A área de cinema em vídeo anda animada nesses últimos tempos. Clássicos como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1985) está no mercado com uma cópia primorosa que promete trazer o virtuosismo cromático do original. Quem assistiu os dvdes em alta resolução diz ser uma experiência imperdível para o cinéfilo. Ainda na seqüência comemorativa dos 25 anos do filme, a editora alemã Taschen publica The Godfather Family Album, volume de grande formato, com 440 páginas de texto e fotos raras da produção do filme. O livro tem edição especial constituida de 1000 exemplares assinados pelo Steve Schapiro, fotógrafo do set, e 200 igualmente autografados e enriquecidos com duas fotografias originais. Por essa razão mesmo o preço da edição mais comercial é dos mais salgados: EU$700.
Na esteira das homenagens aos grandes mestres do cinema, chega ao mercado brasileiro Berlim Alexanderplatz (Versátil), a monumental obra de Rainer Werner Fassbinder. A recuperação dessa obra com 16 horas de duração, distribuidas em 13 capítulos e epílogo foi produto da parceria entre a Fundação Rainer Werner Fassbinder e várias instituições culturais internacionais. Uns bons anos passados, vi alguns episódios do filme na televisão brasileira, sofrendo com as limitações da transmissão e, claro, os comerciais. Pretendo assim vê-lo de novo, na íntegra e em condições tecnológicas mais avançadas, ainda que nada se compare a riqueza de matizes que a cópia de 35 mm traz para os olhos do espectador, na penumbra da sala de projeção. Contudo, perdi a projeção no Cine Bombril em São Paulo, outubro passado.
Berlim Alexanderplatz é monumental não pela duração da narrativa. Também pela dificuldade de adaptar-se para o cinema a polifonia narrativa do romance de Döblin e sobretudo porque se trata do melhor registro da ambiência social alemã nos anos entre guerras, e de suas conseqüencias no empobrecimento material, moral e político que os levou à tragédia do nacional-socialismo e a divisão territorial que perdurou até 1989, quando então ruiu material e politicamente o Muro de Berlim. Toda a obra de Fassbinder, integrante de uma geração torturada pelo passado recente e por um presente sombrio, traz em diferentes planos essa tensão metafísica, uma dor moral transcedente. Para alguns Belim Alexanderplatz representa o testamento político desse notável realizador, falecido aos 37 anos em decorrência do uso de drogas.
Na esteira das homenagens aos grandes mestres do cinema, chega ao mercado brasileiro Berlim Alexanderplatz (Versátil), a monumental obra de Rainer Werner Fassbinder. A recuperação dessa obra com 16 horas de duração, distribuidas em 13 capítulos e epílogo foi produto da parceria entre a Fundação Rainer Werner Fassbinder e várias instituições culturais internacionais. Uns bons anos passados, vi alguns episódios do filme na televisão brasileira, sofrendo com as limitações da transmissão e, claro, os comerciais. Pretendo assim vê-lo de novo, na íntegra e em condições tecnológicas mais avançadas, ainda que nada se compare a riqueza de matizes que a cópia de 35 mm traz para os olhos do espectador, na penumbra da sala de projeção. Contudo, perdi a projeção no Cine Bombril em São Paulo, outubro passado.
Berlim Alexanderplatz é monumental não pela duração da narrativa. Também pela dificuldade de adaptar-se para o cinema a polifonia narrativa do romance de Döblin e sobretudo porque se trata do melhor registro da ambiência social alemã nos anos entre guerras, e de suas conseqüencias no empobrecimento material, moral e político que os levou à tragédia do nacional-socialismo e a divisão territorial que perdurou até 1989, quando então ruiu material e politicamente o Muro de Berlim. Toda a obra de Fassbinder, integrante de uma geração torturada pelo passado recente e por um presente sombrio, traz em diferentes planos essa tensão metafísica, uma dor moral transcedente. Para alguns Belim Alexanderplatz representa o testamento político desse notável realizador, falecido aos 37 anos em decorrência do uso de drogas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário