As eleições são um termômetro do grau de amadurecimento da democracia brasileira. Creio que nunca tivemos tamanha prova disto quanto neste pleito de 2008. Releva notar que a conclusão que se extrai, logo no início da campanha, é que ainda não somos, efetivamente, um Estado de Direito moderno, onde os diferentes discursos podem se confrontar em um ambiente de civilidade e tolerância.
Após os traficantes, no Rio de Janeiro, impedirem passeatas de campanha de candidatos a prefeito e vereador nos morros que controlam e de um candidato a vereador de Belém com ligações com a contravenção ser morto por motoqueiros em Mosqueiro, distrito da capital, neste final de semana o candidato do PMDB a prefeito de Rio Maria, Agemiro Gomes da Silva, foi executado quando cumprimentava um eleitor, no meio da rua.
Como contribuição recente da selvageria que ronda as eleições municipais deste ano pode-se citar, ainda, o atentado sofrido pelo jornalista Jeso Carneiro, na tapajônica Santarém.
As causas dos homicídios em Rio Maria e Mosqueiro e do incêndio em Santarém, obviamente, ainda não foram totalmente apuradas. Podem não ser crimes políticos. Mas o período e as circunstâncias dos eventos tornam forçoso concluir que a motivação dos atos criminosos é, sim, de caráter eleitoral.
A cada dia está mais difícil evocar diferenças e debater. A intolerância se intensificou, e muito, este ano. Oxalá tenha esgotado seu saco de maldades neste final de semana.
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