sexta-feira, 17 de abril de 2009

O cara intergalático

Está em todos os jornais.













Lula versus alienígenas. Assim, no clima fantasioso e cômico de um filme B, o presidente estreou no programa de tevê norte-americano South Park. O desenho animado, que satiriza o american way of life, não poupou líderes mundiais como o francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel para narrar a história de uma conspiração planetária criada com o objetivo de embolsar dinheiro espacial roubado. Lula não foi excluído da piada. No episódio Pinewood derby, transmitido quarta-feira nos Estados Unidos, o brasileiro aparece em poucas cenas. Não fala em português nem dialoga com os protagonistas. Mas é tempo suficiente para, via telefone, se aliar aos representantes de algumas das nações mais poderosas do mundo e participar da mutreta internacional.

Em telefonemas para presidentes (entre eles, Lula), o pai do garoto acerta um golpe para que o dinheiro seja dividido entre as nações, sem que a polícia intergalática saiba disso. Antes, o grupo decide eliminar do mapa a Finlândia, único país que contraria o acordo. Em uma das últimas cenas, Lula surge no canto inferior esquerdo da tela, ao lado de dois assessores, à frente da bandeira do Brasil. Junto com os outros líderes, ele insiste que a mentira deva ser mantida. “Sem mudanças”, ordena. No desfecho, o extraterrestre bandido revela-se uma farsa armada pela polícia espacial para testar a ética dos governantes da Terra. O planeta fracassa no teste e, como punição, acaba isolado do resto do universo.

Criado em 1997 por Trey Parker e Matt Stone, o seriado é conhecido pelo tom de acidez politicamente incorreta, que já respingou em personalidades como George W. Bush, Michael Jackson e Paris Hilton. Imprópria para menores, a animação acompanha o cotidiano de quatro crianças de uma cidade montanhosa do Colorado, fictícia. A comunidade interiorana, cravada na neve, sofre de maus hábitos e conservadorismo crônico. As tiradas cruéis de episódios sobre racismo e homofobia provocaram polêmica nos anos 1990.
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Não é a primeira vez que o Brasil vira alvo de paródia. Exibido em 1992, o episódio Blame it on Lisa, dos Simpsons, provocou incômodo com uma representação exótica do país. Em Pinewood derby, o sarcasmo ganha alcance global. Na trama, escrita por Trey Parker, o pai do menino Stan usa um truque ilegal para que o filho vença uma competição de carrinhos de controle remoto: furta uma invenção tecnológica do governo para turbinar o brinquedo. Envenenado, o carro alcança a velocidade de um jato e é lançado no espaço. Pouco depois, um ladrão extraterrestre, acusado de ter embolsado uma montanha de notas de dinheiro espacial, desembarca na Terra. Destruído por Stan, o monstro deixa a fortuna à mercê dos terráqueos.

O cara é popular mesmo.

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