Publicado no blogue do jornalista Augusto Barata, o depoimento de um(a) insider do governo Simão Jatene - Valéria Pires Franco nos dá a conhecer as memórias nada recomendáveis do Programa Presença Viva, carro chefe da então vice-governadora e atual candidata à Prefeitura de Belém. É de fazer o queixo cair.
“Presença viva foi uma falácia, um derrame de dinheiro inútil e mal aplicado. Imaginem a cena, meus caros: chega uma grande comissão formada por políticos, oportunistas (vejam que separei com vírgula), oportunistas políticos e técnicos sequiosos em ganhar diárias que aliás foram muitas. (no Ofir Loyola as assistentes sociais quase iam às vias de fato).Na extinta SETEPS reinava a máfia das diárias. Alguns nunca conseguiram viajar por causa da "esperteza " de uns.
“Esse pessoal chegava numa comunidade absolutamente desprovida de tudo. Exames médicos de faz de conta, por que não tinham tudo o que precisavam pra desenvolver seus trabalhos (os médicos sérios se recusavam a participar desta encenação e outros profissionais também). Palestras, blablablá, camisas, bonés, panfletos e propaganda política em feiras de Belém viravam acontecimentos. E pronto. Nada foi implantado, nada foi consolidado, nada foi acompanhado. O recurso gasto com o Presença Viva teria sido suficiente para comprar uma embarcação potente, com toda a infra-estrutura e pagando muito bem seus profissionais para viajarem por todos os cantos desse Estado, fazendo um intervalo de noventa dias para cada região integrada, dando assistência completa. Os ribeirinhos receberiam, desse modo, uma verdadeira atenção. Bebês não teriam morrido, mães teriam pré- natal; idosos seriam curados de catarata e outras doenças; jovens receberiam vacinas e educação preventiva sobre DST de modo efetivo, com distribuição de preservativos para nunca faltar nas unidades de saúde e nos CRAS; mulheres teriam exames ginecológicos durante o ano inteiro, sem precisar sair de sua localidade. (O Presença Viva dava uma ficha para a mulher vir fazer o exame em Belém; não havia suporte para melhores diagnósticos). Essas mulheres, a esmagadora maioria nunca apareceram na capital para receberem diagnósticos como suspeitas de câncer ginecológico, resultados não foram recebidos, exames ficaram perdidos. As distancias e a falta de dinheiro as impedia de chegar nos hospitais.
“Repassar recursos para os municípios, sem discriminação de partido, teria sido mais honesto. A antiga secretária da SEDES fechou com chave de ouro sua gestão fazendo exatamente isso – repassou recursos fundo a fundo, em forma de convênios.
“Voltando ao Presença Viva. Naquele período, com uma ação assistencial verdadeira, agricultores teriam assistência técnica, receberiam orientação para a agricultura de subsistência e recursos para equiparem seus barcos de pesca (tudo foi esporádico e para poucos). Crianças não ficariam sob riscos de serem exploradas e meninas poderiam não engravidar tão cedo. Valéria não sabe e nunca soube desenvolver trabalho social. Presença Viva foi um show pirotécnico, passou, não deixou nada. O irônico é que ela vai para televisão dizer exatamente isso. Suas próprias palavras a traem: o Presença Viva nasceu com morte anunciada e a ex-vice tem cara de pau de convidar a governadora para renascer esse desastre. A Santa Casa, com aqueles recursos, teria hoje outra historia .O Presença Viva serviu muito bem para enganar a população, que tinha apenas a sensação de estar recebendo assistência social e de saúde.Uma velha tática com uma sofisticada estratégia do fetiche da ajuda.”
“Esse pessoal chegava numa comunidade absolutamente desprovida de tudo. Exames médicos de faz de conta, por que não tinham tudo o que precisavam pra desenvolver seus trabalhos (os médicos sérios se recusavam a participar desta encenação e outros profissionais também). Palestras, blablablá, camisas, bonés, panfletos e propaganda política em feiras de Belém viravam acontecimentos. E pronto. Nada foi implantado, nada foi consolidado, nada foi acompanhado. O recurso gasto com o Presença Viva teria sido suficiente para comprar uma embarcação potente, com toda a infra-estrutura e pagando muito bem seus profissionais para viajarem por todos os cantos desse Estado, fazendo um intervalo de noventa dias para cada região integrada, dando assistência completa. Os ribeirinhos receberiam, desse modo, uma verdadeira atenção. Bebês não teriam morrido, mães teriam pré- natal; idosos seriam curados de catarata e outras doenças; jovens receberiam vacinas e educação preventiva sobre DST de modo efetivo, com distribuição de preservativos para nunca faltar nas unidades de saúde e nos CRAS; mulheres teriam exames ginecológicos durante o ano inteiro, sem precisar sair de sua localidade. (O Presença Viva dava uma ficha para a mulher vir fazer o exame em Belém; não havia suporte para melhores diagnósticos). Essas mulheres, a esmagadora maioria nunca apareceram na capital para receberem diagnósticos como suspeitas de câncer ginecológico, resultados não foram recebidos, exames ficaram perdidos. As distancias e a falta de dinheiro as impedia de chegar nos hospitais.
“Repassar recursos para os municípios, sem discriminação de partido, teria sido mais honesto. A antiga secretária da SEDES fechou com chave de ouro sua gestão fazendo exatamente isso – repassou recursos fundo a fundo, em forma de convênios.
“Voltando ao Presença Viva. Naquele período, com uma ação assistencial verdadeira, agricultores teriam assistência técnica, receberiam orientação para a agricultura de subsistência e recursos para equiparem seus barcos de pesca (tudo foi esporádico e para poucos). Crianças não ficariam sob riscos de serem exploradas e meninas poderiam não engravidar tão cedo. Valéria não sabe e nunca soube desenvolver trabalho social. Presença Viva foi um show pirotécnico, passou, não deixou nada. O irônico é que ela vai para televisão dizer exatamente isso. Suas próprias palavras a traem: o Presença Viva nasceu com morte anunciada e a ex-vice tem cara de pau de convidar a governadora para renascer esse desastre. A Santa Casa, com aqueles recursos, teria hoje outra historia .O Presença Viva serviu muito bem para enganar a população, que tinha apenas a sensação de estar recebendo assistência social e de saúde.Uma velha tática com uma sofisticada estratégia do fetiche da ajuda.”
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