O que é afinal um mito? O quê de Che impressiona a nós senão esta música, a célebre foto de Korda e a do cadáver perdido na selva amazônica - ambas emblemáticas de duas antíteses de olhares, terrível embate entre a contemplação de um futuro e o mistério insondável do derradeiro instante em que somos? Essas três manifestações artísticas resumem de qualquer maneira a epopéia e o legado do marxista argentino-cubano, que um dia sonhou internacionalizar a experiência socialista de Sierra Maestra na África e na América do Sul. Não foi herói de dois mundos como Garibaldi. Em razão de que havia para ele uma só alternativa, substanciada na missão radical de construir pela violência revolucionária uma sociedade que superasse a exclusão brutal do capitalismo, o que poria abaixo fronteiras e diferenças seculares. Era, contudo, um homem doente, muito doente, a que só a energia ideológica justificaria os passos da epopéia heroicamente vivida. Até hoje lembro de minha perplexidade ao analisar em um museu cubano a radiografia que lhe denotava as sequelas da asma e do tabagismo, afinal os mais fiéis companheiros que teve até ser fuzilado numa vila boliviana miserável. Hoje, dizem, no lugar onde foi executado, "su querida presencia" é reverenciada com o respeito devotado a um santo popular. Enfim olhemos para vasta dimensão da história e constataremos que não existem surpresas: é essa matéria misteriosa e fecunda que fundamenta os mitos da extraordinária aventura humana. A propósito não conheci Santa Clara, nem o lugar do memorial que Fidel erigiu para reunir os restos mortais de Che ao que fora enfim exumado na Bolívia. Uma "jam session" na noite/madrugada anterior fez-me perder o "trem das onze". Damas, se tiver uma vez mais sobrevido às travessuras nos Galos da Madrugada pode bem testemunhar daquela nossa farra habanera.
2 comentários:
O que é afinal um mito? O quê de Che impressiona a nós senão esta música, a célebre foto de Korda
e a do cadáver perdido na selva amazônica - ambas emblemáticas de duas antíteses de olhares, terrível embate entre a contemplação de um futuro e o mistério insondável do derradeiro instante em que somos?
Essas três manifestações artísticas resumem de qualquer maneira a epopéia e o legado do marxista argentino-cubano, que um dia sonhou internacionalizar a experiência socialista de Sierra Maestra na África e na América do Sul.
Não foi herói de dois mundos como Garibaldi. Em razão de que havia para ele uma só alternativa, substanciada na missão radical de construir pela violência revolucionária uma sociedade que superasse a exclusão brutal do capitalismo, o que poria abaixo fronteiras e diferenças seculares.
Era, contudo, um homem doente, muito doente, a que só a energia ideológica justificaria os passos da epopéia heroicamente vivida. Até hoje lembro de minha perplexidade ao analisar em um museu cubano a radiografia que lhe denotava as sequelas da asma e do tabagismo, afinal os mais fiéis companheiros que teve até ser fuzilado numa vila boliviana miserável. Hoje, dizem, no lugar onde foi executado, "su querida presencia" é reverenciada com o respeito devotado a um santo popular.
Enfim olhemos para vasta dimensão da história e constataremos que não existem surpresas: é essa matéria misteriosa e fecunda que fundamenta os mitos da extraordinária aventura humana.
A propósito não conheci Santa Clara, nem o lugar do memorial que Fidel erigiu para reunir os restos mortais de Che ao que fora enfim exumado na Bolívia. Uma "jam session" na noite/madrugada anterior fez-me perder o "trem das onze". Damas, se tiver uma vez mais sobrevido às travessuras nos Galos da Madrugada pode bem testemunhar daquela nossa farra habanera.
Caramba, lindo Oliver! Parabéns!
Beijos.
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