foto: http://www.findagrave.com/pictures/10688.htmlTalvez seja próprio da natureza humana acreditar que, num futuro breve, no nosso próprio futuro, teremos a solução para algumas doenças, hoje ainda não passíveis de tratamento pleno.
Confesso que em relação às demências, especialmente à Doença de Alzheimer, eu sempre estive "esperançoso" de que na minha senilidade haveria (haverá!?) um remédio para deter o cruel avanço da destruição neuronal.
Quem convive ou conviveu com um ente querido demenciado pode entender na sua plenitude a tristeza que é acompanhar, em câmera lenta, a perda da memória e consequentemente da própria vida.
O que é real? Vivemos baseados em arquivos neuronais, mediados pela memória, atenção, concentração, inteligência, humor, afetividade...
Enquanto esquecemos a chave, tudo bem, é tolerável. Mas quando esquecemos para que serve a chave, aí a dissociação da "realidade" é real.
Na verdade, toda a minha preocupação com o tema se deve ao fato de que acabei de chegar de um encontro médico sobre a Doença de Alzheimer, em São Paulo, onde especialistas do Brasil e alguns renomados pesquisadores internacionais (destacando o canadense Howard Feldman) discutiram o presente e o futuro da terapêutica da referida moléstia.
E o problema chave, assim me pareceu, é que todo o arsenal medicamentoso disponível atualmente (desenvolvido, aliás, nos últimos 20 anos), o qual eu prescrevo com frequência, foi idealizado com base na descrição feita por Alois Alzheimer, do paciente Auguste D., há 102 anos, atacando os emaranhados neurofibrilares, marca anatomo-patológica da enfermidade.
E as drogas em pesquisa pelos grandes (senão pelos maiores) laboratórios, que flertam com a imunologia, parecem estar levando a um fundo cego.
O que podemos fazer hoje para a proteção de nossos cérebros nas décadas que nos esperam?
A resposta atual parece ser: atividade intelectual constante (ler é a melhor "fisioterapia" cerebral); exercícios físicos regulares, especialmente aeróbicos (andar, nadar, pedalar); cultivar boas emoções, nas suas várias modalidades; e finalmente, acreditar em nossa carga genética.
Para que continuemos flanando por muito tempo, precisamos lembrar sempre para que serve a chave!
4 comentários:
Por estas e uma infinidade de outras razões, continuemos "flanando" amigo.
Abs
E olha que conheço muitos que já perderam a chave a tempos e ainda não se tocaram.
Já tive a oportunidade de mais ou menos acompanhar um paciente com Alzheimer, realmente e um quadro muito triste.
Porém, não querendo diminuir a importância do assunto, mas antenando apra outros, observo que o uso indiscrimnado da ritalina, está também se convertendo em um problema de saúde pública, mormente pela indiscrimnação de sua prescrição.
por se tratar de um blog sério e confiável suas informações sobre esta questão seriam muito bem-vindas.
Concordo que a Ritalina e outras "smart drugs" merecem destaque, devendo ser devidadamente dissecadas. Fa~lo-emos oportunamente.
Obrigado pela idéia.
Um abraço.
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