quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mais do mesmo

Ocorreu hoje mais um caso, nos Estados Unidos, de estudante que entra na escola atirando em alunos e professores, como noticiou ainda há pouco o G1.

Em Belém, esta semana, um estudante de 15 anos assassinou o vigilante do colégio, tirando a arma de dentro da mochila.

A cada dia, aumenta a nossa autofagia.

4 comentários:

Antonio Carlos Monteiro disse...

Caro Francisco,


Tempos difíceis em? A mídia diariamente revela-nos fatos como este. Todo dia assistimos casos que nos deixam aterrorizados, e momentos depois, outro ainda mais brutal e faz-nos esquecer do passado. E assim, estes conflitos sociais fulminam nossa sociedade.
Devemos observar a evolução social, econômica, política, religiosa e cultural da sociedade, partindo daí, buscando-se soluções inteligentes e eficazes. Sempre de forma conjuntural...

A primeira questão a ser discutida, é que tais conflitos não surgem tão somente nos locais onde residem os menos instruídos. Em Colombine os adolescentes eram de classe média, e a escola de boa formação...

Outra é a auto-protecao da arma... Sandice é achar que armas nos protegem. Algumas pessoas vão dizer que sabem disso, no entanto, aqui, tivemos o referendo e venceu o não ao desarmamento... Expliquem-me isso?

Os EUA país severamente cumpridor das normas jurídicas, e caracterizado pela dura e enrijecida legislação não consegue resolver o problema, nos Estados que permanecem com a pena de morte, não conseguiram diminuir a escalada de práticas como essa... O que fazer? Nem sei o que dizer...

Um grande abraço

Anônimo disse...

Francisco,
O caso Americano é típico da sociedade moderna atual, entretanto, o caso do rapaz de 15 anos que matou o vigia merece maior reflexão.
Pelo que informa os jornais, o rapaz resolveu matar o vigia porque este o teria agredido e humilhado. Essas frágeis razões mostram o quanto a vida foi banalizada. Briga-se, fere-se e mata-se por qualquer motivo neste país. Somos um país conflagrado e não sei a quem culpar. A pobreza sei, é a principal causa, mas neste caso é diferente: matou só para vingar a humilhação, que diz ter sofrido.
Francisco, como tu sabes trabalho com mediação e tenho conseguido junto com outros colegas resultados interessantes nesta área e constato que na maioria da vezes as pessoas não são ouvidas, não sabem falar ou não encontram em seu meio um canal de comunicação. Também se vive no Brasil o culto a mediocridade e por conta disso bons valores éticos são substituídos pela esperteza e demonstração de poder.
Um abraço;

Antonio Carlos

Francisco Rocha Junior disse...

Toninho Filho, a primeira parte do teu comentário, no meu entender, responde à tua pergunta: além do caos social, econômico, político, o problema é muito mais humanístico. Humanismo é a palavra de ordem. Que há diferenças entre os crimes, suas causas e circunstâncias, evidentemente há; mas sobre estes e muitos outros, acima da situação de cada homocida e cada vítima, paira a sombra monstruosa do desapreço pela vida própria e desprezo pela alheia.

ACM, eu somaria à primeira parte do comentário do Toninho a conclusão do teu. A (re)construção de valores éticos depende de uma nova visão humanística das história e de nossa condição. Temos a obrigação de influir, mesmo em nossa limitada órbita de atuação, neste processo.

Abs a ambos.

Yúdice Andrade disse...

Não sei se é do conhecimento de todos, mas segundo se comenta no conjunto Médici, onde se localiza a escola e onde mora minha mãe (daí porque fiquei sabendo), não é exatamente verdade que o vigia tenha humilhado o jovem. Na verdade, ele o fragrou mais de uma vez pulando o muro da escola para jogar bola, em horários não autorizados. Colocou-o para fora, cumprindo suas ordens. Não sei se excedeu ao fazê-lo. O aluno então jurou vingança, ameaçando-o de morte.
No dia fatídico, o aluno chegou com uma mochila. Acredita-se que o vigia suspeitou, pois mandou-o abrir a bolsa. O rapaz o fez, mas já tirou a arma e disparou um tiro na cabeça da vítima. Um sujeito numa bicicleta já o aguardava, claro, o que demonstra que não fora ali assistir aula, mas apenas realizar o crime. Antes de fugir, segundo algumas das muitas testemunhas, teria dito: "Um já foi. Faltam dois dedos-duros."
Sem dúvida, estes são tempos de desagregação. Tempos em que a vida humana nada vale. Uma lástima.