imagino quem estava por lá. A propósito tem um livro ótimo sobre a época, o Almanaque anos 80, que deves ler e apreciar ao máximo as lembranças da época: do boneco Falcon à tanga do Gabeira, no verão mais louco que o Rio jamais assistiu!
O comprei o de minha referência, pouco mais antiguinho - o correspondente aos anos 70 -, com o subtítulo de "lembranças e curiosidades de uma década muito doida".
Abs.

Anônimo disse...

Eu estive na festinha. Foi bom às pampas - para usar um termo dos anos 80 - . Minha barriga ainda doi de tanta risada. Alô Vanja Santos. Vamos ouvir um disco do Zé Ketti?

Carlos Barretto  disse...

Zé Ketti realmente é hilário, anônimo.
Mas vc conseguiria lembrar-se dos filmes que fizeram brilhar nossos olhos na década de 80?

Anônimo disse...

80 foi o momento de Costa Gavras. "Z", "Estado de Sítio". Aqui do Brasil, marcou "iracema". Lembra da pequenae inocente garota de meira de estrada pedindo ao caminhoneiro: " Tião... me dá cinco contos"?

abraço.

Carlos Barretto  disse...

Costa Gavras é fortíssimo. Um legítimo representante da época. Todos estes títulos ainda disponíveis em VHS e talvez em DVD para os que nos lêem aqui, na Foxvídeo.
Puxa! Vc se lembrou do "Tião. Me dá cinco contos!". Fantástica lembrança que vai dando a medida da época e refrescando nossa memória, hoje subutilizada, e talvez substituída por mídia magnética.
Dramático? Talvez. Faz parte do meu show. Mas que não me lembrava mais de Iracema, não lembrava mesmo.